quarta-feira, 8 de abril de 2015

A CONDIÇÃO RELATIVA DE SEU SOFRIMENTO

"NARCISO NÃO ESTAVA TÃO APAIXONADO POR SI MESMO QUE NÃO CONSEGUIA AMAR MAIS NINGUÉM: É O OPOSTO. ELE NUNCA AMOU NINGUÉM E ENTÃO SE APAIXONOU POR SI MESMO...

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...PORQUE NUNCA AMOU NINGUÉM, ELE SE APAIXONOU POR SI MESMO. ESSA FOI SUA PUNIÇÃO."


Muitas de nós acreditamos que se tivéssemos um carro maior, uma casa mais bonita, férias mais longas, um patrão mais compreensivo, ou um parceiro mais interessante, nossas vidas seriam muito melhores. Não há quem não pense assim.
Passamos a vida pensando que existe o "eu" e que existe essa outra coisa separada, "o tudo que não sou eu", que nos causa alternadamente dor ou prazer. Assim, evitamos tudo que nos fere ou desagrada ou causa dor; e buscamos ou toleramos ou aceitamos tudo que nos agrada ou nos envaidece ou nos causa prazer, fugindo de uns e perseguindo outros. Sem exceção, todos fazemos isso.
Ficamos apartados da vida, olhando para ela de fora para dentro, analisando, fazendo cálculos como "e o que eu ganho com isso? será que vai me trazer prazer ou conforto? será que devo fugir?" Sob nossa fachada agradável, existe muita ansiedade.
Se nosso barco cheio de esperanças, ilusões e ambições (de chegar a algum lugar, de tornar-se espiritual, de ser perfeito) vira de cabeça pra baixo, o que é esse barco vazio? O que sobra? Quem somos nós?
O objetivo de muitos ensinamentos é fazer as pessoas "se sentirem bem", validando suas emoções. Se você só está preocupado em se sentir bem, melhor fazer uma massagem relaxante ao som de uma música zen.
O objetivo aqui não é esse, pelo contrário, é dizer que precisamos expor nossas falhas, olhando-as, denunciando-as a nós mesmos e assim, por fim, ter a possibilidade de virar nossa vida de cabeça pra baixo.
São muitos os dilemas pessoais, o profundo drama existencial enfrentado por nós, tende a ser sintoma de que estamos fechados em nós mesmos. Estamos solitários centrados nos nossos próprios problemas pessoais. Talvez se observasse esses problemas sob outra perspectiva, relativizando esses nossos dilemas, entenderia o quão "não-grande" são esses nossos dramas, lembraríamos que muitos compartilham de dramas tão sofridos ou pior que os nossos,  nos dar conta desse nosso olhar egocêntrico, seria um belo passo inicial para nos desapegar do sofrimento. A própria lembrança de nossos dramas perto do grande esquema das coisas, pode justificar inclusive o próprio valor que estamos dando ao nosso sofrimento. Olhar assim nos ajudaria a relaxar e observar tudo por outra perspectiva. Isso nos facilitaria enxergar soluções e os tantos caminhos possíveis.
Portanto o exercício aqui proposto é tentar de qualquer forma abrir nossos olhos para a relatividade de nossos problemas...
Narciso não estava só: Ele tinha o seu reflexo.



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