domingo, 24 de maio de 2020

VIVER O QUE SE É, É O MELHOR A SE FAZER

A PESSOA LIVRE OFENDE AQUELAS QUE VIVEM PRESAS AOS JOGUINHOS DE APARÊNCIAS




O ser humano precisa de leis, de regras, de limites, pois a liberdade absoluta dá espaço para aqueles indivíduos que não se respeitam nem respeitam ninguém. No entanto, tais limites devem sempre estar relacionados à necessidade de as pessoas respeitarem umas às outras, sem invadir o que não se deve em terrenos que não são seus, ou seja, trata-se da necessidade de não pisarmos em ninguém só pensando em nós mesmos.
No entanto, existem pessoas que simplesmente parecem necessitar de ditar regras, de mandar na vida dos outros, de impor o que é certo ou errado, baseando-se tão somente em suas visões de mundo. Confundem o que é seu com o que deve ser de todo mundo. Têm certeza de que o que pensam é o desejável como unanimidade. Não aceitam nada que saia dos limites de seu mundo mental.
A questão é que cada um interpreta o mundo de uma maneira própria, de acordo com o que possui dentro de si, por isso ninguém é igual a ninguém – somos, no máximo, semelhantes em algo. A leitura religiosa, a interpretação de regras, o entendimento de normas, tudo depende do olhar de cada pessoa. E, assim, os indivíduos vão se aproximando de outros cujas ideias são afins, enquanto se distanciam de quem pensa diferente. Esse é o maior erro porque os diferentes nos ajudam a olhar de outros ângulos independente se a gente concorde ou nāo com aquela visāo.
O problema ocorre quando um grupo toma suas ideias como as únicas válidas e absolutas, sem se permitir conhecer os outros lados, sem conseguir se colocar no lugar de quem não reza a mesma cartilha. Sem respeitar. Há que se respeitar o diferente, a contramão, o contraditório, quando o outro lado não estiver invadindo o espaço de ninguém. Conviver requer a maturidade de deixar que cada um viva à sua maneira, pois, se a pessoa não estiver sendo desrespeitosa, as escolhas do outro não lhe dizem respeito.
Muitas pessoas se prendem demasiadamente a convenções sociais, a regras, a joguinhos de aparências e acabam, infelizmente, sendo intolerantes com quem vive à revelia desses ditames, com quem é livre, com quem se liberta da necessidade de seguir o lugar comum. Quem vive de forma livre e autêntica ofende quem sufoca a própria vida sob imposições lá de fora. É insuportável aos donos da verdade assistirem ao outro vivendo aquilo que eles não têm coragem de ser. E então querem destruir, mudar, acusar e julgar quem lhes lembra o tempo todo de sua covardia. Pessoas livres trazem dor a quem se sente preso; daí o ódio que recebem.
Portanto, viver o que se é não será fácil, mas é o melhor a se fazer. Se quiser tomar um porre numa segunda-feira, tome. Se quiser ir ao cinema sozinho, vá. Use a roupa que é do seu jeito, corte o cabelo conforme deseja. Desde que não pise em ninguém por aí, você tem o direito de ser do seu jeito, até porque a conta dos seus erros e acertos, sem medo de errar, vai cair no seu próprio colo. 


