quinta-feira, 30 de abril de 2015

NOSSA PRÓPRIA CONFUSÃO

"NÃO VEMOS AS COISAS COMO SÃO: VEMOS AS COISAS COMO SOMOS"  

 
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Talvez nada realmente nos ataque exceto nossa própria confusão. Talvez não exista um obstáculo sólido exceto nossa própria necessidade de nos proteger de sermos afetados. Talvez o único inimigo seja que nós não gostamos do jeito que a realidade é agora e então desejamos loucamente que ela vá embora rápido. Mas o pior é que eu já descobri que nada jamais vai embora até que tenha nos ensinado o que precisamos saber. Mesmo se corrermos a mil quilômetros por hora até o outro lado do continente, encontraremos o mesmo problema lá nos esperando quando chegarmos. Ele fica retornando com novos nomes, novas formas e novas manifestações até que aprendamos o que ele tem pra nos ensinar: Onde estamos separados da realidade? Como estamos nos fechando ao invés de nos permitir experimentar inteiramente o que quer que encontremos? 
Não adianta corrermos para lá e para cá para evitar esse ou aquele problema porque nossos problemas e obstáculos estão na visão, na atitude de resistência ou evitação e não na realidade, e é por isso que não adianta corrermos para lá e para cá para evitar esse ou aquele problema – não enquanto nossa visão estiver distorcendo a realidade. Nossos problemas são nossos próprios (pré-)conceitos e idéias e sensações gravadas sobre a realidade, e nossa identificação repetida com eles. É como uma máxima atribuída a Jung que diz "o que resiste, persiste", pode ser uma expressão simples, mas aponta para a importante constatação: a de que lá dentro de nós, talvez nada realmente nos ataque exceto nossa própria confusão, portanto não adianta entrar em rota de fuga o jeito é dedicar um olhar caridoso sobre si mesmo, e é preciso que esse seja um olhar profundo e corajoso, para que se possa ver todas essas coisas.


quarta-feira, 29 de abril de 2015

NOSSA COMPANHEIRA DE VIAJEM _ A MENTE

COMO VOCÊ LIDA COM OS SEUS PENSAMENTOS ?

 SUA MENTE... SEU CORAÇÃO


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Cultivar um bom coração e guardar bem a mente – esse é um tema que às vezes confunde as pessoas, mas o que é o coração, o que é a mente, e o que seria um bom ou mau coração, afinal?
A metáfora da mente como uma companheira de viagem (que nem é tão metáfora assim) é ótima; e não qualquer companheira, mas uma companheira problemática. Com a nossa prática incessante de pensar (nosso estado mental normal é tagarela demais, não para de falar), muitos de nós vivemos nossos dias como longas viagens com essa companheira descontrolada. Lembro de um texto que li a algum tempo (não sei mais onde) contando que não conseguimos dar uma simples volta num parque sem sermos acompanhados por 80 ou 100 mil pensamentos (ou talvez até 150 mil, não lembro o número exato, mas também qual a diferença, se é desse tamanho?). Não é uma questão de negar o pensar, mas de perceber e se desidentificar dos pensamentos insanos, doentios, iludidos... que invade nossa mente, para então ser possível, dar lugar ao  bom coração.
A ideia é a seguinte:
Quaisquer que sejam nossas circunstâncias externas, no fim das contas a felicidade ou infelicidade depende da nossa mente. Considere que uma companhia com quem nós ficamos, continuamente, dia e noite, é nossa mente. Você realmente gostaria de viajar com alguém que ficasse reclamando o tempo todo e ficasse dizendo quão inútil você é, quão sem jeito você é, alguém que lhe lembre de todas as coisas horrorosas que você já fez? Ainda assim, para muitos de nós, esse é o jeito que vivemos – com esse crítico incansável, difícil de agradar e sempre nos rebaixando que é nossa mente. Ela ignora totalmente nossas qualidades e é genuinamente uma companhia muito triste.
A questão é que quando nossa mente está cheia de generosidade e pensamentos de bondade, compaixão e contentamento, a mente se sente bem. Quando nossa mente está cheia de raiva, irritação, auto-piedade, ganância e apego, a mente se sente doente. E se nós realmente investigarmos isso, podemos ver que temos a escolha: podemos decidir amplamente que tipo de pensamentos e sentimentos irão ocupar nossa mente. Quando pensamentos negativos aparecem, podemos reconhecê-los, aceitá-los e deixá-los ir. Podemos escolher não segui-los, o que só colocaria mais lenha na fogueira. E quando pensamentos bons vêm à mente – pensamentos de bondade, cuidado, generosidade e contentamento, e um senso de não segurar mais as coisas tão fortemente, podemos aceitar e encorajar isso, mais e mais. Podemos fazer isso. Somos o guardião do precioso tesouro que é nossa própria mente.
Um coração bom é fundamentado no entendimento da situação como ela realmente é. Não é uma questão de sentimentalismo. E um bom coração também não é uma questão de sair por aí num tipo de euforia de falso amor, negando o sofrimento e dizendo que tudo é benção e alegria. Não é assim. Um coração bom é um coração que é aberto e é interessado em compreender. 
Vejo que estamos desligados de nosso sentido de interligação com os outros, estamos desligados da realidade. Porque na realidade estamos todos interligados, de uma maneira ou de outra.


terça-feira, 28 de abril de 2015

AFINAL, ESTÁ VALENDO A SUA VIDA?

A PIOR DESCULPA DA HUMANIDADE : "NÃO TIVE ESCOLHA"


