segunda-feira, 31 de outubro de 2016

PRÉ-FINADOS PARTE II > SOBRE A NOSSA PRÓPRIA MORTE

 MORRER É UMA TAREFA QUE SE CONSTRÓI VIVENDO


Temos que olhar a morte com seriedade, mas vivemos como se ela não existisse, colocamos a morte num patamar inatingível, não falamos sobre isso em casa, na escola, nem na nossa formação, mesmo que ela seja na área médica ou de saúde e é isso que dá nesse sofrimento todo no momento em que damos de cara com ela, seja em relação a morte dos outros ou a nossa própria. Aliás, pode ser que o que te intriga mais não seja a morte dos outros, mas a sua própria.
Você já deve ter ouvido falar que o medo da morte é normal, é o simples medo do desconhecido, mas talvez isso não tenha ajudado em nada pra diminuir a sua ansiedade e o seu medo de morrer. Pois bem, vamos por parte, você pode não gostar de pensar nem de falar sobre esse assunto, mas isso não te liberta da possibilidade inevitável de morrer. Podemos não falar nada, tudo bem, mas independente de fingir que isso não é com a gente, vamos morrer do mesmo jeito. 
Bom, se é fato que vamos morrer, creio que podemos aplacar nossa angústia pensando de que forma queremos morrer, no sentido de, qual a história que eu deixo? qual a intensidade do amor que eu desenvolvi e promovi a minha volta para que eu possa deixar uma marca, um legado nesse mundo. A gente não deve se preocupar em deixar uma herança para os nossos, mas um legado. Isso ajuda muito a pensar na nossa própria morte com mais serenidade.
Assim, morrer é uma tarefa que se constrói vivendo, cada dia vivido precisa ser experimentado com a possibilidade de ter sido o último, sem que haja necessidade de um seguinte para corrigir alguma coisa. Quando isso ocorre, a morte ganha uma outra conotação: deixa de ser uma tragédia inevitável que nos toma de surpresa, e passa a ser olhada todos os dias porque nos lembra a fragilidade da vida e da importância de sua experiência radical, tanto no aspecto pessoal, como no convívio com os outros. 
E a nossa espiritualidade? Esse é outro assunto que merece reflexão aqui. A espiritualidade é uma coisa que nasce, brota, cresce e emana do próprio coração da criatura.  As religiões todas  têm em suma um propósito de alívio das demandas do sofrimento das pessoas no dia a dia. Mas se você procurou a religião com propósito de benefício, de privilégio, de se diferenciar das outras pessoas como parte dos "escolhidos", se considerando mais valioso ou  mais evoluído ou mais importante perante Deus do que as outras, é roubada, porque na hora de morrer essas letras miúdas do contrato que você pensa que assinou com Deus não rola. Entendeu? Não rola! Porque não é legítimo. Você pensa que sabe o que Deus pensa, mas de verdade o mistério existe, não há resposta, nunca teve resposta, nunca haverá resposta. 
A demonstração de fé mais poderosa que podemos dar é entender que nem você nem ninguém escolhe passar pelo caminho da dor, mas se Deus acredita que a gente é capaz de passar, que nós vamos dar conta, nós não vamos decepcioná-lo e ter certeza que nós vamos receber Dele tudo que a gente precisar pra passar por isso com menor sofrimento possível. Isso é fé! Por exemplo, fé não é você ter fé que você vai ser curado,  isso é expectativa, fé é acreditar que você tá nesse caminho que tá debaixo do teu pé e é esse que você vai trilhar, e é esse que você vai dar conta. Parece que as pessoas que trazem essa demanda de privilégio com Deus, as que se consideram detentora de todo o conhecimento no pós morte, são propícias a experimentarem os maiores sofrimento durante a morte, por não conseguirem, muitas vezes, conectar aquelas coisinhas que ela aprendeu nas aulas, lendo o Livro de trás pra frente, de frente pra trás, e aí ficam duvidando daquilo que aprenderam, e a dúvida nessa hora leva a uma crise espiritual muito grande. Essa dúvida surge quando a fé é apenas intelectual, foi aprendida mecanicamente, foi uma busca externa, não nasceu, brotou e cresceu do coração da pessoa, não era legítima. 
Dentro de todas as religiões, penso que a melhor forma de conduzir a  sua relação com Deus, sua relação com o sagrado, é com base no amor e na verdade (como em tudo na vida), se tiver culpa, medo, traição, privilégio se você faz o bem pra se dar bem a chance de dar problema no final é muito grande. Melhor desenvolver esse eixo em outra perspectiva, no amor e na verdade, porque aí não tem chance de dar errado. 
Escrevo essas coisas numa tentativa sincera de colaborar com essa progressiva intimidade que devemos ter com a experiência do morrer que nos ajuda não apenas a reorientar nossas prioridades na vida e a nos prepararmos para morrer, mas também a apoiar pessoas queridas que se aproximam da morte ou passam pelo luto.