terça-feira, 19 de maio de 2020

O PERIGO É TORNAR-SE FANÁTICO

O FANÁTICO NĀO PRECISA DE MOTIVOS NEM RAZÕES




De uns tempos para cá, as pessoas estão manifestando opiniões cada vez mais radicais, seja sobre política, sexualidade, direitos humanos, religião, etc. Traduzindo: os casos de fanatismo vêm ganhando proeminência.
E as redes sociais parecem facilitar a dispersão desse tipo de mensagem, que acaba encontrando eco entre outros usuários e se retroalimentando. Trata-se de discursos cheios de extremismo, de uma obsessão descontrolada por um conceito, um personagem ou uma pessoa; algo que acaba sendo prejudicial, tanto ao fanático como para quem tem que aturar.
O que está por trás do fanatismo? Seria uma forma de ocultar fragilidade e insegurança? É importante entender as bases dessa radicalização, até mesmo porque não se trata de um movimento exclusivo do Brasil.
Tão extremo, que chega a ser delirante.
O clima no Brasil está muito “intenso”, razão suficiente para fazer uma reflexão a respeito. Por que tantas pessoas desenvolvem conexões emocionais tão fortes com políticos, celebridades e outras figuras públicas?
Inicialmente devemos entender que as pessoas têm uma necessidade inata de buscar conexões, se encaixar numa hierarquia social e criar sua "comunidade idealizada" com seus ídolos. Ou seja, quando procuramos por ídolos, procuramos por conexões, porém muitos se esquecem que é preciso ter cuidado para não se tornarem fãs demais. Quero dizer, que o perigo é tornar-se fanático, o que pode ser descrito por duas características básicas: a absorção da própria individualidade dissolvida na ideologia coletiva e o desprezo pela individualidade alheia. Considere “individualidade” como a combinação única de fatores que faz de cada pessoa um ser único e insubstituível.
Por mais distinta que possa ser a personalidade de um fanático por seu ídolo, um fanático esquerdista ou de extrema direita, por exemplo, há algo que os une: em todos os casos, existe uma adesão incondicional à "causa" pela qual advogam. Essa adesão não tem matizes, nem limites; a pessoa perde a perspectiva e está disposta a fazer o que for preciso para defender suas ideias.
Com esse tipo de postura, é praticamente impossível manter um diálogo saudável. Diante da divergência de opinião, da confrontação, as reações sāo as piores, as pessoas se expressam agressivamente e tendem a ver o diferente como inimigo.
É mais fácil que um fanático mude o foco do seu fanatismo do que passe a adotar um comportamento tolerante. 
Além do mais, o fanático tende a dividir o mundo entre os que pensam como ele e os outros, coisificando esse outro. As consequências desse tipo de comportamento faz com que o mundo seja um lugar pior e mais hostil.
Encerrando, sempre haverá fanáticos racistas, homofóbicos, anti-migrantes, opositores às diversas religiões, etc. Mas eles devem ser desencorajados, nunca incentivados como vem ocorrendo ou mesmo explorados por quem quer que seja.
Que nós enquanto humanidade possamos nos unir mesmo nas diferenças, em vez de encorajar ou participar de divisões fanáticas e autodestrutivas como vem ocorrendo hoje.



