domingo, 21 de junho de 2020

O OLHAR E O VER

VER NĀO É OLHAR



Quantas vezes olhamos para algo e não conseguimos interpretar? Estamos vendo, mas não estamos conseguindo olhar!
Olhar é diferente de ver.
Ver é inerente, faz parte da nossa visão, vemos apenas porque vemos.
Pode até ser complexo este conceito, mas o olhar vai muito mais além que o simples ato de ver.
No ver não há conexão, não há lentidão, pois a ansiedade de ver é maior e faz com que não haja apreciação das coisas ou questões, mas somente imediatismo.
Pessoas ansiosas tendem a isso em muitas situações se recusam a parar e a olhar, querem tudo para ontem e tendem a querer ver o futuro, não conseguindo se fixar no presente. Pessoas que nāo conseguem se concentrar no momento presente sofrem com ansiedade.
É um processo inconsciente que pode ser trabalhado quando há a percepção de que não se está olhando, mas apenas vendo a vida passar na nossa frente.
Não é o olhar para uma imagem que é complexo, mas sim o olhar para sua vida, para seu interior, para tudo o que há ao seu redor, que pode estar refletindo em suas ações diárias e levando até a prejuízos pessoais e afetivos.
Pessoas com dificuldade de olhar podem ser lesadas e presas fáceis de manipuladores, já que apenas veem as situações e nem sempre as analisam com sabedoria, não interpretam a sua complexidade.
Desenvolver o olhar é fundamental, porque ele é ação, é perceber, é conviver, é observar as nuances do outro e de si mesmo.
Olhar traz transformação, compreensão, analogia com o que há ao redor, diferenciando do ver superficial da visão.
Aprender a pensar é descobrir esse olhar mais profundo sobre as coisas da vida. Esse olhar desnuda as mentiras, revela as verdades, derruba as cortinas da falsidade e da insensatez a que muitas vezes estamos imersos e somos submetidos.
Portanto, se você tem dificuldade em olhar, procure trabalhar isso aos poucos, por meio de coisas simples, caminhando até as mais complexas.
Você vai perceber que o olhar depois do ver traz surpresas e definições que jamais poderíamos imaginar que existissem.
Pode ter certeza de que você encontrará respostas para as quais estava procurando há muito tempo, mas que o ato de apenas ver sem olhar nāo lhe permitiu que fosse mais além.



domingo, 14 de junho de 2020

SOBRE O OLHAR ALHEIO

QUAL O VALOR DO OLHAR ALHEIO?




Preste atençāo, quem se valora pelo olhar alheio, está sempre nas mãos dos outros, sujeito a ser esmagado a qualquer momento.
Achamos que nos amamos. Achamos porque, comumente, desejamos coisas boas para nós. Desejamos um bom emprego, uma vida social animada, uma casa confortável e alguém que esteja sempre ao nosso lado.
Porém, se alguém te rejeita, te ofende injustamente ou ignora a sua presença, a tendência é você sentir a atitude desagradável penetrar a alma como punhal mortal. Por quê? Porque lá no fundo, em uma parte escondidinha do seu coração, você acredita que por alguma razão a ofensa tem o seu fundo de verdade e que você deu lá os seus motivos para ser rejeitado ou ignorado.
Concordo que às vezes realmente pisamos na bola e recebemos o troco. Não me refiro a este tipo de situação. Me refiro a um tipo de contexto em que você é educado, gentil, prestativo e leva torta na cara sem saber o porquê.
Nunca entenderemos realmente as reais motivações das pessoas. Cada um de nós é um universo complexo e vasto, cheio de obscuridades, muitas vezes, para nós mesmos. Se em muitos casos não compreendemos nem os nossos sentimentos, como poderemos entender com clareza os alheios?
O mais importante é não se subjugar porque o outro não nos aplaudiu, virou a cara quando sorrimos e não respondeu ao nosso bom dia. O mais importante é não se recriminar porque o outro não simpatiza com a gente, não concorda com o nosso jeito de ser e prefere conversar com outras pessoas. O mais importante é não se culpar porque quem amamos não nos amou. Você não é sem graça só porque quem você gosta não vê encanto em você. Você nāo pode duvidar de si com base em atitudes  e ou sentimentos alheios que fogem da sua alçada.
No dia em que você se conhecer bem, para valer, a opinião de ninguém contará tanto assim porque lá no fundo o que importa mesmo é como nos vemos e como nos acolhemos.



segunda-feira, 8 de junho de 2020

AMADURECER É...

