terça-feira, 30 de junho de 2015

ELOGIO X CRÍTICA

UM ELOGIO É IMPORTANTE, TÃO QUANTO OU MAIS QUE UMA CRÍTICA

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Muitas pessoas sempre enfiam uma crítica no meio dos seus elogios. Por quê?
Deve ser inconsciente. Pra não parecer que estão puxando o saco. Pro outro não ficar se achando.
Dizem: fulano "adoro seu texto, mas essa parte aqui poderia melhorar"; ciclano "excelente trabalho, só não esqueça de tal coisa dessa vez"; "muito bem feito, beltrano, você esqueceu apenas esse pontinho aqui."
Sempre tem um "mas".
E, como todo mundo presta mais atenção no negativo do que no positivo, o indivíduo sai dali ruminando a pequena crítica ao invés de apreciando todos os elogios que vieram antes. O poder do elogio é completamente neutralizado. Não adiantou de nada.
Pouca gente entende a força de um elogio sem reservas, absoluto, incondicional.
Prestando atenção nisso, sempre fiz um esforço consciente para não sabotar meus elogios. Quando alguém faz uma coisa boa ou precisa de estímulo, dou um elogio completo. Naturalmente, sempre existem críticas, mas elas podem e devem esperar. Feitas juntas, uma gota de crítica contamina um litro de elogio.
Então, primeiro eu elogio, ótimo, adorei, parabéns! Depois, um outro dia, eu chamo e digo que estou preocupado com isso ou aquilo. Cada coisa na sua hora.
Um elogio é importante, tão quanto ou mais que uma crítica. Não estrague a força do seu elogio. Um elogio sincero tem força.


segunda-feira, 29 de junho de 2015

TEM ALGUÉM AÍ. E VOCÊ, QUEM É?

QUAL A MAIOR MOTIVAÇÃO DE SUAS AÇÕES?


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Nossas posses, nossos hábitos, nossas falas e nossas ações parecem contar de quem somos. Mas mentimos.
Contam de quem desejamos ser, do que aspiramos projetar, de nossos obstáculos; não do que está por trás. E apesar dessas encenações, lá no fundo sabemos que o que nos move está além, num local não muito claro. Quando ninguém está olhando, essa essência parece aflorar como se estivesse ali todo o tempo, apenas nos esperando.
Para realmente conhecer uma pessoa, proponho um pequeno teste.
*Observe como os outros se movimentam em torno dela. Assim como podemos medir a qualidade de um professor por seus alunos, podemos sentir a presença de qualquer um pela qualidade de sua rede e de suas relações autênticas (e não de sua rede de contatos). A motivação e os movimentos que somos capazes de inspirar contam daquilo que não se mede pelas aparências.
*Observe ainda como os outros falam dela, em especial quando não estiver presente. Esses depoimentos involuntários nos contam de dinâmicas sutis bastante reveladoras.
*Procure descobrir quem ela admira, com quem ela aprende. Nossos mestres e fontes de inspiração dão boa medida de quem seremos no futuro.
*Entenda como ela age quando julga não ter quem impressionar, quando está sozinha ou distante de olhares conhecidos.
*Examine com cuidado as escolhas feitas por ela ao enfrentar situações duras, imprevistas. O que sustentamos no dia a dia é nossa caracterização. Ao sermos pressionados, o caráter aflora.
Pode ser que não tenham entendido bem o que eu quis propor com esse pequeno teste .
Bem, a mensagem central do texto passa por quebrar a noção consistente de um "eu". O pequeno teste " para realmente conhecer uma pessoa" é uma proposta para pensarmos inclusive em nós mesmos.
Ao nos darmos conta de que aquilo que entendemos como nosso "eu" é um amontoado bem mais confuso do que parece à primeira ou segunda vista, talvez possamos nos desapegar mais tranquilamente de hábitos ou posturas desnecessárias.
Talvez possamos olhar com mais lucidez para nossas ações cotidianas, aquelas que rodam no automático, e entender o que elas dizem sobre nós.
E talvez sejamos capazes de olhar com mais clareza para os outros e ver quem realmente está lá, por trás das carteiradas (sejam elas conscientes ou inconscientes).
Sem necessidade de nos sentirmos culpados. Esse texto é um rascunho de pensamentos sem a necessidade de levar a uma ação ou conclusão específica.
Tudo isso é um exercício constante para mim. Publicar esse texto é abrir minhas ideias e fazer pensar:  Por trás de você, quem está aí?


sábado, 27 de junho de 2015

PERVERSIDADE HUMANA

OS LIMITES ENTRE O "EU" E O "OUTRO"