sexta-feira, 28 de outubro de 2016

PRÉ-FINADOS - PARTE I > SOBRE A MORTE DOS OUTROS

NINGUÉM QUE AMAMOS MORRE, SÓ FICA INVISÍVEL


Mês de novembro aproxima e com ele, logo de cara, o dia de finados e o sentimento de pesar profundo pelas pedas da vida. Oportunidade pra pensar e falar de morte, o assunto mais evitado e temido da face da terra, mas não precisa ser assim.
Veja, primeira coisa que a gente precisa compreender frente ao sofrimento da perda é que nesse dia estamos nos despedindo de um corpo físico, não é da história. Se você se despede do seu pai, você não mais vê, abraça ou conversa com ele, ele fica invisível, mas continua sendo seu pai, a história toda que você teve com ele vai continuar sendo real, o problema é que a pessoa que perde um ente querido entra na condição de sentir que se a pessoa morreu tudo aquilo foi com ela, mas não vai, o amor fica. O amor que você compartilhou é o que te salva. E é essa sensação que vai fazer com que esse tempo de luto seja um tempo de transformação para quem fica, onde você vai continuar se relacionando com a pessoa que ficou invisível, ela existe ali e a gente nunca a perde. 
Com ou sem luto antecipatório, quero dizer,  seja perda repentina ou esperada, é preciso compreender a despedida, é fundamental pra que gente consiga ficar no mínimo em paz.
Vou descrever uma sensação familiar para quem vive ou já viveu a perda de uma pessoa muito próxima. Você está em algum ambiente festivo, conversa animadamente com um grupo de pessoas e aí alguém pergunta, sem saber que faleceram, sobre seu pai, mãe, filho ou marido. Quando você responde que essa pessoa querida morreu, é como se um raio gelado congelasse as expressões e sorrisos em torno. Ninguém sabe muito o que dizer, ensaiam um “sinto muito”, “desculpe”, “meus pêsames” e então, com o mesmo sorriso congelado vão se afastando e procurando outra roda de conversa.
Falar em morte em uma festa é impensável, o clima fica tenso, algumas pessoas desviam o olhar, buscando o buraco onde gostariam de se esconder. 
Embora não gostemos do assunto, vamos todos morrer e quanto mais nos prepararmos para a ideia, melhor partiremos. É esse o grande aprendizado a obter enquanto estamos vivos. 
São muitas coisas que envolve a morte, existe as dimensões físicas do fim, no caso de doença a busca do conforto e da importância de manter a consciência sem sofrimento de quem está partindo. Sem falar das mortes simbólicas, e da vida depois da morte: o luto de quem fica.
Esse assunto, o luto, é uma conversa importante que a gente precisa parar e pensar direito no decorrer da vida, sem a confusão que aplicamos a nós mesmos quando chega esse momento, tornando a dor ainda mais difícil de suportar.  
A pessoa que morre não leva consigo a história de vida que compartilhou com aqueles que conviveram com ela, e para quem se tornou importante ao longo de sua vida.
A dor do luto é proporcional à intensidade do amor vivido na relação que foi rompida pela morte, mas se entendermos o invisível, é por meio desse mesmo amor que conseguiremos nos reconstruir.
Quando morre uma pessoa amada e importante, é como se fôssemos levados até a entrada de uma caverna. No dia da morte entramos na caverna e a saída não é pela mesma abertura por onde entramos, pois não encontraremos a mesma vida que tínhamos antes. A vida que será conhecida a partir da perda nunca será a mesma de quando a pessoa amada estava viva. Para sair dessa caverna do luto é preciso cavar a própria saída.
Essencialmente, o luto é um processo de profunda transformação. Ninguém poderá fazer essa tarefa por nós: a tarefa mais sensível do luto é restabelecer a conexão com a pessoa que morreu por meio da experiência compartilhada com ela. A revolta, o medo, a culpa e outros sentimentos que contaminam o tempo de tristeza acabam prorrogando nossa estadia na caverna e podem nos conduzir a espaços muito sombrios dentro de nós.
É mágico como a dor passa quando aceitamos a sua presença. Olhemos para a dor de frente, ela tem nome e sobrenome. Quando reconhecemos esse sofrimento, ele quase sempre se encolhe. Quando negamos, ela se apodera da nossa vida inteira.


