MANIFESTO DE "LOUCURA", VIOLÊNCIA E DE ÓDIO
Outra tragédia terrorista choca o mundo, desta vez em Paris. Uma série de atentados, possivelmente coordenados, atingiu a capital francesa, foram registados sete ataques terroristas em várias zonas da capital francesa. De acordo com as informações, há dezenas de mortos. Todos os ataques foram em locais de grande concentração de pessoas: bares, restaurantes, uma casa de shows e o estádio nacional.
Creio que uma ação terrorista é sobretudo um manifesto de "loucura", violência e de ódio.
A mente desses terroristas suicidas são mentes sombrias que espalham pelo mundo um profundo medo e ansiedade, dor, desespero e muitas mortes, incluindo as delas próprias, ao se explodirem juntamente com o alvo escolhido. São motivados por razões políticas, religiosas, mas acho que o maior ideal desses caras é produzir um efeito psicológico negativo em uma população inteira, e não apenas nas vítimas de seus ataques.
É um negócio bem complexo! Saibam que o perfil do terrorista suicida não é o de um psicopata ou de um bandido, como se acredita. Normalmente ele é um ser humano como qualquer outro, com seus princípios morais e religiosos eles se quer são pessoas violentas, de uma forma geral.
Como explicar isso?
É que seus líderes religiosos radicais prometem a eles que morrendo por essa causa, serão recompensados pela glória e pela ascenção ao Paraíso, consagrando-se como um mártir ungido por Deus.
Diante dessa explicação, você poderia perguntar: Então, os terroristas são loucos?
Até onde eu sei, a única anormalidade no perfil psicológico do terrorista suicida parece ser uma falta de medo na hora do ataque, que é justificado pelo fato de que eles têm ideais e agem em função dos mesmos. Por isso coloquei no título do texto a palavra loucos entre aspas. Eles não são loucos, eles são produto de um sistema louco, isso sim é o mais certo concluir.
Podemos dizer que a psicologia dos terroristas é muito polarizada. É uma psicologia dualista. Do tipo: Somos nós contra eles, os bons contra os maus. O grupo de terrorista sempre pertence ao "lado do bem"; o resto do mundo é o mal. O inimigo pode ser o governo, uma nação, um grupo étnico, ou um sistema inteiro de ideais tais como a civilização ocidental.
Uma importante questão que se coloca é: como um ser humano pode desafiar um dos mais poderosos instintos, o de sobrevivência ou de autopreservação, em nome de crenças religiosas ou ideologias políticas?
Como a psicologia não foi capaz de encontrar evidências de que terroristas que executam atos suicidas violentos são insanos (na verdade a evidência é contrária), devemos assumir que o seu comportamento é o resultado de uma forte doutrinação por um grupo político ou religioso, usando técnicas consagradas pelo tempo para recrutamento, persuasão, e conversão.
Os terroristas não parecem ser indivíduos insanos; eles são fabricados por um sistema insano, motivado basicamente por um fanatismo intenso e cuidadosamente desenvolvido.
Não é coincidência que as religiões fundamentalistas de todos os tipos usem essas técnicas, oferecendo uma mistura de salvação, redenção, promessas de recompensa eterna no céu, sentimentos de culpa e inadequação.
Recentemente, o mundo assistiu espantado a pelotões armados e uniformizados de crianças de tenra idade, recrutadas por partidos radicais islâmicos, marchando pelas ruas de Beirute e cantando a sua disposição de morrer por um líder ou por um Deus. O julgamento moral de crianças e adolescentes é ainda muito flexível e pouco formado, portanto é fácil convencê-los a fazer quase tudo, dado o controle que têm sobre eles.
Eu fico pensando como serão essas crianças quando se tornarem adultas:
Elas irão atuar com a firme convicção de que são inspiradas pelos mais altos e nobres motivos, se prenderão a visões estranhas e cruéis porque elas foram implantadas em seus cérebros em uma idade precoce.
Na minha opinião, isto dá uma visão arrepiante do futuro, porque será muito mais difícil ainda lidar com terroristas suicidas que foram doutrinados e treinados quando eles eram ainda bem jovens.
Olhando assim, vejo que este mundo é um barril de pólvora prestes a explodir e de vez em quando, um “estalo” me lembra disso. Me lembra da nossa impotência frente à violência. Me lembra que não há lugar seguro neste planeta. E me leva a crer que a solução pra resolver isso, só mesmo vindo do Alto.
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