Monumento a um jovem monolito

O texto que segue é muito interessante, chama-se "Monumento a um jovem monolito", do André Dahmer.
E serve para fazermos uma autorreflexão. Essas palavras estão descrevendo em alguma medida a minha vida? Me tornei um monolito?
Se a resposta for sim, é hora de jogar tudo na mesa e reavaliar tudo de novo, colega, desmonolitizando.
                                                    TEXTO                             
Ao completar trinta anos, você ganhará os olhos duros dos sobreviventes. Só verá sua amada na parte da manhã e da noite, só encontrará seus pais de vinte em vinte dias. E quando seus velhos morrerem, você ganhará um dia de folga para soluçar e gritar que deveria ter ficado mais próximo deles. Sorria, você é um jovem monolito e a vida vai ser pedrada. O trabalho é uma grande cadeia e você sentirá muito alívio por ter um. A cadeia engrandece o homem, o sangue do dinheiro tem poder. Reze. Reze ajoelhado por uma carreira, dê a sua vida por ela. Viva como todo mundo vive, você não é melhor que ninguém. Porque o dinheiro move montanhas, o dinheiro é a igreja que lhe dará o céu. Sorria, você é um jovem monolito e o mundo é uma pedreira. Eles irão moer você todinho. De brinde, muitos domingos para chorar sua falta de tempo ou operar uma tendinite. Nas terríveis noites de domingo, beba. Beba para conseguir dormir e abraçar mais uma monstruosa segunda-feira. Aquela segunda-feira que deixa cacetes moles e xoxotas secas para sempre. A vida é uma grande seca, mas ninguém sente calor: Nas salas refrigeradas, seus colegas de trabalho fabricam informação e, frios, sonham com o dia dez do próximo mês. Você é o Babaca do Dia Dez, não há como mudar o seu próprio destino. Babaca que acorda assustado, porque ninguém deve atrasar mais de vinte e cinco minutos. Eles descontam em folha e você é refém da folha, do salário, do medo. Ninguém tem o direito de ser feliz, mas você ganhará a sua esmola de seis feriados por ano. E todos nós vamos enfrentar, juntos, um imenso engarrafamento até a praia. Para fingir que ainda estamos vivos. Para mostrar que ainda somos capazes de sentir prazer. Para tomar um porre de caipirinha sentado em uma cadeirinha de praia. É uma grande solução. E você ainda ganhará quinze dias de férias para consertar a persiana, pagar contas, fazer uma bateria de exames. Ninguém quer morrer do coração, ninguém quer viver de coração. Eu não duvido da sua capacidade de vencer: Lembre disso no primeiro divórcio, no primeiro infarto, no primeiro derrame.

*Você foi um monolito em 2014?
*Vai continuar sendo em 2015?
*Será que não existe mesmo outro jeito?
*Essa é a única maneira de viver?
*Sério?
*Pensa de novo!

***Vejam esse texto não é bem um "viva no mato e seja feliz" como pode ser interpretado. Entendo ele como uma reflexão sobre o que fazemos com nossas vidas. Quando questionamos se realmente fazemos o que queremos? Por que fazemos o que fazemos?
O que importa não é o que se faz, mas o porque se faz. Você pode até chegar a conclusão que é um monolito feliz...
Nesse sentido!

segunda-feira, 27 de abril de 2015

O OUTRO NÃO SOU EU

UM EXERCÍCIO PARA PRATICAR:

NÃO SE COMPARE. NÃO PENSE NO QUE TERIA FEITO NO LUGAR DO OUTRO. NÃO JULGUE.

Quando as pessoas exaltam frases como "trate os outros como gostaria de ser tratado" ou "não faça aos outros o que não gostaria que fizessem com você" entendo que essas frases de suposta sabedoria tem a ver como o processo de civilização. Fico imaginando que essa regra foi valiosa para colocar algum parâmetro, ainda que limitado, para pessoas que cortavam cabeças com muita facilidade.
Para alguém que nem se dá conta que o outro existe esse conselho é inicialmente válido, é um meio termo tolerável.
Mas para quem quer avançar, a ideia é totalmente insuficiente. Por exemplo, já vi pessoas que são super auto-críticas (tratando isso como uma virtude) até destrutivamente e que tratam os outros com a mesma rigidez com argumento que "se com ela é assim com o outro não pode ser diferente". Daí dá pra se pensar na ineficiência do conceito. O eficiente seria que você saísse dos seus parâmetros morais e se colocasse completamente na perspectiva do outro, da história dele. O que é bem difícil, procuro fazer o exercício mas estou engatinhando. 
Portanto não é bem verdade que devemos tratar as pessoas com gostaríamos de ser tratados, porque a outra pessoa é uma outra pessoa, porque ela teve outra vida, outras experiências, porque ela tem outros traumas, outras necessidades.
Basicamente, porque ela não sou eu. Porque eu não sou, nem nunca vou ser, nem devo ser, a medida das coisas.
Utilizar a mim mesmo, minhas vontades e necessidades, o jeito que quero ser tratado, como se eu fosse o parâmetro para todas as outras pessoas é a essência da vaidade e do egoismo. É o exato oposto da sintonia.
A outra pessoa deve ser tratada não como eu gostaria de ser tratado, mas como ela merece e precisa ser tratada.
E como vamos saber como essa tal outra pessoa merece e precisa ser tratada?
O primeiro passo é sair de mim mesmo e deixar de me usar como parâmetro normativo do comportamento humano. Essa é a parte fácil.
Depois, preciso abrir os olhos e os ouvidos e o corpo inteiro, e reconhecer que existem outras pessoas no mundo, e que elas são todas bem diferentes de mim.
E que o único jeito de perceber o quão diferentes elas são é enxergando-as, escutando-as, conhecendo-as.
Com atenção plena. Para tentar a sintonia, é preciso antes reconhecer que não sabemos nada das pessoas.
Que a vida de cada pessoa inclui um horizonte de acontecimentos que se estende perpetuamente além de nossa visão: os problemas crônicos de um idoso pode está conectadas a sua culpa que está conectado ao seu casamento que está conectado aos seus filhos que estão conectados aos seus próprios dias de menino...
Entrar em outra pessoa é como visitar  um país estrangeiro: temos que passar pela imigração e pela alfândega, caminhando com cuidado, de pergunta em pergunta, de sentimento em sentimento.
Estabelecer um contato assim é tentar entrar em outra pessoa, nesse país estrangeiro, mas sempre reconhecendo que jamais, jamais conheceremos realmente essa pessoa, que nunca seremos cidadãs desse país.
A leitura deste texto nos convida a entrar completamente na vida do outro! Saber que nós somos diferentes de todas as pessoas e que cada um tem uma história e merece ser respeitada e entendida em todos os sentidos... Essa é uma visão para aplicarmos em nossas relações. Que é bom que você possa olhar o outro assim e que o outro também possa te olhar com generosidade.
Se você fica pensando: como vou fazer isso?... Entender por que uma pessoa não gosta de mim, me persegue, me calunia... entender o que eu não entendo... Basta apenas não entender, não saber, não perguntar... e assim, por mais estranho que possa parecer, seremos seres humanos um pouco melhores.


sábado, 18 de abril de 2015

ESSA PRISÃO "OS OUTROS"

O QUE OS OUTROS VÃO PENSAR?