quinta-feira, 27 de outubro de 2016

A FORÇA DO "GÊNIO FORTE" É FAKE

PESSOA GENIOSA = "GÊNIO FORTE" ≠  SER FORTE


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Não gosto da expressão "gênio forte" porque a gente costuma ouvir que uma pessoa tem "gênio forte", quando ela reage com grande violência em situações que a desagradam. Ou seja, a pessoa de temperamento forte só está bem e calma quando tudo acontece exatamente de acordo com a vontade dela. Nos outros casos, sua reação é explosiva e o estouro costuma provocar o medo nas pessoas que a cercam. Talvez essas pessoas sejam responsáveis por chamar o estourado de forte, porque acabam se submetendo à vontade dele. Ele é forte porque consegue impor sua vontade, quase sempre por conta do medo que as pessoas têm do seu descontrole agressivo e de sua capacidade para fazer escândalo. E pior é que tem gente que ser orgulha de ser "geniosa", dando aquele sorrisinho por dentro, com o ar de superioridade como quem diz... Eu domino todo mundo!
Apesar de ser, por vezes, confundida com esse tipo de pessoa pelo tom da minha voz e pela força que imprimo nas palavras por conta da convicção daquilo que quero expressar, apesar da força ser muitas vezes confundida com agressividade, tenho sentimentos opostos as chamadas "pessoas geniosas", que eu particularmente entendo como "pessoas mimadas".
Se pensarmos mais profundamente, perceberemos que as pessoas de “gênio forte” conseguem fazer prevalecer seus desejos apenas nas pequenas coisas do cotidiano. Elas decidirão a que restaurante os outros irão; a que filme o grupo irá assistir; se a família vai para a praia no fim de semana e assim por diante.
As coisas verdadeiramente importantes – a saúde delas e a das pessoas com quem convivem; o sucesso ou fracasso nas atividades profissionais, estudos ou investimentos; as variações climáticas e suas tragédias; a morte de pessoas queridas – não são decididas por nenhum de nós.
O que leva os de “gênio forte”, normalmente, a um comportamento caricato: berram, esperneiam e blasfemam diante de acontecimentos contra os quais nada podemos fazer.  Reagem como crianças mimadas que não podem ser contrariadas! Afinal de contas, isso é ser uma pessoa forte? É claro que não.
Querer mandar nos fatos da vida, querer influir até em coisas cujo controle nos escapa, não é sinal de força, como também não é sinal de bom senso, sensatez e de uso adequado da inteligência.
Um ser humano forte tem humildade e sabe que não tem controle sobre as coisas que lhe são mais essenciais. Sim, porque este indivíduo aceitou a verdade. E isso não é coisa fácil de fazer, especialmente quando a verdade nos deixa impotentes e vulneráveis.
Também entende, e isso é o mais importante, que ela terá que tolerar toda a dor e todo o sofrimento que o destino lhe impuser. E mais,  terá que tolerar com “classe” e sem escândalos.
Não adianta se revoltar. Não adianta blasfemar contra Deus. Ser forte é ter competência para aceitar, administrar e digerir todos os tipos de sofrimento e contrariedade que a vida forçosamente nos determina. 
As pessoas que não toleram frustrações, dores e contrariedades são as fracas e não as fortes. Fazem muito barulho, gritam, fazem escândalos e em casos extremos  ameaçam bater. São barulhentos e não fortes – estas duas palavras não são sinônimos!
O forte é aquele que, seja qual for a situação, tem forças interiores para se recuperar.
Ninguém pode ter certeza de que seu empreendimento – sentimental, profissional, social – será bem-sucedido. Temos medo da vida justamente por causa disso.
Fazendo uma analogia, o forte é aquele que monta no cavalo porque sabe que, se cair, terá forças para se levantar. O fraco encontrará uma desculpa – em geral, acusando uma outra pessoa – para não montar no cavalo. Fará gestos e pose de corajoso, mas, na verdade, é exatamente o contrário. Buscará tantas certezas prévias de que não irá cair do cavalo que, caso chegue a tê-las, o cavalo já terá ido embora há muito tempo.
E é por essas e outras que eu dispenso e afirmo que o título de "pessoa geniosa" não cabe a minha pessoa. Graças a Deus!