No princípio era a regra.
Grandes nomes das ciências humanas, Rousseau e Freud nos dizem algo muito semelhante: as leis fundam a nossa humanidade.
Sem considerar os meandros contemporâneos da forma assumida pela lei em seus artigos, parágrafos e incisos, podemos pensar na Lei fundadora da sociedade como algo mais amplo, universal a todas as culturas humanas: as regras sociais dizem sobre os limites entre o “eu” e o “outro”.
Deixa eu tentar explicar.
Para que o “eu” possa existir, é preciso que ele abdique da realização total de seus desejos e que reconheça que há algo além de si próprio e, ao mesmo tempo, semelhante: o “outro”. Se todos podem matar, roubar, violentar uns aos outros, a existência de cada ser fica prejudicada.
Os limites de minhas ações, portanto, são estabelecidos pelas regras que fundam a vida em comunidade. São dessas leis que estamos falando e elas assumem diferentes formas nas diferentes sociedades e em distintos períodos históricos, mas sempre existentes.
A regra é interiorizada por todos nós, de diferentes maneiras. Para alguns, a simples menção à fuga da regra soa perigosa. Para outros, ela culmina na culpa. Em muitos casos, simplesmente se cumpre a lei porque a recompensa do cumprimento é a promessa de segurança e felicidade, como garantem o Estado e as Religiões.
O perverso Freudiano é, resumidamente, aquele que reconhece a existência da lei, mas não a respeita. A perversão não está simplesmente no ato de negar ou contestar a lei. Está no ato de não respeitá-la enquanto indivíduo, negando os limites da realização de seus próprios desejos.
O perverso não é uma pessoa com crise existencial, com culpa ou que respeita a lei para ter em troca segurança e felicidade. Tão pouco ele implode os contratos sociais para impor novos.
Ele não é contracultura.
E isso não faz do perverso alguém mais próximo de nossa natureza animal, por implodir a regra social. Ele a conhece e, inclusive, domina seus códigos, mas fixa seus desejos em algo que não depende da regra e do contrato social para se realizar. Pode se fixar no prazer pela violência, prazer pelo sofrimento, pelo espetáculo da submissão e da dominação em si próprios.
Em muitos pontos, acho a sociedade brasileira bastante perversa. Sobrevivemos -- enquanto sociedade -- vivendo ainda em cima de feridas históricas, como a escravidão, a ditadura militar ou o massacre indígena. Mas, mais do que isso, nossa perversão se realiza em ações cotidianas bastante simples.
Todos nós conhecemos regras básicas: respeitar as regras de trânsito ou deixar as pessoas saírem do transporte público antes de entrarmos. No entanto, a regra é para todos, não para o “eu”.
O público também é de todos, não é “meu”. A regra é sempre para o “outro” e o “eu” é a exceção, ou seja, não é uma questão de se concordar ou não com esse tipo de vida em sociedade ou de se propor outra. É a conduta antissocial.
A implosão da regra tem seus resultados visíveis: tumulto no trânsito e no transporte público.
E onde não há regra interiorizada, há insegurança. E há também violência.
Nesse quesito, nossa perversão cotidiana se apresenta de maneira espetacular. Dentre muitos exemplos, esta semana tivemos o caso do cantor sertanejo Cristiano Araújo, que morreu em um acidente de carro. Os jornais noticiaram que a Polícia Civil indiciou duas pessoas pelo vazamento de fotos e vídeos em redes sociais do momento em que o corpo do cantor era preparado para o sepultamento.  Vídeo e fotos da preparação para enterro foram divulgados em redes sociais. Essa questão do gosto pelo mórbido, por coisas grotescas, violentas,  não é novidade, num caráter de perversidade é um espetáculo de televisão, como se fosse cinema.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de Goiás, “o resultado das investigações será encaminhado para o Poder Judiciário". As pessoas que participaram do ato criminoso podem ser condenadas à pena de 1 a 3 anos por vilipêndio a cadáver.
A lei não garante que eu respeite nem que  eu seja repeitado, porque no fundo, eu só tenho respeito se eu realmente encaro o outro como um igual e respeito os limites de minha e de sua existência.
Fico pensando, portanto, se a perversão cotidiana não seria estratégia para sobrevivência frente a essa sociedade violenta por si própria. De fato, e aqui apresento meu maior medo de todos, infelizmente nossa estratégia alimenta todos os dias seus próprios monstros.

