segunda-feira, 30 de novembro de 2015

CICLISMO DE LONGA DISTÂNCIA > AUDAX RIO/CAMPOS DOS GOYTACAZES # EU FUI

AVENTURA NO PEDAL > PERIGO NÃO, EMOÇÃO!


Domingo passado, dia 29, resolvi participar de uma prova ciclistica conhecida no Brasil com Audax. Trata-se de um evento ciclístico não-competitivo e de longa distância, lá fora a mesma prova é conhecida como Randonneur.
Pois é, como disse resolvi me aventurar no tal AUDAX, escolhi o termo aventurar, pois é geralmente como me refiro a esses desafios que vez ou outra me disponho a encarar. Dessa vez, com a cara, uma caloi 10 e a coragem.
O temo aventura não necessariamente quer dizer perigo, mas com certeza quer dizer emoção.
Se meus desafios trouxessem sofrimento, eu seria uma masoquista. A verdade é que mesmo num esforço gigantesco, tudo se torna extremamente prazeroso.
Poderíamos chamar isso de prazer intenso dos sentidos e pode ser descrito como a sensação de integração de tudo que envolve a prática daquilo que você se dispõe a encarar num desafio desses, o que resulta numa sensação difícil de descrever.
Por exemplo, no ciclismo, você está sobre a bicicleta, totalmente concentrada no presente momento, com a respiração ritmada e o corpo físico trabalhando intensamente, a mente simplesmente para de funcionar no turbilhão em que normalmente funciona abrindo espaço para algo mais profundo. Quando chegamos nesse estado, tudo é feito da melhor maneira possível, com a intuição mais aguçada, não há tanto sofrimento no esforço.
Qualquer prática esportiva realizada ao longo dos anos nos proporciona uma consciência corporal muito importante.
Talvez o maior mal moderno seja a falta de autoconhecimento, incluindo essa consciência corporal. Poucos vão fundo na exploração do que temos em nosso interior. Mal conhecemos nossos corpos, nos confundimos com nossas emoções e pensamentos e achamos que somos nossos cargos, nossas carreiras, nossos famílias, nossos papéis na sociedade. Vivemos com a cabeça para lá e para cá, sem vivenciar o aqui e o agora. E vamos atravessando a vida sem saber bem o porquê, sem observar melhor o que está subjacente.
Quando realizo minhas práticas esportivas dá pra sentir isso perfeitamente. A simplicidade é reveladora. No caso com a bike, ao pedalar kms a fio, como no Audax, há apenas você, a bicicleta e a estrada, e essa liberdade proporciona um profundo sentimento de harmonia interior, caso você tenha capacidade de observação. 
Você entende melhor o seu corpo e as emoções e pensamentos que surgem. E chega ao final de um pedal ou de qualquer desafio sempre se sentindo gratificada.
No longo caminho que percorri, passei por lugarejos, canaviais, pastos, pequenas pontes, estrada de terra batida, de paralelepípedos e asfalto. Enfrentei muito sol, muito vento e calor. Senti a adrenalina de quase cair e se recuperar e o alívio e orgulho de chegar sem nenhum incidente, sã e salva. Acabei criando uma alegre amizade com uma companheira de percurso que nunca vi. 
O treino através dos anos, me faz perceber meu corpo ficando mais forte e leve. Talvez desenvolva uma obsessão por ficar mais leve, para não ter que carregar peso desnecessário. Senti na pele que o vento pode ser meu melhor amigo ou pior inimigo. E contei quilômetros e quilômetros em que pude realmente ver o mundo ali à minha volta.
Depois de tudo isso começou a cair a ficha que, mais uma vez, me superei, que nada é impossível e que o meu cansaço é capaz de se transformar em uma satisfação 10 vezes maior.
O desafio Audax é isso, transforma o pedalar comum em algo fantástico, uma experiência tão simples e ao mesmo tempo tão plena.