Acho que essa prisão "os outros" é uma das mais difíceis de se libertar, afinal o ser humano é um ser social, que (em geral) depende da convivência (e consequente aprovação) com outros seres para viver bem. E, se aquilo que você for de verdade, sem fingimentos, sem máscaras, sem palavras de gentileza, não atrair ninguém no fim das contas? O que é mais árduo: a solidão ou a prisão "os outros"?
Essa é uma das coisas que mais consome as pessoas na vida, essa amarra ao que os outros vão pensar sobre o que você fala, como você age, o que você é.
Bem, penso que nada pode ser mais libertador do que se livrar dessa ilusão de que existe algo que possamos fazer para sermos amados e desejados por todos.
Se as pessoas se dessem conta de quanto é breve a nossa vida, elas levariam mais a sério a história de procurar o que há lá por dentro  de si ao invés de simplesmente tentar se modelar ao padrão!
A proposta quando falo em prisão é lançar luz sobre "verdades" da nossa sociedade que de tão óbvias ninguém nota, é mostrar que "olha, existem outras maneiras de ser" que não apenas essa a que estamos automaticamente operando e ao qual muitas vezes nos aprisionamos. Se libertar dessa prisão não significa alcançar um nível de iluminação búdico, significa ter escolhas sobre aquilo que nunca te deixaram questionar ou escolher, ou seja significa fazer escolhas conscientes. Uma vez, conscientes dos fatos deixamos de ser prisioneiros e passamos a fazer escolhas verdadeiras (Verdadeiras no sentido de ter consciência). A prisão a que me refiro são condicionamentos impostos que aceitamos sem questionar e acreditamos que escolhemos. 
Então a ideia é sair do modo de funcionamento "agradar a todos para que fiquem próximos" e partir para um modo "agradar a mim sendo eu mesma". Para isso é necessário que você saiba, afinal, quem você é, do que você gosta e quem e o quê você quer atrair. Quando você existe, se entende por gente, compreende a si próprio com mais afinco e assim consegue construir uma estrutura bem mais sólida pra encarar a vida com tudo que há.



sexta-feira, 17 de abril de 2015

MENOS AMARRADOS MAIS LIVRES

ÀS VEZES É AMOR. ÀS VEZES É SÓ APEGO MESMO

Num mundo em que a única constante é a mudança, vamos combinar, a gente morre de medo das mudanças, não é?
Não me refiro só ao medo da escola nova, de não se encaixar na cidade desconhecida, das cobranças num novo emprego ou, até mesmo, do vizinho caladão com cara de poucos amigos que se mudou ontem.
Falo daquele medo mais interno de, sem querer, virar um ex-alguma-coisa: ex-namorado, ex-marido, ex-empregado ou ex-pegador. 
Num nível tranquilo, fixação tem  a ver com não mudar. Pode ser interpretada como sendo aquele aspecto da sua vida que você não gostaria que mudasse, ou ainda, aquilo que você tem certeza que é.
Ideologias, religiões, times de futebol, partidos políticos, apelidos, relacionamentos, status social, coisas das quais nos orgulhamos etc. Todas estas podem ser fontes de fixações que acabam por influenciar e restringir as nossas possibilidades de escolhas.
Se o mundo muda constantemente e nós tentamos, a todo custo, manter uma parte da nossa vida inalterada, algum atrito vai acontecer. Se tentarmos manter a nossa identidade atrelada a essas fixações, mais cedo ou mais tarde vamos ter que gastar uma energia tremenda tentando sustentá-las.
Com exemplos isso fica mais fácil de visualizar.
Uma pessoa que se considera um Don Juan, vai estar sempre atrás de uma nova conquista, nunca ficando satisfeito e, mais cedo ou mais tarde, vai usar muita energia tentando sustentar essa fama, gastando muito em baladas, roupas caras, jantares e encontros. Se a fixação de Don Juan dele for atacada, ou contestada, vai gerar raiva, já que ele está tão certo de que é um amante perfeito que defenderá isso a qualquer custo.
Muitas brigas acontecem por causa das fixações. Uma pessoa é vegetariana e você vem dizer que comer carne é a melhor opção? Pronto. Campo fértil para uma discussão inglória. Imagine então, se o time do coração de alguém fechasse ou sumisse. Suspeito que a pessoa ia brigar até o fim dos dias pela volta ou, pelo menos, pra manter viva a memória do seu time.
A princípio não precisa fazer nada. Não tem problema nenhum em torcer pro seu time, ser do partido ou se considerar uma pessoa poderosa. O problema começa quando você tem uma certeza imutável e inabalável disso.
E se os mal-humorados passassem, do nada, a sorrir? E se você que tem certeza que é um fracote, começasse a desenvolver força extrema? Rapaz. Isso seria tudo!
Ter um certo nível de desconfiança para cada uma das nossas obsessões é um meio muito bom de ter uma vida mais leve. Se a gente pudesse sorrir a cada vez que a gente se perceber numa fixação, com certeza teríamos menos desentendimentos e bem mais amigos. Quanto menos amarrados formos, mais livres seremos.
Fixação é talvez a origem de todas as nossas aflições.
E aí, quais fixações vocês tem medo de deixar de lado?



quinta-feira, 16 de abril de 2015

DIREÇÃO SIMULADA

"QUANDO ESTOU AQUI / EU DECIDO IR LÁ / QUANDO ESTOU LÁ / EU DECIDO VIR AQUI / —SEM TRANQUILIDADE"