sexta-feira, 26 de junho de 2015

POTENCIAL PEDAGÓGICO DO SOFRIMENTO

PRA CAIR NA REAL


Não sei se vocês já notaram que somos sempre pegos de surpresa pelo sofrimento, pois nunca nos demos conta que ele sempre esteve ali, à espreita, para se manifestar a qualquer momento. Nesse momento cai a ficha de que não estamos no controle das situações, de que não controlamos nada.
O fato é que precisamos cair na real e viver com a noção do sofrimento viva, como pano de fundo de nossos olhos. Precisamos nos dar conta que nosso bem-estar é frágil: não sabemos quando as coisas vão girar e quando entraremos num ciclo emocional ou físico bem difícil. Se a gente prestar atenção vamos ver que isso acontece de tempos em tempos com todos ao nosso redor, nós não ficaremos de fora.
Estamos tão focados em aumentar nosso bem-estar, que não nos damos conta que a vida está e sempre esteve permeada por muita dificuldade, as coisas estão sempre saindo dos trilhos na vida de alguém e a nossa vida será inevitavelmente a próxima a descarrilhar, em algum momento. Depois as coisas se endireitam por um tempo, mas depois entortam de novo. Até o descarrilamento final da morte, que nunca é demais lembrar, dado o quanto ignoramos esse fato, que ocorrerá inevitavelmente com cada um de nós.
Não percebemos que a nossa sanidade e integridade física estão por um triz, pois há uma grande fragilidade e um enorme potencial para o sofrimento pelo simples fato de termos uma mente e um corpo.
Se afrouxarmos um pouco o foco na busca unicamente da nossa felicidade pessoal e olharmos ao redor para ver o que está acontecendo com as pessoas, vamos descobrir coisas interessantes sobre o mundo e sobre nós mesmos. 
Assassinatos, roubos, acidentes de carro, de avião, doenças físicas e mentais, violência. Ao nos depararmos com o sofrimento que está por todos os lados, podemos cair na real e nos dar conta da fragilidade na qual todos nós estamos imersos. Estamos todos a mercê da mente do piloto do nosso avião. Estamos todos dependentes da noite bem dormida do motorista do nosso ônibus. Nossa vida depende da atenção dos motoristas quando atravessamos a rua. Num piscar de olhos, tudo pode girar e muito sofrimento se instaurar, da noite para o dia.
Sofremos ao nos depararmos com a imprevisibilidade e fragilidade da vida, tentamos encontrar culpados ou justificativas para entender o que está acontecendo. Mas, ao olharmos com cuidado, vemos que todos estão passando por isso. Não é nada pessoal do universo conosco.
O objetivo de se aproximar mais do sofrimento ao redor não é gerar pessimismo, nem uma noção de que o mundo é um lugar horrível, e nem que as pessoas são más e por isso "pare o mundo que eu quero descer". O ponto é que, a medida que ignoramos a existência de algo, quando aquilo se apresenta, nós estranhamos, somos pegos de surpresa e não sabemos o que fazer. Desperdiçamos o potencial pedagógico do sofrimento que permeia nossas vidas constantemente.
Olhar o sofrimento pode parecer algo pouco animador de se fazer, mas os efeitos dessa prática são de uma vigorosa força! De fato, pode brotar uma depressãozinha ao percebermos o quanto o sofrimento é generalizado e assola, muitas vezes desnecessariamente, a vida das pessoas. Por outro lado, essa tristeza é acompanhada de uma coisa que nos comove, de um sentimento que nos inspira a fazer o que estiver ao nosso alcance para amenizar o sofrimento pelo qual as pessoas passam.
Se vivermos com uma consciência mais clara do sofrimento e da impermanência, veremos as coisas de uma forma mais terrena, menos fantasiosa e infantil. Ao vivermos mais conscientes das mazelas do mundo, uma série de efeitos colaterais emergem naturalmente dessa visão: passamos a cuidar mais das nossas ações para não gerar impacto negativo sobre as pessoas, realinhamos nossas prioridades para não perder tempo e aproveitar que não estamos sofrendo tanto agora, cuidamos melhor das pessoas e das relações, pois sabemos que elas são frágeis e passageiras.
Quando paramos de ignorar o sofrimento que nos cerca e nos espera, ganhamos um eixo, reorganizamos as prioridades da vida, não admitimos mais perder tempo com coisas menores. Nos tornamos sensíveis e identificados com relação ao sofrimento dos outros. 
Ao observar episódios breves de sofrimento com os quais nos deparamos no dia a dia na rua, no supermercado, nos jornais, na família, no bar, veremos que o sofrimento está muito mais presente do que imáginávamos e, ao invés de ignorarmos, vamos olhar bem dentro do olho do furacão do sofrimento, vamos perceber que aquilo poderia ter acontecido conosco ou com pessoas próximas.
Diante de algum desaforo, vamos respirar fundo e considerar que a negatividade do outro, na verdade, é um pedido de socorro: ele quer ser feliz e não sabe como. 
Não responderemos internamente com mais negatividade, por reconhecermos que agir negativamente, causando sofrimento aos outros, é a mesma coisa que estar em sofrimento, não tem diferença. 
Vamos fortalecer conscientemente nossa aspiração de fazer o nosso melhor para não trazer mais perturbação para o mundo e aumentar nosso impacto positivo.


quinta-feira, 25 de junho de 2015

PODEMOS MORRER A QUALQUER MOMENTO # CRISTIANO ARAÚJO

É JUSTO VIVER? QUAL A SUA RELAÇÃO COM A MORTE?



Ok, a gente é jovem e vai viver para sempre. Até descobrir que isso não é verdade. 
Também não dá nem pra definir quem é "jovem" e quem não é quando não se sabe o dia em que cada um irá morrer.
Independente da idade, cor, sexo, profissão ou classe social ela virá e não vai esperar você pentear os cabelos, nem nada para sair de mãos dadas com você!
Tem gente que não gosta de falar sobre a morte. Pensar na extinção da própria vida causa ojeriza – o que é compreensível, apesar de não fazer muito sentido temer algo que é inerente à vontade do homem e comum a todos.
Já  comentei aqui em http://aautoimagem.blogspot.com.br/2015/03/tema-tabu.html que quando alguém tão próximo morre, fica intensamente escancarado que as pessoas morrem! A frase não é tão redundante assim, pois vivemos como se a morte literalmente não existisse. É como se precisássemos ver para crer, o que é extremamente limitado. Ainda que a morte seja tão óbvia, a ignoramos o tempo todo. É espantoso que aquilo que sempre foi implacável possa causar tanta confusão e desespero quando se apresenta: é como se nos pegássemos desprevenidos sobre algo que sempre soubemos de antemão.
Mas, se por um momento você conseguir deixar de lado este temor (ou seja lá o nome que você dê para isso que sente ao pensar na morte – em especial, na sua morte), sugiro que pense a esse respeito: Qual a sua relação com a morte? 
Acredito que viveremos melhor quando a morte não for mais algo a temer. 
Planejamos nossa vida a longo prazo porque somos incapazes de admitir que a morte pode estar mais perto do que se imagina, e se fossemos imortais, provavelmente nunca realizaríamos nada de grandioso em nossas vidas porque sempre deixaríamos tudo pra depois.
Penso que nosso temor vem da vida e não da morte. Vivemos inconscientemente a morte, quando deixamos passar oportunidades, sentimentos, pessoas, questionamentos. O que nos assombra é a morte que já vivemos, que traz com ela a consciência do pouco que nos resta - e não do que há por vir (disso, realmente não fazemos a menor idéia). Assim, quanto mais velhos ficamos, mais tememos o fim, pois quanto mais tempo vivemos, muito possivelmente, mais desperdiçamos. Sabe aquela velha história de que tem gente que só dá valor quando perde ou quando percebe que perdeu? Lembramos, num repente ímpar de lucidez, das coisas que deveríamos ter feito, dito, arriscado, pedido perdão, reconhecido, e não fizemos. O medo da morte, não é da morte em si, mas da vida: quando intimamente computamos, quanto tempo gastamos descansando, sem estar realmente cansados - não aproveitamos a cia das pessoas que não mais cruzaremos ou não estão mais disponíveis, não agradecemos o bem que nos fizeram e nem a ensinamos o que poderíamos, não conhecemos todos os lugares, dos quais estávamos tão perto e agora, passam a ser distantes.
Portanto a vida é justa sim, quando justificada pela ideia de fazer valer o tempo que temos, independente do nosso tempo cronológico nesse mundo. E por falar nisso, hoje é um bom dia pra aplicar isso na prática!