sexta-feira, 8 de maio de 2020

NO ISOLAMENTO PANDÊMICO

A PANDEMIA COLOCA EM XEQUE A ESTABILIDADE EMOCIONAL DAS PESSOAS




Estamos vivendo num cenário de guerra, com comércios fechados, ruas vazias e notícias tristes que chegam o tempo todo. Para completar, o convívio social, que é uma forma natural de extravasar e equilibrar as emoções, está desaconselhado. Num momento desses, nossas defesas psicológicas podem não dar conta de manter o nosso bem-estar.
Todos nós que estamos vivenciando este momento grave da história recente da humanidade, deve estar se perguntando até quando isso tudo vai durar. A resposta é que ninguém sabe!
Ficar com medo é uma reação de toda a espécie animal, é uma forma de preservação da vida e como tal, possui algo de positivo, certamente. Mas, de que exatamente as pessoas tem medo? No topo da lista, certamente vem o perigo de se contaminar. Sem um tratamento específico que seja eficaz com combate aos sintomas; sem uma estrutura de saúde preparada para uma pandemia dessas proporções, logicamente as pessoas ficam com medo do contagio.
Junto a esse está o medo de perder os entes queridos. 
Também figura em nossa relação de medos, a possibilidade, remota, é verdade, de desabastecimento. As pessoas ficam com medo de os mercados ficarem sem comida e itens básicos para a sobrevivência, o que impõe preocupaçāo em todos.
Outro medo que surge como consequência diz respeito ao fantasma do desemprego – daqueles que estão empregados e também da massa gigantesca de brasileiros que já estavam sem uma ocupação antes do início da crise. Só de pensar na possibilidade de não ter dinheiro para pagar as despesas, como aluguel, água, luz, alimentação, etc, o pânico começa a tomar conta de muitos.
Esse medo se estende à classe empresarial que, há dias com seus estabelecimentos fechados por força de decretos, quebram a cabeça fazendo as contas para ver como irão pagar suas despesas, sem demitir os funcionários.
A lista de medos cresce a medida que os dias passam e a violência e criminalidade também aparecem como possibilidades. Sem saber ao certo em quanto tempo a pandemia será controlada, quais e que tamanho terão os reflexos que atingirão a sociedade como um todo, o mundo segue vivendo um momento de incertezas.
Contudo, é justo lembrar das tantas fases nebulosos pela qual a humanidade já passou para prever que logo essa também será superada, adaptação é uma das principais características da espécie humana, precisamos nos readaptar para enfrentar essa nossa nova realidade.
Portanto se blinde como julgar necessário, mas nāo se martirize querendo controlar o incontrolável, para nāo colocar em  xeque sua estabilidade emocional, a sensaçāo de ameaça constante gera estresse e isso  é um baita gatilho para os males psiquicos, como a angustia, ansiedade, mal-estar e desânimo que pode culminar nos mais diversos transtornos mentais.
Precisamos ter em mente, em qualquer ocasiāo, no fato de que tranquilidade e serenidade é o que devemos buscar para nossa vida e para os que estão a nossa volta. Esse é o melhor jeito, especialmente agora, para que possamos caminhar nessa vida tăo imprevisível, com algum equilibro.







sexta-feira, 1 de maio de 2020

INCOMODADOS E INCOMODADORES

CADA UM NO SEU QUADRADO? 🤔



Em um mundo ideal, cada um ficaria no seu quadrado, mas se existe algo inevitável na vida, é: incomodar e ser incomodado, o tempo inteiro!
Mesmo assim, não aceitamos ser incomodados (e nem que estamos incomodando). Seres humanos… 
Todo mundo já ouviu:
- “Não faça com os outros o que não gostaria que fizessem com você!”;
- “Você tem que pensar primeiro em si mesmo!”;
- “O seu direito termina onde começa o dos outros.” e etc.
A que conclusão chegamos com dicas tão contraditórias?
Devo priorizar minhas vontades (e ter como foco não ser incomodada) ou respeitar ao próximo antes de qualquer coisa (e ter como foco não incomodar)?
Como conciliar minha felicidade com a dos outros, neste mundo tão louco?
Sigamos refletindo... "Os incomodados que se mudem" (?)
Poderia dizer fuja desse perrengue, mude, mude para longe do incômodo, mas isso seria  infinito.
Enquanto estivermos em sociedade, revezaremos entre incomodados e incomodadores. 
Só se isolando bem quietinha no alto da montanha. Mesmo assim, corremos o risco de incomodar os animaizinhos e sermos incomodados por sei lá o quê/quem. 
O que nos resta fazer?
Cheguei a pensar que fosse para o incomodado mudar de lugar, como citei acima, indo para longe do incômodo.
Mas isso não faz sentido! Não dá para fugir de todos os incômodos que vāo aparecendo ao longo do caminho. Então…
A frase continua sendo “os incomodados que se mudem”  mas com um outro sentido, outra interpretaçāo, no sentido de mudarem a si mesmos.
Mesmo que não consigamos mudar a nós mesmos (porque não é das coisas mais fáceis e rápidas do mundo), refletir sobre isso já faz com que enxerguemos que cada ser humano também tem dificuldade de mudar-se. Traz um pouco mais de tolerância e empatia, pelo menos mais um pouco.
Além do mais, viemos ao mundo para sermos provocados e incomodados. É ruim, mas não mata e faz evoluir, se a gente aceita o desafio de bom grado :)