Todo dia, em todo lugar, todos nós que nos movemos de um lado para o outro queremos uma só coisa: chegar ao nosso destino da forma mais fácil, tranquila e feliz possível.
O trânsito é uma simulação das nossas vidas. Ele está em todos os países e dias da semana, afeta pessoas de todas as cores, credos e classes. A busca pelo caminho de menor sofrimento afeta a todos e nos faz ficar pensando o que nos faria chegar mais rápido e no tempo certo.
Às vezes apostamos numa mudança de faixa, afinal a faixa ao lado sempre anda mais rápido. Mas é só mudarmos pra esta faixa que aquela começa a andar e parecer melhor. Às vezes apostamos num desvio ou caminho diferente pra descobrir, lá na frente, que este novo caminho também tem muitos semáforos e carros. Às vezes apostamos num jeito diferente de chegar ao destino, indo de bicicleta ou à pé. Mas isso não impede que a gente também sofra os efeitos da aglomeração de carros e pessoas à nossa volta. Não tem jeito.
A loucura é tanta que quem está dentro do carro, vê todos os outros automóveis como potenciais oponentes à sua busca. Uma freada ou cortada de alguém é motivo de xingamento pra todo lado — afinal o outro só pode estar querendo atrapalhar o percurso, né? A gente nem vê direito os pedestres ou ciclistas, de tão fechados que ficamos. Nos colocamos no trânsito e vamos guiados por nossos impulsos, e no fim parece que estamos num jogo sem metas claras, onde cada um de nós é o único jogador.
Entre uma esquina e outra, ligamos o rádio, mexemos no celular ou ruminamos situações passadas em busca de algum entretenimento, escape ou apenas pra alimentar uma fantasia de controle — já que todo o caos à nossa volta é incontrolável.
Se chegamos ao destino final de manhã, sempre haverá o trânsito da noite. Se esquecemos do congestionamento de noite no happy hour, a mesma rotina já nos espera implacável no dia seguinte. Desse jeito não temos opção viável.
Desde o carro até o trânsito, tudo vai operando, como um jogo jogado por cada um. Assim como são, também, os nossos relacionamentos, nossa carreira, nossos orgulhos, nossa vida.
Talvez o melhor seria não estarmos tão fixados em nossas próprias ideias sobre como, onde e quando deveríamos chegar —  não vamos sofrer por causa do "trânsito". 
Pense nisso das próximas vezes em que estiver "dirigindo"!

quarta-feira, 15 de abril de 2015

SOBRE NOSSO PRÓPRIO PROCESSO, SOBRE NOSSA VIDA

GANHANDO CLAREZA


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Estamos transferindo nosso equilíbrio para medicamentos. Ou para outras pessoas cuidarem de nós: a gente precisa fazer massagem, precisa de um terapeuta… Quando na verdade nós precisamos ser doutores de nós mesmos. Quando você senta e o corpo não querer parar... Como é que eu não sei ficar parado? Isso é muito curioso.
Se quisermos compreender o que está por trás de qualquer problema a única maneira é investigar, pois a porta de saída fica mais visível quando mapeamos a estrutura da prisão. 
Quando sofremos não conseguimos parar e repousar, entramos em algum jogo e perdemos contato com a realidade, não conseguimos olhar para o outro em seu próprio mundo . Para resumir sofremos por ausência de equilíbrio e sabedoria. Então o antídoto seria obter esse equilíbrio buscando sabedoria. Mas como?
1) Equilíbrio. Sem parar, é impossível mudar nosso movimento: nascemos, somos levados daqui pra lá, e morremos. Então devemos cultivar a atenção, estabilizando corpo e mente sem flutuar tanto com as condições externas. 
2) Sabedoria. Quem sou eu? Onde realmente estamos? O que está acontecendo? Quanto mais paramos, mais conseguimos olhar. Aqui entram as ideias que nos levam a investigar o funcionamento da mente e das emoções, as bases de cada relação, as causas do sofrimento e da felicidade, dos sonhos, da realidade, de todas as questões existenciais. Ganhamos clareza sobre os processos mais sutis do viver ao morrer. Como um pensamento surge, se mantém e cessa? 
O que acontece internamente quando uma pessoa reduz o ciúme, a ansiedade, a depressão, a raiva? E como eu posso entender mais e me apropriar desse processo sutil?

Imaginem uma pessoa se debatendo em um lago. A primeira coisa que ela precisa fazer é parar de se debater. Depois, ela pode usar essa calma para olhar ao redor, ver o que tem no fundo da água, por que os outros se debatem tanto etc. Vendo que qualquer um ali tem o potencial de viver de modo mais amplo, sem tanto sofrimento, com equilíbrio e sabedoria é natural que  ela se relacione com as outras pessoas ajudando quem continua a se debater. 
As práticas de equilíbrio nos preparam para as práticas de visão, que nos preparam para as práticas do coração. Se quisermos ajudar alguém, vamos precisar de equilíbrio e sabedoria. E podemos entrar em qualquer situação com sabedoria porque ela também nos leva a equilíbrio e compaixão.

São esses cultivos do mundo interno que mexem nas bases mais profundas da vida, não importa qual seja sua cara externa. 
Para cultivar equilíbrio, sabedoria e compaixão, uma combinação de corpo parado (atento, não perturbado), olhos lúcidos (livres de enganos) e coração aberto. 
Ganhando clareza para reorientar e transformar!


terça-feira, 14 de abril de 2015

QUERER SER FELIZ PODE REVERTER EM UMA DEPRÊ

JÁ PENSARAM NISSO? 


Se aparece um gênio da lâmpada, você pediria para ser feliz?

Por que não pedir pra ser Bom? Honesto? Justo? Leal?

Por que pedir logo, entre tantas coisas possíveis, para ser feliz?

Quando foi que nossa própria felicidade individual assumiu o centro das nossas vidas?

"Feliz" é mesmo a coisa mais importante que devemos querer ser?

Felicidade deve ser mesmo nosso objetivo mais buscado?

É certo querer tanto assim ser feliz?

O que você está deixando de fazer enquanto corre atrás de ser feliz?

Que tipo de felicidade você busca?

Se a felicidade não é um lugar mas uma sensação, se não é um estado mas um feixe de momentos, se nunca é permanente mas sempre passageira, se por definição é inalcançável e inatingível, por que correr atrás dela?

Ser feliz vai te fazer uma pessoa mais digna, mais honrada, mais aberta?

Ser feliz vai te fazer ouvir os outros, exercitar seu amor ao próximo, estender a mão?

Ser feliz vai te fazer ter paciência com a sua mãe, não destratar os outros, ser fiel à esposa?

O mundo vai ser um lugar melhor se você for feliz?

Afinal, por que você quer tanto ser feliz?


* Vejo que todos aceitam a busca da felicidade como sendo um objetivo universal, sem nunca ter refletido sobre isso. Na verdade, paradoxalmente, essa é uma das maiores causas da ansiedade/depressão, pois é impossível estarmos sempre felizes, e muitos, percebendo que estão tristes ou desanimados, acham que tem algo de errado, que falta algo em sua vida. 
Se aceitarmos que é normal ficar triste de vez em quando, que é ótimo estarmos pensativos, quietos, e que não há necessidade de estarmos sempre esfuziantes viveríamos mais tranquilos. 
O importante não é se sentir feliz as 24 horas do seu dia, mas saber que está fazendo o seu melhor. Assim, os momentos de felicidades com certeza serão naturalmente par constante com você !


segunda-feira, 13 de abril de 2015

ILUSÕES DE ÓTICA

O OLHO VÊ, O CORPO SENTE MAS É A MENTE QUE PENSA E CRIA SENTIDO.