quarta-feira, 24 de junho de 2015

VOCÊ TEM CONTROLE SOB SEU PRÓPRIO TEMPO?

O "MAL DA FALTA DE TEMPO"

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Raras são as pessoas que conheço hoje que parecem ter seu tempo sob controle.
O “mal da falta de tempo” parece permear sobre a sociedade moderna em todos os seus aspectos:
Falta de tempo para dormir, estudar, ler mais do que gosta, viajar, praticar esportes, ficar mais com a familía e pessoas amadas, trabalhar melhor, se exercitar melhor, comer melhor, ou até mesmo ficar sem fazer nada (o que é muito importante às vezes).
— Opa! Quanto tempo! Como vai?
— Correria, como sempre!
— E aí, fulana, beleza?
— Aaah, sabe como é né? Correria.
Tudo é correria, pressa, agitação. Nada é feito como deve ser feito, com o seu tempo.
Quem não está na correria parece não estar no ritmo certo. Mas…. qual é o certo?
Apesar de ouvir todos os dias as mesmas reclamações de falta de tempo das pessoas que estão na “correria”, nunca me parece que elas estão com falta de tempo para as redes sociais, o Whatsapp, ou assistir TV, por exemplo.
Há quem diga que o tempo é nosso bem mais precioso. Quer você concorde ou não, uma vez gasto, ele se foi. É um recurso não renovável.
Nesse aspecto, gosto muito da analogia de que, assim como em uma empresa, temos vários sócios em nossas vidas. E, enquanto o ativo de uma empresa é monetário em dinheiro e ações, o nosso ativo é o tempo.
Então, todos os nossos sócios são as atividades e pessoas a quem dedicamos nosso tempo.
De cara, nosso maior sócio é a cama: passamos 33% do nosso tempo dormindo. Isso, claro, para quem dorme 8 horas por dia. As outras 8 horas, geralmente passamos trabalhando, ou estudando. Ainda sobram mais 8 horas para o seu dia. Como você passa, ou gostaria de passar elas?
Olhe para o seu celular. Quantos aplicativos lhe enviaram notificações nos últimos 5 minutos? E na última hora?
Atualmente penso que o facebook, WhatsApp, Instagram são geralmente os maiores protagonistas das nossas distrações.
Pensando então dessa maneira, é muito importante refletir:
Quais são os seus sócios? Quem/o que está tomando mais tempo na sua vida? Para falar de controle do nosso tempo, precisamos pensar no mundo em que vivemos. Precisamos olhar para a vida sob nova perspectiva. Tudo muda rápida e constantemente, e precisamos continuar a fazer o que a humanidade tem feito tão brilhantemente até hoje: nos adaptar.
Não existe fórmula mágica, não existe artigo sobre os 10 hábitos das pessoas felizes, ou ainda uma dieta que vai te dar uma barriga tanquinho em 2 semanas. O que existe é a experimentação, e saber o que funciona melhor para cada um de nós.
É nesse contexto, entendendo cada vez mais sobre nós mesmos e a vida, que podemos realmente ser hackers de nós mesmos.
Deixe-me explicar: o hacker, por definição, é o indivíduo que conhece um sistema extremamente bem, pela experimentação e exaustão de métodos. Graças a esses conhecimentos, um hacker frequentemente consegue obter soluções e efeitos extraordinários, que extrapolam os limites do funcionamento “normal” dos sistemas.
Podemos entender que a vida é só mais um sistema, que pode ser entendido a fundo e hackeado, a favor do nosso próprio tempo.


terça-feira, 23 de junho de 2015

INTERAGIMOS COM O MUNDO ATRAVÉS DE NOSSOS ATOS

SOMOS QUEM QUEREMOS SER

O que importa não é o que a gente pensa, sente, diz. O que importa é o que a gente faz.
O que importa é como nos colocamos no mundo. O que importa é como a gente escolhe agir.
A linguagem é limitada, a vontade, vacilante.
As pessoas não sabem o que querem e o que sentem. Quando sabem, não conseguem articular verbalmente. Quando conseguiriam, não ousam, porque têm vergonha, porque querem agradar, porque pegaria mal, porque magoaria alguém.
Quem diz que ama brócolis mas nunca compra brócolis, nunca coloca brócolis no prato e, quando o prato vem com brócolis, não come... Essa pessoa não ama brócolis.
Talvez até sinceramente acredite que ama. Talvez esteja querendo amar. Mas não ama. Pelo menos, ainda não.
Aquilo ela faz (não comer brócolis) importa mais do que aquilo que ela diz ("amo brócolis!").
Tanto as pessoas judias quanto as ateias, tanto as feministas quanto as abolicionistas, parecem concordar em um ponto fundamental. Seremos julgadas por nossos atos. Nossa essência, nossa personalidade, nossa sexualidade, vão ser construídas por nossas ações: interagimos com o mundo através dos nossos atos.
Ninguém está lá muita interessada no que pensamos, no que sentimos, em nossa essência, em toda essa linda complexitude borbulhando dentro de nós.
O que importa é o que fazemos.
Não tenho escolha de ser quem eu sou, mas tenho escolha de agir como ajo.
O tratamento não é para mim, é para as outras pessoas.
Portanto conselhos como “seja você mesma” deve ser relativizado. 
Mais importante do que sermos nós mesmas é sermos quem queremos ser.


segunda-feira, 22 de junho de 2015

IMPULSOS EXTREMOS É COMO LIGAR UM MOTOR TURBO

VOCÊ VIVE COMO SE TIVESSE COM UM MOTOR TURBO LIGADO?