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

MANTENHA SEMPRE SEUS PÉS NO CHÃO

NUNCA BRIGUE COM AS FORÇAS DA VIDA


Ninguém que pisou nessa Terra pôde se ver livre de lidar com dores difíceis, perdas delicadas e frustrações viscerais. A pobreza, a doença, o fracasso, a perda e a morte nos rondam a todo momento.  Cada vez que brigamos com aquilo que não temos controle parece que perdemos força ao invés de ganhar. A força vem de uma dose de aceitação daquilo que está alem de nós. Quando aceitamos aumentamos de tamanho, mas quando brigamos com a realidade diminuímos, pois brigamos com as forças da vida.
A realidade dolorosa que teimamos em aceitar é aquele momento que queríamos deter o fluxo da vida, mas brigar com os acontecimentos incontroláveis só traz ansiedade, aflição desnecessária e perda de força.
O único caminho para lidar com o inevitável é manter os pés no chão, com menos certezas, presunções e arrogância, seguindo em frente, ainda que seja mais lentamente…


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quinta-feira, 26 de novembro de 2015

1° ANIVERSÁRIO DO BLOG

COMEMORANDO # Um Ano de BLOG!


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Hoje é dia de comemorar, meu blog completa exatamente 1 ano desde a publicação do meu primeiro post! 
Foram 264 textos publicados. Mesmo sem realizar nenhum trabalho de divulgação, recebi visualizações além do Brasil, também, dos Estados Unidos, Rússia, China, França, Portugal, Canadá, Índia, Reino Unido, Japão. 
Vale também destaque para o 1° lugar, o post mais diretamente acessado desses 264 publicados, tem como título  "DOENÇAS SÃO PALAVRAS NÃO DITAS” – Jacques Lacan.
Todos sabemos que criar um blog é uma coisa muito, mas muito fácil, qualquer pessoa pode criar um em poucos minutos. O difícil não é criar, o grande desafio é fazer com que o blog se mantenha vivo ao longo do tempo. Já li que 65% dos blogs não duram mais do que 3 meses. Pois é, muita gente começa um blog e depois de alguns meses acaba abandonando, por diversos motivos.
Não criei meu blog com intuito comercial, se quer tenho uma página ativa no facebook, criei apenas para expor as minhas ideias, dividir minhas opiniões e até mesmo para compartilhar as vivências de meus hobbys.
A minha ideia inicial era criar um cantinho onde eu pudesse deixar meus textos. A escrita me acompanha desde sempre, desde a minha adolescência gostava de escrever para expor sentimentos, pensamentos... Não tinha diário o que eu tinha eram cadernos e mais cadernos para anotar coisas que me passavam pela cabeça e/ou alma. Depois passei a não mais escrever minhas reflexões. 
Há um ano retomei, na versão pública, através desse blog, e continuo cultivando esse hábito porque me ajuda a levar uma vida mais significativa — ética, equilibrada, sábia, compassiva, alegre — em meio a qualquer condição externa. Isso significa pegar sua vida com as mãos, não deixar sua mente, seu corpo, seu trabalho, seu dinheiro, seu tempo, sua vida "a Deus dará". 
Daí meu empenho em compartilhar com vocês e manter vivo esse espaço para me lembrar, de novo e de novo, de praticar o que importa.
Seguimos! >

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

UM DOS PAPEIS DOS PAIS É EM ALGUM MOMENTO DEIXAR DE SÊ-LO

DEPENDENTE > INDENPENDENTE > INTERDEPENDENTE 

>PAIS NÃO CONGELEM SEUS FILHOS




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Junto com o mito do amor incondicional, vem a ideia de que os pais são confiáveis e de que sabem o que é melhor para os filhos. Ora, justamente por acompanhá-los desde bebês, eles são os seres que mais têm visões condicionadas dos filhos:
– Filho, come esse pudim que você tanto adora!
– Faz anos que não como pudim, mãe.
Pais são pessoas que congelam os filhos de alguns modos. Além disso, os filhos têm  sempre uma necessidade sutil de aprovação materna e uma busca por outra pessoa que cuide dele assim como sua mãe. 
Temos aí configurados o fenômeno da adultescência e do amor materno incondicional, puro, perfeito. 

Para os adultescentes eu diria que o melhor seria o filho agir como se sua mãe estivesse morta (sei que isso dói um pouco). Isso significa não precisar de acolhimento, mimo, cuidado ou atenção especial, estar livre para se relacionar com as pessoa, não precisar da aprovação de ninguém, não ser carente, não esperar roupas passadas e pratos lavados, não exigir postura materna de nossos parceiros.
É claro que isso não significa cortar relações, apagar do mapa ou ignorar o fato de que sua mãe foi, é, e sempre será muito importante. Nada disso, muito pelo contrário! Fazendo isso, cortamos um referencial sutil e nos abrimos para nos relacionarmos de modo muito mais saudável com nossa mãe, reconhecendo que, antes de ser nossa mãe, ela é uma mulher como qualquer outra. Então,  libere sua mãe do seu papel de mãedentro de você. Não importa se ela sente o mesmo, se ela fará um movimento recíproco. Isso não é responsabilidade sua.