Durante toda a nossa vida, buscamos experiências positivas de felicidade e evitamos experiências negativas de sofrimento.
Quando vamos atrás de álcool, carros, grana, poder, locais paradisíacos, retiros espirituais, alucinógenos, comidas, noitadas, na verdade não estamos querendo nada disso. Queremos apenas estabilizar, por meio desses suportes, algum estado de felicidade, prazer, diversão, vida com sentido e leveza que já atingimos alguma vez ou que imaginamos ser possível. Só isso.
O lance é que não conseguimos atingir e sustentar tal estado positivo diretamente, então inventamos condições, na esperança de aumentar a probabilidade disso tudo acontecer. Por exemplo, durante um jogo de futebol, a pessoa coloca sua felicidade na mão de um time, ou melhor, em um tipo de camisa, pois jogadores e técnicos mudam o tempo inteiro.
Então, considerando que as camisas são praticamente iguais, na verdade, você permite que estampas controlem o batimento do seu coração. E não só com times e estampas. Fazemos isso com pessoas, relacionamentos, lugares, coisas, situações...
Ora, se o que nos deixa bem são as experiências positivas, vamos aprender a produzi-las e sustentá-las mesmo na ausência de dinheiro, mesmo durante a derrota de nosso time. É impossível estabilizar a chuva ou controlar os movimentos dos jogadores no campo, mas podemos estabilizar aquilo que realmente define se a chuva ou a final do campeonato vai nos causar uma experiência positiva ou negativa: nosso corpo e nossa mente.
"Não importa o que acontece com você, mas o que você faz com o que acontece com você". Já ouviram essa máxima existencialista ... né? 
Vocês já devem ter ouvido falar que nossa felicidade ou sofrimento não tem quase nada a ver com o que estamos fazendo, mas como está nossa mente. A qualidade de nossa experiência não é definida pelo que acontece, mas por como nosso corpo e nossa mente agem sobre o que nos acontece.
Assumir a responsabilidade por todas as nossas experiências é o mesmo que resgatar nossa liberdade, já que a servidão é justamente ser condicionado, ser refém, ser afetado, reagir passivamente a fatores externos. Se nos descobrimos como autores de nossas experiências,  imediatamente nos tornamos livres.
Afinal, tudo o que nos acontece passa pelo nosso corpo e pela nossa mente, não é mesmo?
Ora, é sensacional a capacidade de se descolar da realidade imediata e projetar a mente para o passado ou para o futuro; o problema é não deixar o processo compulsivo pelo qual a mente sabota a si mesma, fazer a gente funcionar a ponto de perdermos o direcionamento de nossos pensamentos e emoções. 
Com uma mente estável, seremos capazes de gerar e sustentar experiências positivas, não importa onde, como, com quem ou quando. Não importa se dispomos de muitos ou poucos objetos, se as situações e eventos se configuram de um jeito ou de outro, se a vida anda bem ou mal ao nosso redor, pois as experiências positivas não dependem disso. 
Então que tal  nos dedicarmos a alterar a qualidade de nossa experiência?



sábado, 11 de abril de 2015

EXERCÍCIOS FÍSICOS SEM STRESS... SEU CORPO AGRADECE!

O PRAZER PRECISA ESTAR EMBUTIDO NA HISTÓRIA, SE NÃO NÃO HÁ COMO ADQUIRIR O HÁBITO.



Não sei, mas me parece que os exercícios físicos se transformaram numa forma moderna de punição. Um modelo onde só pessoas com capacidade quase masoquista conseguem tirar proveito do sofrimento, enquanto esperam o tão sonhado resultado.
Obviamente, existe um esforço necessário para sair da zona de conforto. Um movimento que precisa ser iniciado para conseguirmos dar sequência. O esforço em parceria da disciplina – capacidade de adiar a satisfação do resultado – são peças que nos ajudam a seguir.
Muitos falham frequentemente na busca de um estilo de vida mais saudável simplesmente porque estão fazendo algo que não dá o mínimo prazer. Definem suas atividades se baseando na realidade e vontade de outras pessoas. Por isso desistem logo adiante, e se perguntam como os outros conseguem.
Mas eu tenho uma boa notícia, não precisa ser assim.
Pense um pouco, por que precisamos correr 40 minutos para considerar que fez seu exercício aeróbio? Por que devemos fazer exatamente o que as outras pessoas estão fazendo para sentir que estamos no caminho certo? Por que simplesmente não fazemos algo que gostamos como forma de nos exercitar?
É muito difícil reconhecer e assumir que somos diferentes, temos outra necessidades e respondemos a incentivos de forma completamente diferentes. Temos nossas próprias vontades e formas de querer as coisas. Por que então não substituímos algumas atividades chatas por coisas que gostamos?
Para substituir algumas atividades, vamos entender um pouco como os exercícios funcionam. Quando corremos, por exemplo, o que estamos fazendo é aumentar a quantidade de vezes que nosso coração bate. Quanto maior a velocidade, mais rápido nosso coração bate, mais rápido ficamos cansados. Procuramos assim estabelecer um ritmo, mantendo o coração numa frequência que nos canse mas não nos impeça de continuar. Esse processo força nosso corpo a se adaptar ao esforço, nos tornando assim mais resistentes.
Compreendendo este conceito, qualquer atividade que siga essa mecânica terá um potencial de queima de gordura e melhora cardiovascular similar ao da corrida. Digo similar porque cada atividade tem sua particularidade, nenhuma delas é idêntica em sua execução e resultado total. 
Eu particularmente vejo muito mais prazer na vida de uma pessoa que tem gosto de acordar 5h30 da manhã pra treinar antes do dia começar, pra se superar, bater um recorde pessoal, ou qualquer outra coisa, do que na vida daquela pessoa que leva tudo na barriga (e que barriga...), que vai toda hora pra balada, pro barzinho, pra sei lá onde, sempre atrás de euforia, de diversão, disso, daquilo, quando no fundo o que faz essa pessoa estar sempre atrás de estímulos, é falta de estímulo próprio. E uma pessoa nessa condição não tem mesmo como ter vontade de fazer outras coisas que não dêem resultado imediato, ela não cultiva a sua vontade. Aquelas "tentativas de entrar na academia" realmente, são pessoas indo atrás de algum discurso senso comum que elas ouviram em algum lugar, e que raramente vai pra frente. Num primeiro momento, olhando assim, parece que a pessoa que falha é uma coitadinha injustiçada por um mundo malvado de exercícios extenuantes, e não uma pessoa que cultivou uma vida no mínimo muito pior do que poderia ser, com pequenas decisões diárias deliberadas e acumuladas pelo tempo, e que precisa sim acordar pra vida (pelo menos enquanto a nossa vida depender de um corpo. Quando botarem nossos cérebros em robôs, daí todos os argumentos de "não gosto de mover meu corpo" passarão a fazer sentido).
Confesso a vocês que não há um dia sequer no qual não dá uma vontade de ficar embaixo da coberta de manhã ao invés de ir correr. Mas também não há um dia sequer no qual não volto com um grande sorriso no rosto após mais uma espetacular corrida.
Quem faz isso sabe do imenso prazer o qual tento descrever. Quem não captou a essência, recomendo que experimente pelo menos uma vez, que vá em busca da sua. Não irá se arrepender!