A pressão de  ser sempre o melhor e o mais intenso como se não houvesse amanhã pode acabar fazendo você asfixiar de tanta cobrança interna.
Existe pessoas que são dependentes do botão turbo, "ligar o turbo" seria você fazer algo que te desse prazer imediato. Como por exemplo, fazer uma declaração em outdoor e ver a reação do seu parceiro. Ao vê-lo com lágrimas de felicidade ou correspondendo do mesmo modo, aquilo te dá uma sensação boa, de prazer.  O "ligar o turbo" então, é você se utilizar de uma situação para nutrir essa necessidade extrema de se sentir bem e sentir prazer em tempo integral, custe o que custar. 
A armadilha de viver como se estivesse com o botão do turbo ligado é que não tem combustível para uma vida inteira. Por isso o motor funde, os especialistas em carro talvez digam melhor do que eu. Além disso, o problema não é só ausência de combustível para a vida inteira, como se quando houvesse combustível fosse bom. O botão turbo, nesse caso, é forçado, não é bem um movimento que acontece por si só. Então ele não é nem mesmo tão intenso como parece ou como gostaríamos.
Quando faço minhas provinhas amadoras de corrida percebo que na largada alguns iniciantes se empolgam e ligam o turbo. Sempre há muita gente dentre os atletas, disparando desgovernadamente como se fosse seguir um queniano de perto. Na hora que você vê aquilo tem o mesmo impulso mas, como já sei, rapidamente me lembro que preciso manter o ritmo e constância. Não dá outra, no meio do percurso já posso ver aqueles afoitos da largada devagar quase parando enquanto a tendência do meu ritmo é sempre aumentar me fazendo sentir prazer no esforço, passo a passo, até o fim do percurso. Faço isso e só isso, sem exageros ou sentimento de heroísmo, afinal é só mais uma corridinha de rua pra curtir. Completo sempre essas provinhas com tranquilidade e satisfação.
Essa postura cabe sempre, por isso, sem ligar o turbo, dá pra levar o relacionamento amoroso num ritmo mais caloroso sem a necessidade de grandes fogueiras o tempo todo, grandes alardes. A aula de natação sem me forçar a ser um exímio nadador e o spinner sem tentar virar a campeã regional de ciclismo.
Hábitos como anunciar em outdoor sentimentos, pregar ideias aos quatro cantos do mundo, impor sua vontade nos círculos sociais ou ser o mais esperto em tudo devem deixar de fazer parte da nossa rotina.
Acho bem proveitosa essa experiência de viver apenas. Quando fazemos demais, muitas vezes impedimos aquilo que aconteceria naturalmente, por si só. O medo de que não aconteça nos deixa ansiosos, tentando antecipar, forçar, simular tudo.
Pra viver uma vida "intensa" não precisa ser todo dia dia de aventura. Para viver uma vida intensa precisa apenas ser real, aberta, viva, presente, em alta resolução.


sábado, 20 de junho de 2015

URACH # REALIDADE OU FANTASIA?? RELIGIÃO OU NEGÓCIO?? FÉ OU RAZÃO??

CONVERSÃO INSTANTÂNEA  #  RAIO EVANGELIZADOR

Parece que o raio evangelizador ataca sempre. A vítima da hora, digo a fiel, que foi acertada foi a tal da Andressa Urach, que está uma nova pessoa depois de todo aquele bafo com o hidrogel.
Bem, passado toda a experiência ruim, Andressa decidiu abrir o jogo e contar todos os seus pecados, acredito que como uma forma de confissão, sabe? Além de contar seus planos para o futuro como uma mulher nova e ungida. Hoje ela estava no The Love School, programa apresentado pela filha e pelo genro de Edir Macedo, o dono da Record. Parece que a moça tenta se reinventar como celebridade devota a Deus.
Pensando na história da moça, entre tantas outras, digo que é difícil acreditar nessas conversões instantâneas. Principalmente quando se trata de uma pessoa que fez fama com o corpo e que, olhando-o todo cheio de cicatrizes e a impossibilidade de repará-lo, viu nessa mudança um meio de continuar na mídia. Não precisa ser nenhum gênio pra deduzir, fácil, que ela se "converteu" porque não tem mais o corpo pra mostrar, está toda ferrada. Se tivesse saído com o corpo ileso disso tudo, uma hora dessas estaria muito provavelmente na Playboy pelada. 
Bem se ela tivesse se "convertido" antes do ocorrido, no auge do que ela pensava ter (fama), minha opinião seria diferente. 
Ana Paula Arósio e Lídia Brondi são bons exemplos de pessoas que largaram tudo no auge da fama atendendo a sua verdade espiritual, alguma coisa de fato clamou na alma pra que elas agissem livremente para fazer outras escolhas, foi flagrante a atitude de desapego e "libertação" que tiveram, digno de ser considerado. 
Ao contrário, infelizmente a conversão de Urach não foi facultativa. Era a única opção que ela tinha após ficar toda detonada depois das complicações resultantes das drogas injetadas em todo o corpo, que a deixou deformada. Se converter foi a saída dessa menina viradora que antes trabalhava com o corpo e imagem, mas depois que esse corpo ficou todo estragado qual empresa vai querer ter sua imagem associada a essa mulher, ainda mais empresas da área de beleza? (só se for gospel e do Edir Macedo e/ou associados). Ela foi esperta e agora se transformou numa evangélica da universal, virando uma propaganda da força universal em conversão de almas perdidas. Posso dizer que juntou a fome com a vontade de comer, perfeito! Perfeitamente orquestrado e orquestrável!