Para os pais dos adultescente eu diria que um dos seus papéis como pai é, em algum momento, deixar de sê-lo. Virar um companheiro dos seus filhos. Entender e sentir que dão conta de si mesmos, que não precisam de você, que não te devem nada. Por isso mesmo, você poderá ajuda-los e apoia-los sem que seja uma obrigação derivada dos seus papéis.
Temos cerca de uns 17/18 anos como pais, depois disso a relação precisa se transformar, quando isso não acontece dá muito problema. A relação entre mãe/pai e filho/filha, pra mim, faz sentido enquanto o pai de fato é pai, e a mãe é mãe, enquanto sustentam e cuidam de perto das crianças. Depois vira um cuidador mais distante que também, claro, pode ser chamado de pai e mãe, desde que se entenda a mudança. O problema é que muitos pais parecem nunca admitir a mudança. Eles exigem uma correspondência que simplesmente já não faz mais sentido. 
Veja, não é que a amizade entre eles vai se tornar uma amizade como qualquer outra. É diferente. É apenas que a maternidade ou paternidade  — como você conhece hoje (enquanto seus filhos são menores) — termina.
Os clichês “Filho é pra vida toda” e “Você nunca mais vai dormir tranquilo depois de ter filhos” devem perder sentido e força ao longo dos anos, quando eles vão se tornando adultos.
Hoje me sinto livre e sei que meus filhos sentirão essa liberdade. Assim, quando for a hora, é bom que nos libertemos dessa relação e que possamos construir uma outra inédita, imprevisível, mas certamente viva.

*O ponto é bem simples: todos nós somos interdependentes.  Sabemos que ninguém vive sozinho, mas no meio dessas relações, perdemos nossa liberdade. Resgatar nossa liberdade não é se afastar, mas se aproximar ainda mais dos outros, exatamente porque entendemos que nossa aproximação não é por dependência deles, então não temos medo, não temos pé atrás. É só isso. 



terça-feira, 24 de novembro de 2015

O OUTRO NUNCA É A CAUSA DO NOSSO SOFRIMENTO

A CAUSA DO NOSSO SOFRIMENTO SÃO AS  NOSSAS AFLIÇÕES MENTAIS

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Nunca sofremos por causa de uma situação ou pessoa. Nossos problemas de relacionamento não têm nada a ver com nossos relacionamentos.
Somos bons nesse negócio de se apaixonar, amar, casar. Em geral, sabemos minimamente como deixar alguém feliz por algum tempo, sabemos como construir algo junto.
No entanto, não é bem isso que verdadeiramente desejamos. Relacionamentos são fáceis de arranjar. O que queremos é felicidade estável, satisfação, paz, vontade de viver, sabedoria. E isso não fazemos a mínima ideia de como conseguir, muito menos oferecer a outra pessoa em uma história duradoura.
Somos movidos por diversas visões que nos levam ao engano, perturbam o nosso ânimo, que terminam por causar confusão em qualquer âmbito, da preguiça que nos faz chegar atrasado em nossos compromissos à mágoa da carência que acaba nos deixando vingativos e infelizes demais.
Essas visões equivocadas atuam como um agente infiltrado, óculos distorcido, monstro que conta mentiras e te joga contra o outro. Enxergamos um alvo, alguém ou alguma coisa como inimigo, um ser demoníaco responsável pelas emoções, pensamentos e sensações negativas que nos fisgam. Quando dói, parece que é o outro que está nos perfurando, não nossa própria mente, nossos medos, apegos, fixações. Quando tentamos explicar por que estamos sofrendo, nos confundimos e nos distraímos com cenas que obscurecem o verdadeiro vilão.
Se pararmos de apontar o dedo pra fora e tratar de detectar e cuidar do que vai na nossa mente, podemos lidar com todos os obstáculos, venham de onde vierem, não importa — da esposa, do marido, do berço, da UTI, da cozinha, de uma terceira pessoa, de uma quarta…
Deveríamos agir para erradicar as aflições mentais com a mesma força que inutilmente empenhamos em evitar pessoas e situações que as ativam.
Se é para atacar alguém, ataque seu orgulho, sua preguiça, seus obstáculos e estruturas aflitivas. 