>>CONCLUINDO: A filosofia é assim... resultado sem stress, sem dor. Sem ultrapassar limites, mas sim empurrando limites cada vez mais longe. E isso acaba refletindo no preparo mental também.


sexta-feira, 10 de abril de 2015

REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL RESOLVE A VIOLÊNCIA?

REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL  #  OPINIÃO 


Li um texto da OAB chamado "redução da maioridade penal não resolve violência". Eu não sei o que resolve, mas sei o que não resolve: passar a mão na cabeça de criminoso, independente dele ter 16 ou 18 anos.
Sou a favor da redução, apesar de saber dos problemas das instituições brasileiras que circundam a questão, como superlotação dos presídios, sistema judiciário devagar quase parando e educação péssima. São problemas sérios e urgentes, claro, mas não se pode mais tolerar que menores não respondam à lei apenas porque são menores. Um adolescente de 16 anos tem plena capacidade cognitiva para saber que puxar um gatilho ou bater uma carteira tá errado.
Além disso, há a questão dos criminosos maiores de idade que se escondem atrás de menores. Eu lembro o caso dos corinthianos presos na Bolívia: queriam culpar um menor. Quantos crimes são cometidos e assumidos por um menor apenas porque sabem que não ficarão mais de uns meses presos?
Hoje temos muitos jovens cumprindo internação sentenciada, ou seja, na fundação casa e em instituições do gênero. Sim, o número é grande e reduzir a maioridade penal apenas atolaria ainda mais as cadeias, mas o pensamento de que "cadeias estão cheias e por isso a redução da maioridade penal é inadequada agora" é uma ideia passiva demais. Acho que é um pouco do nosso comodismo, mesmo. Se não há cadeias para todos os criminosos, quer dizer que o estado falha duplamente -- por não prevenir e por não punir adequadamente. Destes dois problemas, um podemos reduzir agora, e é punindo adequadamente, sem discriminar idade.
Inclusive, a punição deveria ser revista não apenas para menores, mas para todos os casos. É piada uma legislação que permita ao preso cumprir apenas uma parte irrisória da pena. A impunidade, neste caso, gera apenas mais criminosos: mais da metade dos presos são reincidentes, isso porque o sistema penitenciário brasileiro não busca punir, mas sim reinserir (o que funciona apenas em teoria). O homem precisa ter algo a temer, e que esse algo seja a lei. Se ela for branda, a coisa se perde...
A partir do percentual de reincidentes me arrisco a ter duas linhas de raciocínio: 1) o sistema penitenciário brasileiro é falho porque não ressocializa como pressuposto, ou 2) o sistema penitenciário brasileiro é falho porque não pune adequadamente. Eu sei que é o ambiente que forma o criminosos, mas acredito que, uma vez formado, o criminoso não volta à vida "de bem". Não digo que seja impossível, apenas que é raro, e independente de qual linha de raciocínio a gente siga, tais reincidentes são prova de que o sistema deve ser corrigido, com certeza, mas até lá, continuaremos a ser brandos? inclusive com jovens que estupram e matam?
Tem gente que, pelo meio ou por necessidade ou ainda para se sentir "invencível", tira uma vida, estupra e rouba. Outro ponto: dizer que "devemos nos culpar" (assim como ouvi por aí, que "a sociedade é quem puxa o gatilho") simplesmente não significa coisa alguma. Eu adoraria (sem ironias aqui, adoraria mesmo) que alguém me explicasse como eu, parte da sociedade a que a afirmação se refere, puxou o gatilho. Honestamente, acho isso de generalizações ("a sociedade puxa o gatilho", "o homem é machista", "a classe média é alienada" etc.) uma saída fácil demais para qualquer argumento oposto, basta dizer que "o todo é assim" e pronto. Acho até mesmo um tanto ofensivo, mesmo quando você fala dos pais e tals... Cara, tem pai que ama o filho, que o educa como prescrito na cartilha dos bons costumes, mas o filho é da bandidagem -- pelo meio (que nem é somente a família), por necessidade ou "para se sentir invencível".
Eu sei que muita gente é contra a redução da maioridade penal porque têm a imagem de um menor carente. Pessoal, essa é uma imagem errada! quando falo em reduzir, me refiro aos adolescentes que trabalham pro tráfico, que estupram, que matam para roubar.


>> Ideias sociais politicamente não tão corretas sobre criminalidade:


*o sistema penitenciário brasileiro é fruto de uma cultura de vingança social que vem se desenvolvendo e abrandando ao longo dos séculos (vide "Vigiar e Punir" de Foucault). No fundo no fundo não estamos nem aí para o ser humano que cometeu um crime, queremos que ele seja castigado e jogado às traças como uma forma de vingança.
O que muitos queriam mesmo é que tacasse todos os presos, cidadãos que de certa forma não estão aptos ao bom convívio social, em uma locomotiva cheia de bombas e mandar todos pro inferno. É isso mesmo o que nossa sociedade quer, ninguém tá nem aí para ninguém, não querem entender as causas e as consequências, querem mais é pensar na situação fatídica atual e ver qual solução seria a melhor de imediato.

*Enquanto o indivíduo esta preso, ele não comete crimes. Esta é, talvez seja, de fato, a única utilidade do sistema carcerário.

*Prisão não é apenas para recuperar criminosos. Prisão também serve como castigo por um ato criminoso e para isolar o elemento perigoso, permitindo que os não criminosos tenham alguma tranquilidade.