SABER EXTRAIR DAQUILO QUE ACONTECE CONOSCO



Amadurecer é olhar para trás e ver que tudo, todas as particularidades que passamos em experiências anteriores valeram a pena. Não pelas circunstâncias que as precederam, mas sim por notarmos que tudo serve para experiência e aprendizado. Acontecimentos ruins nos coroam não por sermos merecedores desse tipo de experiência, mas por certo, algo devemos aprender e extrair com o que acontece conosco.
A vida realmente é uma caixinha de surpresas e não sabemos o que nos espera, mas o poder da aceitação em nós é o bálsamo capaz de curar tudo. Quando amadurecemos emocionalmente, entendemos que a resignação é a resposta para as nossas frustrações, e se algo não aconteceu no momento ou da forma que gostaríamos que acontecesse é por que, muito provavelmente não era pra ser, a funçāo do destino sempre é se encarregar de trazer alguma coisa que vai ser mais educativo pra gente.
Quando amadurecemos aprendemos a silenciar nossas rebeldias, entendendo que já passamos a fase da adolescência da alma, e a vida não fará todas as vezes os nossos desejos, nem adianta espernear.
Nem sempre é fácil lidar com problemas e a vida nos prega peças para a gente ter a oportunidade de aprender com as situações propostas.  Dificuldades de todos os gêneros, sejam físicas ou emocionais nos acometem para nos tornarmos ainda mais fortes, essa é a ideia.
Ao amadurecermos, paramos de agir como crianças egocêntricas e mimadas e passamos automaticamente a nos queixar menos. Assumimos responsabilidade por nossas faltas e procuramos nos tornar pessoas melhores.
No final das contas, quando associamos aquele nosso lado que grita a tresloucada juventude, os sonhos, a falta de aceitação para a conduta que aprendemos (talvez a duras penas) adquirir, resta em nós a certeza de que sabiamente aprendemos a abrir mão das vãs expectativas que a imaturidade oferece, para adquirir a confiança, a fé e a brandura que apenas a maturidade é capaz de nos conceder.



segunda-feira, 1 de junho de 2020

TUDO MUDA, TUDO TEM FIM, TUDO ACABA

TENHAMOS SABEDORIA




Talvez poucos de nós saibamos lidar com a brevidade das coisas, das pessoas, dos momentos, dos sentimentos. Nada dura para sempre, a não ser os registros deixados em escritos, em fotos, em meios virtuais. Hoje já não é mais ontem, tampouco será igual ao amanhã. Tudo muda, tudo tem fim, tudo acaba.
Momentos são instantes que duram o tempo exato do quanto os aproveitamos. Esperamos ansiosamente por um evento e, quando percebemos, pronto, já acabou. Uma festa, um aniversário, um churrasco, todos são momentos que rapidamente terão fim. Cabe-nos aproveitar o máximo enquanto ali estivermos, dentro do instante, junto com quem amamos.
Sentimentos também podem durar pouco, com exceção do amor verdadeiro, que dura uma eternidade. No entanto, o amor pode acabar, assim como a motivação, o carinho, a necessidade, a oportunidade do perdão. Normalmente há sentimento enquanto há volta, retorno, reciprocidade. Quando, contudo, o sentimento só mora em uma das partes, ou quando o outro se sente decepcionado e sequer corresponde ao que está sendo oferecido, tudo morre, aos poucos ou de repente.
As pessoas, sabemos, não são eternas – quem nos dera que assim fossem. A vida tem seu ciclo e chega ao fim, às vezes serenamente, outras vezes repentina e dolorosamente. A presença das pessoas em nossas vidas também não é uma certeza perene. O outro vai embora, seja por um chamado da vida dele, seja por novos caminhos tomados na direção oposta, seja por erros de um, do outro ou de ambos.
Se nada nem ninguém dura para sempre, tenhamos nós a sabedoria de cuidar do que nos faz bem, de quem nos ama, de tudo o que traz alegria para nossos corações. Aproveite cada momento, demonstre o quanto se importa. Aquilo que aproveitamos com verdade será eterno dentro de cada um de nós.