segunda-feira, 23 de novembro de 2015

O HÁBITO DE CORRER TEM UM PODER TRANSFORMADOR

PEQUENAS MUDANÇAS > GRANDES MOVIMENTOS > VERDADEIRAS TRANSFORMAÇÕES

As vezes alguma pequena mudança introduzida facilmente em nossa rotina, pode detonar uma série de desdobramentos até melhorar a qualidade de nossa vida como um todo.
Temos bem menos autonomia do que acreditamos ter. Passamos uma parte imensa do nosso tempo respondendo de maneira automática a quantidade colossal de estímulos que recebemos. As vezes tenho a impressão de que eu responderia “Tudo bem, e você?”, mesmo se estivesse mergulhada na mais profunda das tristezas, por causa do piloto  automático.
Em paralelo a isso estão os nossos hábitos. Dificilmente alguém diria “Ah! Já sei! Vou escovar os dentes!” momentos antes de dormir. Escovamos mesmo quando a sacada não surge. 
O desgaste emocional e racional relacionado aos nossos hábitos é quase zero. Por isso nossos hábitos podem ser ferramentas incrivelmente poderosas para estimular mudanças em nossas vidas. Esses hábitos dão início a um processo que, ao longo do tempo, chacoalha tudo.
Alguns hábitos têm um potencial muito maior que outros em se desdobrar. Correr é um deles.
Começamos com um estímulo brando seguido de uma recompensa pequena. No começo, corremos para sentir o corpo pulsando. Em seguida, torna-se natural surgir o interesse pelo aspecto técnico. Atentamos para nossa respiração, cronometramos nosso tempo, analisamos a distância percorrida. Nos observamos. Começamos a buscar algum tipo de superação e o pacote de recompensa cresce. Agora, além do pacote todo buscamos uma espécie de sensação de missão cumprida.
Refinamos a auto-observação, começamos a perceber em qual período do dia estamos mais dispostos, quais fatores físicos e emocionais afetam nosso desempenho e qual o tamanho do monstro que vive na nossa cabeça e que sussurra de maneira sedutora desculpas criativas para algumas muitas vezes pular o treino: “Só hoje não tem problema”.
É um universo tão grande e rico que de repente faz sentido se inscrever numa corrida de rua. A semana, que antes era uma semana comum, passa a ser a semana que vai ter corrida. Nada mais justo do que tentar ajeitar a alimentação para estar 100% no dia da corrida. Com a alimentação equilibrada, fica mais fácil treinar bem.
Nos dias em que você dorme mal, o treino é ruim. Então ajeitar o sono não parece algo tão descabido. Na verdade, fica cada vez mais evidente que a qualidade da nossa vida social e das nossas relações tem pouquíssima relação com a quantidade de compromissos que assumimos.
Aquela corridinha, que antes era só uma corridinha, mudou a maneira como você enxerga sua rotina, sua alimentação, seu descanso e sua vida social.
Não temos capacidade de prever todos os desdobramentos das nossas ações. Então, ao invés de atacar uma lista minuciosa e extensa, cheia de detalhes, é melhor focar em pequenas mudanças e utilizá-las como alavanca para que os grandes movimentos – as verdadeiras transformações – tenham espaço para acontecer.