*Castigar para reeducar é tolice. Castigar por castigar sim, porque não se deve fazer isto ou aquilo, se fizer, você está f.... A mentalidade deveria ser esta.

*A prisão deve servir para excluir da sociedade aquele elemento que deu provas de que é nocivo para a coletividade.

*"A pessoa criminosa não é uma máquina de cometer crimes". Essa frase soa bem ingênua. Se a prisão é uma "escola do crime" a impunidade também é. Mas pelo menos na prisão eles estão fora de circulação.

*Você está equivocado quando diz que só se castiga com objetivos educacionais. Prisão serve pra tirar o perigo de circulação, serve pra punir, serve pra que um indivíduo livre pense duas vezes antes de cometer um crime.

*Eu acredito que existam seres de paz, bons e respeitosos, assim como aqueles que querem a maldade. São valores subjetivos, mas existem valores que são prejudiciais à sociedade sim, e não sei como lidar com os homens que cultivam tais valores... Não existe sociedade sem crimes. O homem não está preparado para o pensamento social, só pensa no individual. Por isso que ideologias como socialismo, anarquismo, nunca funcionariam.

*Então o problema da criminalidade é educação e condição social? Maluf, Sarney e cia não estudaram e são pobres? Criminalidade não tem necessariamente  relação com condição social, porém só os pobres são condenados.

*Cadeia é lugar pra estocar pobres.



quinta-feira, 9 de abril de 2015

LEMBREM-SE: O ANO NOVO É TODO DIA

POR QUE DEIXAR PARA O PRÓXIMO ANO? ... OU MELHOR: POR QUE AINDA NÃO ESTÁ FAZENDO?


Existe uma ideia evolutiva, que paira em nossa cultura, de que hoje somos melhores que ontem e amanhã seremos melhores que hoje.
Isso leva as pessoas a se perceberem subindo uma rampa imaginária para uma condição mais sofisticada de si mesmas que o dia anterior. E, mesmo sem esforços ou trabalho pessoal extra, acreditam-se arrastadas por uma correnteza que a faz evoluir.
Essa atribuição do tempo como curador de mágoas e transformador de caráter é falha, ainda que muitos acreditem. Nesse caso, a velhice resumiria o ícone da vida plena. 
Se isso é verdadeiro, porque vemos tantas pessoas idosas mimadas, deprimidas, lamentando a vida e sem nenhuma alegria de viver?
Certamente, não é porque os filhos desaparecem ou a aposentadoria é lamentável, mas provavelmente porque não criaram uma vida com algum tipo de significado ou reuniram uma rede de pessoas queridas em sua volta.
Os que fizeram isso, estão bem acompanhados e com pelo menos algum trocado no bolso. O tempo não opera milagres, visto que é apenas a sucessão de minutos, e agora que já não estão protegidas pela jovialidade, deixam transbordar seu descontentamento de décadas com o ônus de fraqueza e doenças.
Até que ponto alguém realmente se torna mais complexo, maduro, responsável, livre e lúcido por pura inércia?
Já repararam... o fim do ano sempre anuncia que o próximo ano será melhor que o anterior. Esse é um raciocínio automático e pouco provável.
Os otimistas parecem tomar um fôlego psicológico a fim de renovar suas esperanças torcendo por uma correnteza que progride inevitavelmente.
Acho até válida a perspectiva cíclica que nos lembra que o tempo passa e estamos nos encaminhando para a morte. Essa finitude concreta, marcada pelo fim do ano poderia nos fazer arregalar os olhos para a importância de cada minuto irrecuperável.
Todo dia do ano é um convite para uma mudança que não precisa ser radical, o ano novo realmente acontece a cada ato prático, insistente e dedicado para substituir uma atitude problemática e colocar no lugar outra que gere felicidade.
A mudança nem sempre precisa ser pensada ou racionalizada, pode ser um simples dobrar de esquina na direção contrária.



quarta-feira, 8 de abril de 2015

A CONDIÇÃO RELATIVA DE SEU SOFRIMENTO

"NARCISO NÃO ESTAVA TÃO APAIXONADO POR SI MESMO QUE NÃO CONSEGUIA AMAR MAIS NINGUÉM: É O OPOSTO. ELE NUNCA AMOU NINGUÉM E ENTÃO SE APAIXONOU POR SI MESMO...

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...PORQUE NUNCA AMOU NINGUÉM, ELE SE APAIXONOU POR SI MESMO. ESSA FOI SUA PUNIÇÃO."


Muitas de nós acreditamos que se tivéssemos um carro maior, uma casa mais bonita, férias mais longas, um patrão mais compreensivo, ou um parceiro mais interessante, nossas vidas seriam muito melhores. Não há quem não pense assim.
Passamos a vida pensando que existe o "eu" e que existe essa outra coisa separada, "o tudo que não sou eu", que nos causa alternadamente dor ou prazer. Assim, evitamos tudo que nos fere ou desagrada ou causa dor; e buscamos ou toleramos ou aceitamos tudo que nos agrada ou nos envaidece ou nos causa prazer, fugindo de uns e perseguindo outros. Sem exceção, todos fazemos isso.
Ficamos apartados da vida, olhando para ela de fora para dentro, analisando, fazendo cálculos como "e o que eu ganho com isso? será que vai me trazer prazer ou conforto? será que devo fugir?" Sob nossa fachada agradável, existe muita ansiedade.
Se nosso barco cheio de esperanças, ilusões e ambições (de chegar a algum lugar, de tornar-se espiritual, de ser perfeito) vira de cabeça pra baixo, o que é esse barco vazio? O que sobra? Quem somos nós?
O objetivo de muitos ensinamentos é fazer as pessoas "se sentirem bem", validando suas emoções. Se você só está preocupado em se sentir bem, melhor fazer uma massagem relaxante ao som de uma música zen.
O objetivo aqui não é esse, pelo contrário, é dizer que precisamos expor nossas falhas, olhando-as, denunciando-as a nós mesmos e assim, por fim, ter a possibilidade de virar nossa vida de cabeça pra baixo.
São muitos os dilemas pessoais, o profundo drama existencial enfrentado por nós, tende a ser sintoma de que estamos fechados em nós mesmos. Estamos solitários centrados nos nossos próprios problemas pessoais. Talvez se observasse esses problemas sob outra perspectiva, relativizando esses nossos dilemas, entenderia o quão "não-grande" são esses nossos dramas, lembraríamos que muitos compartilham de dramas tão sofridos ou pior que os nossos,  nos dar conta desse nosso olhar egocêntrico, seria um belo passo inicial para nos desapegar do sofrimento. A própria lembrança de nossos dramas perto do grande esquema das coisas, pode justificar inclusive o próprio valor que estamos dando ao nosso sofrimento. Olhar assim nos ajudaria a relaxar e observar tudo por outra perspectiva. Isso nos facilitaria enxergar soluções e os tantos caminhos possíveis.
Portanto o exercício aqui proposto é tentar de qualquer forma abrir nossos olhos para a relatividade de nossos problemas...
Narciso não estava só: Ele tinha o seu reflexo.