Falando nisso...
Muitas pessoas buscam fugir da mediocridade e ambicionam o sucesso.
Mas... fugir de qual mediocridade? Ambicionar qual sucesso?
Aí é que tá...


sexta-feira, 19 de junho de 2015

A TUDO QUE NOS DERRUBA DEVEMOS UM MUITO OBRIGADO

A VIDA É MUITO MAIOR QUE NOSSOS DESEJOS...


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Assim como a humanidade, cada ser humano, em sua vida íntima, depara-se com a realidade de que seus melhores sonhos, maiores vaidades e mais queridas expectativas nem sempre correspondem à realidade. Na verdade, quase sempre que algo nos incomoda no cotidiano é porque, no fundo, levantaram a casquinha da ferida e cutucaram justo lá, onde a pele é bem vermelha e mais sensível. A cada momento sofremos feridas que abalam a nossa estrutura e nos fazem repensar o que somos e o que queremos a cada instante.
Mas isso é bom.
É uma oportunidade e tanto de realmente evoluir. 
Toda vez que alguém falece em nossa família, sofremos uma ferida dessas, pois temos a consciência do quão pouco podemos diante de um destino que parece, sejamos sinceros, aleatório e inclemente. Nossa incapacidade de, às vezes, aliviar a dor de um ente querido revela o quão nossa própria condição humana é frágil.
Mas nem todo mundo nasceu para ver e -- principalmente -- entender as desilusões humanas. Desse modo, se quisermos, podemos ignorar a lição e narcotizar nossa consciência com alguma distração. Mas, agindo assim, continuaremos para sempre crianças perdidas.
Crianças perdidas sim, pois só um adulto sabe dar valor ao poder que emerge de cada derrota.
Toda vez que algo ou alguém nos rejeita, seja em uma entrevista de emprego, em uma amizade proposta, em uma prova de capacidade ou em um concurso público, mergulhamos novamente nossa cara no travesseiro. 
Não há decepção que não seja, a par toda tristeza inerente, um degrau a mais em que nosso pequeno ser se abate e é deixado para trás. E esse enfraquecimento é sempre uma espécie de vitória sobre si mesmo. A partir de então, sempre que somos feridos, algo em nós sorrirá gentilmente, por saber que se trata de uma oportunidade de ouro para fazer brotar uma consciência maior.
Eu ouso até dizer que há um momento de nossas vidas no qual a desordem, o caos e o problemático, são fundamentais. Não por masoquismo, mas por termos aprendido que, a cada queda, o que morre era destinado a assim morrer, e o que se ergue é o que tinha de assim nascer.
Tinha de nascer sim. E a tudo que nos derruba devemos um “muito obrigado”
E "àqueles" que nos derrubaram ou ainda vão derrubar, devemos um dia dizer: é uma pena que você jamais venha a dar-se conta do quão longe fui graças ao que ocorreu, agora de onde estou, tudo tem outra proporção.
Se formos perspicazes, o que emergirá será sempre alguém mais desperto.

quinta-feira, 18 de junho de 2015

TUDO É FANTÁSTICO E NINGUÉM TÁ TÃO FELIZ

NUNCA FOI TÃO FÁCIL


Vivemos em uma das eras mais fantásticas da nossa história e nossos contemporâneos estão por aí perdendo tudo isso, olhando uns para os outros com um olhar blasé, com a indiferença de quem está acostumado com tudo e não dá a mínima para o que está acontecendo.
Nunca tivemos acesso tão fácil a tanta informação.
Temos acesso praticamente ilimitado a todos os assuntos existentes e, se não conseguirmos achar nada sobre isso, podemos encontrar alguma pessoa que nos apontará uma pista de onde procurar. Podemos acessar praticamente qualquer material.
Gostamos de nos iludir, achamos que desfrutamos de um imenso mar de conhecimento, quando na verdade, estamos brincando em uma caixa de areia. 
A internet tem uma quantidade ridiculamente grande de sites, blogs, fóruns e todo formato agregador de conteúdo. Eu sei que você sabe disso. Mas qual a última vez que navegou além das páginas que acessa com frequência? Quando foi que tentou entender um assunto além dos dois primeiros parágrafos da Wikipédia? Somos uma raça superficial, nos tornando cada vez mais superficial.
Podemos ter acesso a tudo isso, mas insistimos em nos manter dentro dos limites da nossa caixa.
Sites de busca mostram resultados filtrados para se parecer com o que mais procura, redes sociais mostram apenas conteúdo dos amigos que mais conversa. Sem perceber, você vai ficando preso a uma realidade.
De repente, todo mundo tem uma opinião similar à sua. Tudo diz o que você quer ouvir, assim, sua ilusão se torna cada vez mais real.
Por exemplo, fotografias nem sempre foram acessíveis. Quando criança, máquina fotográfica era especial, demorei para ganhar a primeira e, ainda assim, filmes e revelação eram caríssimos. Não tirávamos foto de qualquer coisa. Fotografia era um momento especial, nos vestíamos apropriadamente para isso. Agora que tenho recursos amplos, todo aparelho celular tem uma câmera embutida, não tiro fotos quase de nada ou se me ponho a fotografar nunca tenho essas fotos reveladas e elas acabam se perdendo dentre umas e outras clicadas nessa ou naquela ocasião.
Usei o exemplo das câmeras para ilustrar, mas temos feito isso com praticamente tudo. Estamos perdendo a noção de quanto tudo é fantástico.
Apesar de tê-la em nossas mãos não precisamos nos tornar escravos da modernidade, também precisamos saber desligar todos os nossos aparelhos luminosos e sorrir sozinho sem eles vendo o quanto tudo é lindo, sem nos esquecer da nossa capacidade de se deslumbrar com o mundo. Tudo isso a nosso alcance, por isso digo nunca foi tão fácil!