sábado, 21 de novembro de 2015

SOBRE NÃO TERMOS PROBLEMAS NA VIDA

NOSSOS PROBLEMAS NÃO DEPENDEM DE SOLUÇÃO EXTERNA, TRABALHE COM O QUE SE APRESENTA


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Numa conversa enquanto a pessoa conta um pouco sobre seu relacionamento, uma parte de mim compreende o quanto a história é mesmo complicada, mas a outra parte pergunta: onde exatamente está o problema? Desconfio que ela só reclama de algo específico porque ainda não desistiu da esperança de se relacionar sem complicações. Ora, enquanto nossas mentes forem embaçadas e tensas, sem preparo algum, como esperar que nossas relações sejam algo diferente?
Porque podemos trabalhar com qualquer situação, não seria errado dizer que ninguém tem problema. O problema começa quando a pessoa tranca, risca uma linha e diz: “Isso é um problema, isso não deveria acontecer, agora eu tenho de fazer algo diferente do que eu gostaria!"
Imagine que eu faça uma trilha para chegar o quanto antes a um lugar onde serei benéfico. Sou picado por alguns mosquitos, começo a me debater, me jogo no chão e fico ali, gritando e chorando. Sofrimento é isso. O problema nunca é a picada, nunca é o que acontece, mas nossa incapacidade de seguir — e toda a cadeia de reações a partir do momento em que trancamos. Ora, após a picada, o que preciso fazer não é diferente: é a mesma coisa que eu estava fazendo. Basta seguir respirando e avançando. Mesmo se a picada for venenosa, seguir significa trabalhar com o que se apresenta, buscar um antídoto, uma injeção. Se eu não trancar, onde está o problema?
Um buraco, um mosquito, uma tempestade, um assalto não são coisas externas à trilha, não nos tiram da trilha. A trilha é isso! Traição, morte, doença, dívida, brigas, adversidades, nada disso é externo à vida. Quando alguém nos trai, onde está o problema? Sofremos quando não conseguimos seguir e reconhecer o obstáculo como o próprio caminho para mais equilíbrio e sabedoria.  
Para uma pessoa que ainda não descobriu seu potencial interno, sim, um problema é realmente um problema — não adianta fingir que não é! Ela vai tentar resolver, encontrar soluções externas e só vai se estabilizar quando tiver uma sensação de superação, de sucesso, de vitória. Mas para uma pessoa que tem métodos de transformação, quanto maior o problema, maior a oportunidade de abrir o coração, se estabilizar e  ganhar clareza sobre aquilo que se apresenta— não importa se há ou não há solução externa, mesmo em meio a uma grande derrota, a pessoa sabe o que fazer internamente.
Quanto maior a bolha de seriedade, maior o sorriso necessário para atravessá-la. Mesmo a pior situação é aproveitada. Tudo se torna superável. Conseguimos apreciar e elaborar qualquer experiência, venha como vier, do jeitinho mesmo que vier. Não mais rejeitamos a vida.
É uma metáfora clássica: a água na qual você se afoga é exatamente a mesma que você usa para escapar e nadar até a praia.
Nesse sentido, nossa prática é seguir (não no sentido romântico de não parar até conseguir ou de nunca desistir, mas no sentido de não trancar, não gerar conclusões e ficar fixada ali, saber repousar, andar devagar, com paciência e abertura). Incessantemente seguir. Quanto mais fazemos isso, mais nossa energia se torna autônoma, sem depender tanto do que acontece ao redor. Estamos nos capacitando para sermos úteis quando tudo desabar.
A melhor tradução para isso é "energia constante". Constante porque ela surge não pela força pessoal de carregar um fardo, mas da própria vida, que segue e nos desafia a seguir junto.