terça-feira, 7 de abril de 2015

"CONHECE TE A TI MESMO"

"A VIDA NÃO EXAMINADA NÃO VALE A PENA"

Você tem a coragem de sair do piloto automático e empregar um pouco de consciência presente? Se fizer isso tenha certeza que a qualidade de muitas coisas ao seu redor de fato vão aumentar. Desencadeando uma reação em cadeia bonita de se ver ! 
Partindo do princípio Aristotélico que os comportamentos são hábitos, podemos dizer que muitos vivem habitualmente amortecidos comodamente,  em uma cadeia de gastos de energia sem paixão.
Quando se acorda sem vontade, se arruma sem vontade, sai sem vontade. Sem vontade. Esse é o samba de uma nota só, cantado todo dia pela maioria dos indivíduos da cidade.
Mesmo, muitas vezes, obrigados a esbarrar num estranho pela rua a mente se isola, o olho procura o horizonte, está longe. As pessoas são duras e é pouco o contato visual,  assim a vida vai passando num monólogo.
Este é o padrão. Mas precisamos é de outra coisa. Precisamos do Coringa! Do caos! Precisamos quebrar o padrão! 
O Coringa existe e é bastante sutil. Coisas estranhas acontecem debaixo dos nosso nariz ou do nosso amortecimento e nós não vemos.
A quebra de padrão dá uma sacudidela, é como quando um elevador enguiça e na hora que tudo se resolve todos que estavam dentro do elevador saem conversando como se fossem velhos amigos. O caos momentâneo faz esquecer a falsa impressão de que temos de nos proteger de todos.
Deveríamos instituir "O quebrador de padrões". Se a vida fosse pregada como uma liturgia anti-marasmo para manter os seres acordados, sinais e mais sinais, que antes eram sinais para engatilhar condicionamentos, poderiam ser sinais para fugir deles. Manter-se desperto seria a lei.
Que tal explodir nossos amortecimentos como Coringas... E despertar, com vontade! Vivendo mais acordada.



segunda-feira, 6 de abril de 2015

COM TRABALHO MAS SEM ESFORÇO

FAÇA TUDO SEM ESFORÇO



Uma vez ouvi um ensinamento que dizia: “Faça tudo sem esforço”. Por muito tempo eu achei que esse "sem esforço" era uma forma de dizer para ficar quase parada e esperar que tudo chegasse a mim no devido tempo.
Hoje queria compartilhar brevemente uma nova visão que me surgiu. O que vou descrever serve para qualquer atividade cotidiana, mas vou usar a natação e a corrida de média a longa distância como exemplo, pois é algo familiar pra mim.
Nadar e correr é um exercício que exige muito do corpo e da mente. Na natação avançamos na água do mar, sem contato com outras pessoas, sem ouvir, sem sentir cheiros e sem entretenimentos. Mesmo assim, cada braçada é feita sem esforço. Na corrida já percorri kms por 1, 2 e um pouco mais 3 de horas com estado mental de tranquilidade e satisfação. Se parece contraditório, explico.
Quando algo é feito sem esforço, é porque surge naturalmente, sem que tenhamos que ficar gastando energia reafirmando ou reanimando o movimento.
São necessárias várias horas e dias de treinos, nadando em piscinas, para poder participar de uma prova aquática, ou correndo pelas ruas para as provas de corrida. E esses treinos tem de ser feitos sem esforço, pois se não só seriam possíveis com muita disciplina, o que nem sempre dá certo, além de provocar uma sensação ruim de cansaço, luta.
Os treinos tanto de natação quanto de corrida devem brotar naturalmente dentro da rotina de modo que todo nosso contexto nos leva aos treinos: se alimentar bem para poder treinar, preparar o material de treino, ler artigos sobre o tema para saber das novidades. Isso ajuda a criar uma paisagem mental na qual o exercício brota como um desdobramento útil, natural.
Da mesma forma, o contexto interno também favorece o esporte, pois quando vou treinar surge energia, alegria, vontade de participar. Como a rotina está estruturada e separo um espaço para que os treinos aconteçam, na hora que estou nadando ou correndo não preciso me preocupar se esse tempo deveria ser aplicado em alguma outra atividade, o que facilita o desempenho já que não estou nem um pouco preocupada com outras coisas nesse momento. 
Isso não significa que eu não tenha preocupações usuais, como cuidar da casa, dos filhos, etc — tenho todas essas e várias outras me buzinando a mente. Porém, a prática acontece apesar delas. Dentro do contexto em que estou essas coisas serão resolvidas em seu devido tempo e não no espaço reservado para praticar.
Se os longos treinos surgem naturalmente, a prova final é feita sem esforço. Cada braçada ou passada traz a certeza de que aquela é a hora H de aproveitar todo preparo realizado, é a boa! 
Eu sempre me surpreendo ao ver que algo que descobrimos no ritmo ou no silêncio ou em uma relação também acontece igualzinho na natação e na corrida, por exemplo.
Descobri que quando a motivação é superficial, sinto  o desgaste no final e não consigo que algo siga a longo prazo. Quando a motivação para a prática vem de um sentido mais amplo, vem de um sentimento mais interno, sinto que mesmo o corpo cansado, ainda tenho muito animo, energia.
Percebo isso em muitos atletas, quando seguem por esforço devido a uma motivação superficial, cheio de ego. O efeito colateral não é legal, alguns desistem e passam a ter aversão a práticas físicas, se lesionam muito, etc. E isso é muito curioso, pois dedicaram a vida para a atividade física, e depois não conseguem manter com toda essa dedicação um mínimo de boa saúde para o corpo.
Sinto, que quando seguimos por esforço, seguimos mais tensos também, esse esforço gera mais tensão e isso gera um maior desgaste. Quando conseguimos relaxar, conseguimos fazer tudo acontecer com mais fluidez e isso torna tudo muito mais feliz e integrado. As coisas acontecem com trabalho mas sem esforço!