quarta-feira, 17 de junho de 2015

TRANSCENDENDO A POSSE

VOCÊ SE SENTIRIA PERDIDO SEM AS COISAS/ PESSOAS QUE VOCÊ PENSA POSSUIR?


É a tal ideia de posse, aquela colocada na cabeça já muito cedo. Desde que nascemos, fomos treinados diariamente a acreditar que objetos, pessoas e ideias são nossos ou não são nossos. O que acontece, no entanto, é que a realidade é indiferente para nossas posses.
Imaginem um furto: "o que te levaram? Dinheiro, celular ou a carteira? Seja lá o que foi furtado, agora é de quem o furtou? Continua sendo teu, só que nas mãos de outro? 
Querendo ou não, essas perguntas todas giram em torno da problemática da posse. Todas partem do princípio de que alguém é dono do objeto furtado. O conceito que fundamenta a resposta mais clara, simples e objetiva é o da "não-posse": não sou dono de nada nem de ninguém. Partindo desse conceito, todas as perguntas teriam uma única e simples resposta: "eu não perdi nada".
Vendo por essa perspectiva, não possuo meu melhor amigo. Não sou dono do carro que dirijo, ou do celular que uso. Não tenho dinheiro ou uma vida bem ou mal sucedida. As pessoas com quem convivo não são minhas, as roupas que visto, os artigos que compro, nada é meu.
E mesmo assim, tenho a liberdade de conviver com pessoas, vestir roupas e dirigir um carro. Vendo além dessas pequenas situações, percebo que, o que realmente é válido perguntar não é “a quem isto pertence?”, mas algo como “quem tem a liberdade de utilizar isso?”.
Esse desprendimento das posses nos dá um novo significado, uma visão diferente para as ações, tanto as minhas quanto as dos outros.
Transcender a posse (que agora mais parece uma ilusão) muda nossa interação com a própria realidade: já não me sinto dona da realidade, me sinto dona da responsabilidade por cada ação que tomo, e cada vitória, cada derrota, sou eu mesma a principal responsável.
Uma boa ideia pra superar a dependência das coisas seria a gente colecionar momentos e não coisas.


terça-feira, 16 de junho de 2015

O MUNDO NÃO GIRA AO NOSSO REDOR

VOCÊ SE DÁ CONTA DAS PESSOAS?


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Vivemos cercadas de pessoas tão incríveis, tão humanas, com uma subjetividade tão profunda e única como a nossa.
Apesar disso, caminhamos pela vida como se fossem todas, ou quase todas, só figuras de papelão de quem desviamos para não trombar na rua.
Será assim tão difícil enxergar a humanidade das pessoas a nossa volta?
Sempre que vemos um estranho e nos lembramos de já tê-lo visto no dia anterior, é um pouco como se Deus estivesse com poucos figurantes.
A sensação é que somos os protagonistas do grande filme da nossa vida, repleto de figurantes que não importam, com um punhado de coadjuvantes que entram e saem de cena, tudo coroado pela brilhante narração em off dos nossos figurantes.
Na verdade estamos cercadas de protagonistas de suas próprias histórias.
Cada pessoa está protagonizando o seu próprio filme.
Experimente...
Quando estiver em um ambiente público com várias pessoas que você não conhece (ônibus, fila do banco, sala de espera, etc), tente dar-se conta da humanidade, individualidade, subjetividade de cada pessoa a sua volta.
Deixe expandir sua consciência. Se dê conta de que você está cercado de pessoas, de que cada uma daquelas figuras de papelão ali sentadas é um ser humano exatamente tão complexo, tão sublime, tão apaixonante, tão mesquinho quanto você. Uma por uma. Todas elas.
Não é preciso fazer nada externamente. As pessoas não precisam nem te perceber. Basta olhar para cada uma delas por poucos segundos e pensar:
Essa pessoa já foi um bebê fofo.
Esse aqui é a pessoa mais amada da vida de alguém.
Essa outra sentiu todas as suas dores e nenhuma das minhas, e eu nunca sentirei as dores dela, nem ela as minhas; etc.
Faça questão de ter realmente enxergado cada pessoa, de ter considerado sua humanidade individual por pelo menos alguns segundos antes de seguir adiante: aqui está uma pessoa, aqui está outra pessoa, isso aqui também é uma pessoa. Pessoa, pessoa, pessoa. Cada um. Nenhum deles figurantes do filme da minha vida. Todos protagonistas de seus próprios filmes.