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

A CONSCIÊNCIA NEGRA DE ZUMBI

DESMISTIFICANDO O MITO ZUMBI 

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Nada contra o dia da Consciência Negra, apenas contra elegerem a figura de Zumbi como um símbolo da luta e resistência dos negros escravizados no Brasil, bem como da luta por direitos que seus descendentes reivindicam.
É Zumbi pra lá, Zumbi pra cá, Zumbi valeu, mas na verdade Zumbi foi um resistente contra sua própria escravidão, mas não contra a escravidão em geral, sequer a de seus irmãos de cor. Pelo contrário, mantinha, em Palmares, escravos NEGROS.
Zumbi não era e não poderia ter sido um líder em busca da libertação do negro. Mesmo porque, segundo os historiadores, não havia o conceito de um “negro”, uma identidade cultural que unisse todos os africanos. Eles vinham de etnias e regiões diferentes, muitos eram inimigos e trouxeram suas diferenças para as terras coloniais. É como falar do “europeu” ou do “branco”, como se isso bastasse para criar uma cultura homogênea. Ingleses, franceses, portugueses, espanhóis, holandeses e outros travavam lutas violentas entre si e não se viam como um “povo”. O mesmo se dava com os africanos.
Zumbi não queria acabar com a escravidão e nem libertar o “povo negro” da opressão do branco. Ele apenas lutava pela sua liberdade e do grupo que formou o quilombo. Havia, inclusive, laços de amizade entre os quilombolas e os comerciantes ou outros “brancos” com quem eles conviviam. Havia escravidão dentro do quilombo, como era prática comum também na África,   havia regras de comportamento e castigos físicos para quem não as cumprisse.
Agora para e pensa: Se Zumbi, que foi líder do Quilombo de Palmares, possuía escravos negros, a noção de luta por liberdade nesse contexto era bem específica e não se poderia colocá-lo como símbolo de resistência contra a escravidão. A própria história da África e do tráfico negreiro transatlântico revela que grande parte dos escravos que a coroa portuguesa trazia para o Brasil Colônia era comprada dos próprios reinos africanos que capturavam membros de reinos ou tribos rivais e vendiam-nos aos europeus. Essa prática também ressoou, como também atestam alguns historiadores, em dada medida, nos quilombos brasileiros.
Penso que o uso de datas comemorativas como marcos de memória e heróis nacionais deveria dar conta da complexidade dos fatos históricos e fornecer elementos para compreender o passado e sua relação com o presente para que não haja engano nem das reivindicações sociais e, tampouco, da veracidade dos fatos. 
Acho que escolheram Zumbi dos Palmares como símbolo e referência heróica contra a escravidão dos negros. do “Dia da Consciência Negra” porque sua historia não deixa de ser um exemplo de como os escravos resistiram à opressão, cada um à sua maneira, mas Zumbi não foi nenhum herói nacional como mistificaram e a ideia de desmistificar personagens históricos, a meu ver, não é uma prática negativa. Idealizar o passado só dificulta que compreendamos o presente.



quinta-feira, 19 de novembro de 2015

O DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA E O PRECONCEITO

NINGUÉM É VÍTIMA DE NINGUÉM SÓ DO DINHEIRO E OU PODER


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Amanhã é dia da consciência negra que em suma foi criado para combater o preconceito racial. Claro que há muita discriminação racial mundo afora, e aqui em nosso país esse sentimento de discriminação é uma realidade que só não vê quem não quer,   mas vejo que o nosso problema maior não é o preconceito  racial, mas principalmente o social e econômico, há brancos pobres, paupérrimos e por causa da sua cor também sofrem preconceito, há negros que são racistas entre si mesmos, não aceitam a cor da própria pele e sofrem por serem negros não por causa da descriminação alheia mas da descriminação que faz de si mesmo.
A discriminação racial é um fato, mas não um fator impeditivo de nos elevarmos cultural e socialmente como querem supor, porque como seres humanos, temos a mesma inteligência e basta que assim o queiramos. Conheço muitos negros que não se sentindo pior que ninguém, fez o que tinha que fazer e chegou onde quis.
A meu ver ninguém é vítima de ninguém! E muitos se fazem de vitima porque convém ou porque tem esse perfil mesmo, e isso independe  da cor da pele.
Não acredito muito em preconceito, discriminação e racismo, nesses termos. 
Existe um grande e único preconceito entre os homens. O Dinheiro e ou Poder !!! 
Se você possui dinheiro pode ser negro que será o maioral, lindo e poderoso. Se for deficiente físico e tiver dinheiro, as "escadas se tornarão pontes. 
Se você for um gay bem sucedido, te aceitarão sim. 
Assim como um feio, um doente, um esquisito, um gordo, um magro, um alto, um baixinho e de qualquer religião ou doutrina.
Os homens são bem hipócritas de não assumir isso, mas pense bem que é essa a realidade, infelizmente! O dinheiro quebra e vence todos os preconceitos ! 