quarta-feira, 26 de outubro de 2016

A DOR PODE SER UMA EXPERIÊNCIA PRODUTIVA

NÃO VAMOS ENCARAR NOSSO SOFRIMENTO COM A MESMA VELHA MENTE DE CONFUSÃO E IGNORÂNCIA 


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O sofrimento só será um problema quando não reconhecermos nenhuma possibilidade de nos libertarmos dele. Enquanto estamos dispostos a trabalhar com nossa dor, ela se torna uma experiência produtiva.
Se estivermos contando com um milagre ou alguma forma de intervenção divina, sem esforço da nossa parte, é como contratar um assassino de aluguel sem qualificação. Seguimos esperando que ele faça o trabalho que contratamos, mas nada acontece. Enfim percebemos que a pessoa que contratamos para nos livrar de nossos problemas não vai fazer nada. Temos que nós mesmos atirar em nossa ignorância, à queima-roupa.
O ponto é o seguinte:  somos os únicos responsáveis por nós mesmos, e o pessoal faz confusão com isso. Não podemos olhar para cima e dizer que tem alguém ali, alguém acima, que vai fazer as coisas por nós, temos que cumprir a nossa parte — aparecer nos locais e horários corretos e pagar o que é devido. Não podemos seguir fazendo negociações mafiosas e achar que, no final, tudo estará bem porque pertencemos a uma família e somos cristãos. Assumimos a jornada sozinhos, somos a única pessoa que pode nos salvar do nosso próprio sofrimento.
Algumas vezes, pra desenvolver bem o sentido dessa clareza  é necessário sofrer muito. Se temos uma dor de cabeça bem leve, por exemplo, tudo bem ser preguiçoso e não fazer nada a respeito. Contudo, se temos uma enxaqueca, faremos o que for preciso para nos libertar dela. Quando temos um sofrimentinho aqui e ali, podemos nos distrair e esquecer deles, mas quando temos um sofrimento real, então certamente começamos a prestar atenção e fazer algo a respeito. Por exemplo, quando uma pessoa tem problemas de abuso de drogas ou outros vícios, muitas vezes ela tem que ir até o “fundo do poço” em seu vício, antes de finalmente se sentir motivada a se comprometer com a recuperação.
Vejo, em muitos casos, que quando as pessoas se encontram em uma situação em que se sentem sem esperança nenhuma, é nesse exato momento que começam a ter um gostinho da verdadeira liberação. É quando estão desesperadas, quando perdem tudo e não tem controle sobre o que está acontecendo — é nesse momento que os ensinamentos podem  causar maior impacto. Não se trata mais de ensinamento teórico. Quando estão no fundo do poço de suas vidas e estão sofrendo profundamente, esse é o momento em que são fortes. Nessa hora, não é hora de desistir, muito pelo contrário, é hora de olhar para dentro e dizer: “Chega, isso acaba hoje.” Creio que é ali mesmo que nos conectamos com o poder de nosso coração de cordeiro rebelde e libertamos, de verdade, a nossa mente das coisas transitórias,  descobrindo um outro jeito de estabilizar a nossa felicidade, o nosso ânimo, independente das configurações ao nosso redor.
Nunca se esqueçam que a vida vai ser sempre instável, não dá pra controlar nada e nunca vai ser permanente ; as relações, o dinheiro, o nosso corpo, a nossa saúde. E sempre que eu colocar a minha felicidade na dependência dessas coisas transitórias eu vou sofrer.