segunda-feira, 15 de junho de 2015

NOSSA VIDA EXISTE SEM NÓS

MESMO ANTES DE MORRER, SUA VIDA JÁ PODE ESTAR SEM VOCÊ

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Temos consciência da morte em alguma medida. Mas poucas são as pessoas que acreditam que poderia acontecer amanhã ou talvez no ano que vem.
Pois morreremos, mesmo com toda opressão do cotidiano. Mesmo com a dificuldade de viver nesta ou naquela condição, com desejos, anseios, pensamentos, projeções, mesmo com a rotina que não nos dá descanso ou com nossa falta de controle. A consciência da morte pode até não nos proporcionar algum alívio, mas com certeza nos coloca pra dividir um mesmo barco.
É fácil acreditar na solidez de nossas convicções. Deixar de reconhecer e compartilhar nosso tempo, oportunidades, emoções, privilégios. De ser fiéis a nós mesmos sem perder o cuidado com tudo o que nos cerca.
De repente, podemos nos deparar com a possível descoberta que as pessoas em volta não são coadjuvantes ou figurantes da nossa vida. Não somos os protagonistas das histórias que contamos. Nossa vida não é a medida de todas as coisas.
É, nossa vida existe sem nós.
O controle que tanto ansiamos não passa de uma ilusão fraca e temporária diante do fluxo dinâmico de acontecimentos.
Morrer e viver são oportunidades que desperdiçamos com freqüência. A morte não é o contrário da vida. A morte nos aproxima da vida, mas muitos só acreditam de verdade na possibilidade de morrer e de viver ao escutar, como nos filmes dramáticos de Holywood, alguém dizer:
"Você tem... Receio que não há nada que possamos fazer".
Talvez não seja preciso chegar tão perto, mas contemplar essa possibilidade pode oferecer a chance de mudar perspectivas, questionar nossas ações e a maneira como nos relacionamos com as pessoas. Acredite, seu tempo é limitado. Esta vida é provisória.
A consciência da morte, que é apenas uma das manifestações da impermanência de todas as coisas, pode ensinar princípios. Talvez um pouco de lucidez, entrega, silêncio e calma. Talvez. Na morte, nada se perde, somente a ilusão de que possuíamos pessoas, lugares, momentos, coisas.
Estar presente na própria vida não depende de estar vivo ou morto. Mesmo antes de morrer, sua vida já pode estar sem você.



sexta-feira, 12 de junho de 2015

PARA AQUELES QUE AMARAM, AMAM E QUE AINDA VÃO AMAR

A PRÁTICA DIÁRIA INTERMINÁVEL DE SERMOS HUMANOS

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Pra que tanta ladainha, tantas religiões, tantas regras e leis pra levar a algo tão simples? Todos os aprendizados, todas as análises de conflitos, todos os insights levam apenas a uma conclusão: somos uma coisa só. Estamos todos ligados. Somos a unidade no conjunto. E quanto mais nos afastamos disso, mais causamos o mal, o conflito, o desequilíbrio.
A natureza é destituída de 'bondade' ou 'maldade'; ela segue apenas (misteriosas e maravilhosas) leis imutáveis quando dá a vida ou a morte (para renovar o que havia criado). Tudo nela se equilibra, há uma reação a cada ação, há o retorno a tudo que cada ser dá a ela, há um antídoto para cada veneno, uma recompensa para cada sofrimento. Não há "crueldade" em sua sabedoria. A borboleta devorada pelo pássaro se torna aquele pássaro, e o pequeno pássaro morto por um animal está apenas cumprindo seu papel. Isso não pode ser considerado um "mal" na Natureza, nela não há esse conceito. O homem já começa errado temendo a morte, o seu maior fantasma, que não é um mal, só se vista de forma individual. O mal surge a partir do ego, da (in)consciência humana e sua origem está inteiramente no homem, que apesar de raciocinar, e apesar de ter toda a natureza para observar, se dissocia dela. Ou seja, a natureza é perfeita, é como tem que ser. A partir dessa compreensão, devemos confiar nela, e observar mais atentamente, vendo que tudo se mostra na vida. Se agimos na direção oposta estamos contra a natureza, e criando o desequilíbrio. E penso que devemo estar aqui pra trabalhar pela natureza.
Por exemplo: Reparem como a vida nos disponibiliza prazeres diversos, mas mostra que a partir do momento que só pensamos no nosso prazer individual e/ou imediatista, não entendemos o caminho proposto (começando com as consequências no nosso corpo, depois na nossa relação com as pessoas, com o mundo e assim por diante) Este excesso traz doenças, miséria, sofrimento físico e mental, e isso acaba sendo transmitido pra quem nos rodeia e para as gerações futuras. 
É simples! Essa unidade é  DEUS, chamem ele do que quiserem chamar.  E é custoso alcançar essa compreensão pela educação, consciência e exercício. As vezes pode levar toda uma vida.
Claro que amar a si mesmo, confiar em si mesmo, saber que somos uma importante peça é essencial, e não tem nada a ver com vaidade e orgulho (precisar da aprovação dos outros). Devemos fazer nossa parte com prazer e alegria, sem apontar/acusar/recriminar os outros ou cobrar isso deles. Lembre que qualquer repressão ou tentativa de controlar os outros também nos afasta do nosso propósito de ser unidade com o outro, obviamente. Cada um é responsável por si mesmo e atinge sua consciência no seu ritmo.
O mínimo que podemos fazer, estando como passageiros nessa inacreditável vida e nos compreendendo como "células" desse maravilhoso organismo chamado VIDA, é sempre exercitar a contemplação e a gratidão. Isso trará coisas maiores, e menos sentimentos individualistas. 
A compreensão disso tudo está muito além de fórmulas, de regrinhas ou coisas que o valha. Está em uma conscientização gradativa de que depende de nós partirmos para o exercício diário e interminável de sermos humanos cada vez mais conscientes pouco a pouco, a cada dia da nossa vida.