quarta-feira, 18 de novembro de 2015

DEIXE SEUS PENSAMENTOS PASSAREM

NÃO REJEITE NEM JUSTIFIQUE SEUS PENSAMENTOS 


Não é o conteúdo do nosso filme que necessita de atenção, mas sim o projetor. A raiz da nossa dor não está no enredo atual; está, antes de tudo, em nossa propensão a nos incomodarmos com as coisas.
A propensão a sentirmos pena de nós mesmos, termos raiva, inconformismo – nossas reações emocionais tão familiares são como sementes que simplesmente continuamos a regar e nutrir. Largar hábitos negativos fixados, incorporados em nós requer disciplina e coragem. A princípio, abandonar nossos pensamentos e emoções  é uma questão de hábito. Pensamentos e emoções podem nos dificultar o contato com a abertura de nossa mente, mas são como velhos amigos que nos acompanham desde quando nossa lembrança alcança e ficamos muito resistentes a nos despedir, mesmo quando notamos que elas nos são prejudiciais.
No entanto, cada vez que fazemos uma pausa para prestar atenção do quanto isso nos limita,  paramos de reforçar essas propensões e começamos a nos abrir para possibilidades novas e diferentes.
Se você não reprime os pensamentos e emoções e não corre com eles, estará numa posição interessante. A posição de não rejeitar nem justificar fica bem no meio de lugar nenhum.
À medida que você for reagindo de modo diferente a um velho hábito, perceberá as mudanças. Por exemplo, no passado, quando ficava irritado, você podia levar até três dias para se acalmar, mas, se continuar interrompendo os pensamentos raivosos, poderá chegar ao ponto em que levará apenas um dia para abandonar aquela raiva. Finalmente, apenas horas ou até um minuto e meio. É quando você está começando a se libertar do sofrimento.
Nós seres humanos somos seres em transição – seres que não estão inteiramente cativos nem inteiramente livres, mas sim no processo de despertar. Acho útil pensar em mim dessa forma. Estou no processo de me tornar, no processo de evoluir. Não estou condenada nem completamente livre, mas crio o meu futuro com cada palavra, cada ato, cada pensamento. Encontro-me numa situação muito dinâmica. Tenho todo apoio que necessito para simplesmente relaxar e conviver com tudo que está em processo na minha vida. 
Viver a vida sem enredo: vivendo plenamente com a mudança e a incerteza, porque é isso que a vida exige de nós.



terça-feira, 17 de novembro de 2015

PESSOA CALADA MENTE BARULHENTA

O SILÊNCIO É BOM, MAS AS VEZES FAZ BARULHO DEMAIS

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Muita gente que parece quieta e calada, na verdade não expressa o barulho que os milhões de pensamentos fazem do lado de dentro.
Eles não falam muito e não demonstram o que pensam ou o que sentem.
São pessoas que costumam pensar bastante e que consomem muito tempo mergulhadas em seus pensamentos, remoendo possibilidades e arrependimentos que, talvez, nunca serão ditos.
E por quê eles insistem em ficam em silêncio?
Muitas vezes, as pessoas tem receio do juízo que os outros vão fazer delas, o que faz com que elas se sintam inseguras. É gente que tem medo de parecer ridícula, gente que tem medo de falar besteira ou gente que prefere evitar discussões ou magoar alguém. São pessoas que tem medo de que sua opinião ou ponto de vista seja rejeitado ou criticado pelos demais.
O medo da rejeição leva à imobilidade, de modo que, essas pessoas não se posicionam ou omitem o que pensam para não serem julgadas.
O que elas não percebem é que ficar em silêncio também não faz com que sejam aceitas.
O silêncio atrapalha que a gente as conheça de fato e o reconhecimento por quem elas realmente são, já que elas se escondem do diálogo e acabamos desistindo de insistir para que se expressem, a fim de não sermos inconvenientes.
O problema é quando o silêncio predomina a ponto de que nem os pontos negativos e nem os pontos positivos possam ser vistos. Tem gente que prejudica a vida toda por causa desse comportamento imaturo.
Analisando o outro oposto, gente que fala muito e faz barulho são, lá no fundo, pessoas relativamente calmas, já que toda a agitação já foi externalizada em conversas, discussões e brincadeiras. Diferente dos introvertidos ou “falsos calmos”, como eu costumo denominá-los, as pessoas agitadas e comunicativas não costumam guardar para si o que pensam.
Concluindo: O silêncio de fora não agrada o barulho de dentro. O dentro quer ser e ter o silêncio de fora, mas é dominado por um alto ruido mental porque não se esvazia através da palavra dita. 
Porém uma vez que a palavra esteja dita o barulho de fora não atormenta o silêncio de dentro. E aí, meu caro, você pode dizer que está em paz.


segunda-feira, 16 de novembro de 2015

A MENTIRA E O MEDO

A VERDADE É A ÚNICA COISA QUE ORGANIZA: PODE SER UM CAMINHO DIFÍCIL, MAS É O ÚNICO QUE DÁ CERTO.

