segunda-feira, 8 de junho de 2015

PROCESSANDO O EQUILÍBRIO EM NÓS

COMO A TRANSFORMAÇÃO ACONTECE



Nossas tentativas de reduzir o sofrimento muitas vezes acontecem de modo isolado em um submundo de pílulas, crenças e terapias duvidosas. Precisamos entender mais (e melhor) sobre como a gente se transforma.
O que acontece quando alguém começa a trabalhar com sua mente?
O processo de superar aflições e cegueiras pode ser muito complexo, porém o resultado é incrivelmente “bolo na cara”, evidente, facilmente percebido por qualquer um. Mas o que nos interessa aqui é descrever os processos que favorecem o nascimento de um ser com uma mente estável e um coração amplo.
Como a gente se transforma, aqui no sentido de como a transformação acontece, não no sentido do que fazer para acontecer.
Se você recebe ensinamentos de gurus, se faz análise, se frequenta alguma religião ou centro espiritual, como saber se está funcionando, se a coisa está operando, se há real transformação?
Fazendo uma síntese dos tantos textos já escritos nesse blog, a fim de provocar   reflexão.  A proposta desse texto hoje é reconhecer se já podemos, nós mesmos, olhar para nossos caminhos. 
Precisamos ver se o que estamos fazendo está funcionando como um antídoto para as nossas aflições ou não, precisamos ver se estamos domando a mente ou não, precisamos ver se nossa mente está melhorando, ou não.
Quando uma pessoa começa a praticar equilíbrio, alguns processos de transformação podem acontecer, veja:
*Em vez de ser comandada pelo conteúdo do pensamento (ex.“Eu quero me matar”), a mente reconhece o pensamento como pensamento (no caso exemplificado, esse reconhecimento salva  vidas).
*O que era visto como totalidade começa a ser visto como parte. O que era a realidade passa a ser uma experiência de realidade. 
*A pessoa começa a viver em um mundo sem inimigos. Torna-se cada vez mais impossível localizar um ser que esteja contra ela. A pessoa não consegue mais ver assim. 
* A pessoa não se agarra tanto a hábitos, pessoas, lugares, ideias, planejamentos… Ela se torna capaz de transitar pelas experiências sem ser aprisionada por elas.
*Fica cada vez mais nítido que superar a "minha" ansiedade é a mesma coisa que ajudar outra pessoa a ser menos ansiosa.
*Mais e mais situações são vistas como flexíveis, abertas — não mais como algo tão sério, pesado, definido, intransponível. Com isso não apenas surge leveza, mas uma maior liberdade para lidar com os problemas.
*A pessoa começa a encontrar uma fonte mais autônoma de ânimo, de estabilidade e vivacidade. Com isso ela começa a se tornar imperturbável, não precisando que coisas aconteçam ou não aconteçam para que ela se sinta bem. 
* A pessoa começa a simplificar sua vida, precisando de cada vez menos, ao perceber que a origem de seu bem-estar não precisa depender de coisas, pessoas e situações. Isso não significa que ela vai viver isolada do mundo: ainda que ela não precise, existe a liberdade de ter ou não ter coisas, afinal liberar o apego às coisas não significa se livrar das coisas. 
*A pessoa começa a ganhar clareza sobre o que realmente a faz sofrer. Pode surgir uma certeza avassaladora: não é o outro, não é a vida, não é uma ou outra situação… A pessoa enfim começa a se perceber responsável pelo que surge em seu mundo interno.
* A pessoa começa a se dar conta que trabalhar com sua mente não é nada fácil, então naturalmente aumenta sua admiração pelas pessoas que fizeram e fazem isso pra valer. Quanto mais a pessoa encontra qualidades positivas em si mesma, mais capaz ela se torna de reconhecer exemplos vivos dessas qualidades. E vice-versa: quanto mais ela se aproxima desses exemplos vivos, mais ela se torna capaz de reconhecer e agir a partir dessas sabedorias. 
Creio que os pontos acima são suficientes para ver se você enxerga alguns desses processos de equilíbrio em sua vida, como foi a proposta desse texto.


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