"Sê sincero contigo mesmo e disto se seguirá, como a noite segue o dia, que não poderás ser falso com quem quer que seja."
Hamlet
Acho que o fator principal que rege a mentira é o medo. Medo de não ser aceito, medo da vergonha, da perda, da rejeição, do abandono, medo da vida, demonstrando ser incapaz de lidar com estes sentimentos, muitas vezes nem conseguindo reconhecê-los. Mas o medo que está por detrás destes medos todos é um só: medo de ser si mesmo.
Algumas pessoas mentem e não admitem sequer para si próprias. Elas têm medo da verdade. 
Dizem que apenas "omitem" a verdade, o que acaba sendo o mesmo. O pior de tudo, é que mentem não só para os outros, mas principalmente para si próprias, pois o objetivo e o resultado são os mesmos: iludem-se que estão protegendo alguém ou ainda fazem para preservar a própria imagem.
O hábito de mentir normalmente começa lá na infância. As crianças ao verem adultos mentindo, acabam internalizando este comportamento como correto. Aprendem a recorrer à mentira como forma de proteção e defesa, sentindo-se ameaçadas de sofrer algo se falarem a verdade. Assim, vão sendo incentivadas a mentir. Mas devemos lembrar que enquanto crianças não se tem o discernimento de um adulto, que mente sabendo o que faz.
Mentir é esconder, transgredir e são muitas as razões que levam uma pessoa a mentir, como conflitos internos, insegurança, necessidade de aprovação, dificuldade em assumir os próprios atos e suas consequências. Quase sempre a própria pessoa não tem consciência dos motivos internos, por falta de autoconhecimento.
Mente-se também quando há dificuldade de lidar com as próprias frustrações e a dos outros. Ao dizer a verdade, corre-se o risco de destruir a idealização que fazem a seu respeito e nem sempre se está preparado para que alguém o veja como realmente é. Neste caso, a necessidade de mentir confunde-se com a necessidade de ser aceito. Ou seja, quem mente não se aceita, refletindo um conflito interno que requer uma avaliação profunda dos próprios valores.
Deixa portanto evidente, que há dificuldade em aceitar a própria forma de ser e de agir, pois demonstra acima de tudo, uma falta de respeito não só com o outro, mas acima de tudo, consigo próprio.
Quando há a necessidade de esconder algo é porque existe a ideia de que o outro não irá aceitá-lo. Há sempre um pré-julgamento do outro, como um ser incapaz de lidar com a realidade. 
Ser sincero com aqueles que se ama, para muitas pessoas, não é fácil, pois acredita que se disser a verdade poderá ser rejeitado.
Mas será que não há medo de destruir uma confiança conquistada ao longo da convivência e que poderá nunca mais ser resgatada? 
Por mais que algumas verdades possam ser desagradáveis, uma verdade vale mais que mil mentiras. É importante sempre ter a capacidade de se colocar no lugar do outro, ou seja, de quem está recebendo a mentira. Quem demonstra não estar preparado para a verdade é apenas quem mente.
Diante de tudo isto, quem mente demonstra que valores como amizade, cumplicidade, integridade, ética, caráter e confiança, que são os verdadeiros alicerces das relações humanas, não são importantes e valiosos como deveriam ou poderiam ser. Vale pensar e refletir nas consequências antes de fazer algo que o levará a mentir.
Em qualquer situação, a verdade, tanto de quem fala, quanto de quem ouve, só é adequada para quem está preparado para crescer. Espero que você esteja! 
E como já disse lá no cabeçalho e vale a pena repetir, a verdade é a única coisa que organiza; pode ser um caminho difícil, mas é o único que dá certo no final.

Michael Ventura escreve:
“As pessoas para quem precisamos mentir, nos possuem.
As coisas pelas quais devemos mentir, nos possuem.
Quando nossos filhos nos veem assim possuídos, eles não são mais nossos filhos, são filhos do que nos possui.
Se o dinheiro te possui, eles são filhos do dinheiro.
Se é o fingimento e os disfarces que te possuem, eles são filhos da pretensão e da ilusão.
Se o medo da solidão te possui, eles são filhos do medo da solidão.
Se o medo da verdade te possui, eles são filhos do medo da verdade”.

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