terça-feira, 25 de outubro de 2016

ENTRE A EMOÇÃO E A RAZÃO

LEIAM, E RELEIAM, E RESPIREM, E ABSORVAM, E PRATIQUEM


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Penso que a tal "inteligência emocional" é uma das conquistas mais importantes na vida de uma pessoa, tanto em um relacionamento como profissionalmente. O ser humano é um grande e complexo sistema. No fundo de todas as nossas atitudes algo está sempre acontecendo dentro de nós, mexendo e vivendo conosco o tempo todo, existindo em nosso interior.
Não há sequer uma ação que executamos que não venha seguida de uma sensação, que não esteja atrelada à um sentimento.
Uma conversa está sujeita à todo tipo de emoção: alegria se dividem a mesma opinião, pesar se compartilham a mesma dor, raiva e ódio se suas convicções são muito opostas.
É o  nosso organismo  respondendo à toda e qualquer ação e pensamento que desenvolvemos.
Apesar de fazerem parte do mesmo sistema, há diferenças entre sentimento e emoção.
O sentimento é uma opção pessoal no que diz respeito à maneira como encaramos determinadas situações. É o estado psicológico que é escolhido para viver. Por exemplo: você pode ficar desapontado com alguém, mas continuar amando essa pessoa porque você escolheu ter o sentimento do amor em relação à ela.
A emoção é a resposta imediata à uma situação. Ela é a reação do organismo aos estímulos externos, impulsiva, instintiva.
E há momentos em que esse instinto é particularmente importante para a sua própria preservação. Nessas horas, a emoção sobrepõe a razão e resolve questões que levariam mais tempo se passassem pelo racional.
No entanto, se as emoções tomassem à frente de todas as decisões, é muito provável que se perdesse a orientação, já que elas duram instantes. Com isso, os sentimentos aparecem para ajudar na função de manter as sensações vivas sem maiores danos.
Sabemos que a nossa sociedade foi construída privilegiando a mente racional sobre a mente emocional. Vista como desestruturante e cega, acabou relegada à segundo plano.
O que não nos demos conta é que abandoná-la foi o que nos deixou sem chão. Formamos pessoas racionais e cultas, mas frágeis emocionalmente. E sem o equilíbrio dessas duas mentes fica difícil levar uma vida plena.
Antes de qualquer coisa precisamos entender que deve haver um equilíbrio entre a mente racional e emocional. Ter essa tal “inteligência” não significa que não iremos sofrer, mas sim que sabemos dos riscos que corremos.
Para tanto, é bom que sejamos mais fortes, mais corajosos, mais espertos e principalmente mais observadores.
Entendo que a segurança é o melhor caminho para acertar na vida. E é isso que procuramos, acertar na vida, não é? Tudo bem, queremos nos realizar em um trabalho, num relacionamento, casar, encontrar um “amor” e viver tudo isso intensamente, mas para que? Para ficar na paz com a vida que escolhemos viver. 
A vida consiste em saber o que fazer e principalmente quando fazer.
Não precisamos entender as emoções dos outros, se aceitarmos as deles e entendermos as nossas, já basta. Precisamos aprender a lidar com os nossos sentimentos, a traçar um caminho e chegar lá. Pessoas inteligentes não mudam suas perspectivas por algo, se adequam. E essa é a maior arma de uma pessoa inteligente, saber se adequar em qualquer ambiente.
Sabe o que aprendemos com tudo isso? A tomar certas decisões sem medo, a descobrir até aonde vão os nossos limites, a nos expressar melhor, a ter menos vergonha de coisas bobas, a ter certeza de quem nos merece, e por fim que não dependemos de ninguém para ficar bem.
Falando em “dependência”, bem que todos nós poderíamos tirar essa palavra do nosso dicionário.
Então talvez isso tudo junto seja um pouco daquela segurança de que  falei…
Creio que o que nos falta é saber dosar razão e emoção. Até porque a diferença entre o remédio e o veneno é a dose.
“A inteligência emocional consiste em pensar duas vezes antes de falar uma.”


segunda-feira, 24 de outubro de 2016

PARA QUEM VIVE AMARRADO AO PASSADO E/OU AO FUTURO

NEM ONTEM, NEM AMANHÃ, DEPOSITE VIDA NO PRESENTE


"SÓ EXISTEM DOIS DIAS DO ANO EM QUE NADA PODE SER FEITO. UM SE CHAMA ONTEM E O OUTRO SE CHAMA AMANHÃ, PORTANTO HOJE É O DIA CORRETO PARA AMAR, ACREDITAR, FAZER E PRINCIPALMENTE VIVER "
Dalai Lama

Nos equilibramos numa linha tênue de emoções e sentimentos inconstantes, estamos sempre ocupados, atarefados, cansados e nos queixando das coisas dia e noite, que ainda pra completar tira o sono. Tudo aqui, ocupando nossa mente.
Trânsito complicado, preços exacerbados, pessoas incompreensíveis, contas a pagar e corações a amargurar. Tudo bem aqui, à nossa disposição. Nós e essa mania de viver sempre no passado ou no futuro, mas raramente no presente. Em que acabamos esquecendo de cultivar uma mente serena, entendendo que ela é como fosse um amigo que está contigo desde e para sempre te ajudando nos momentos difíceis. Cultivar uma mente assim é fundamental e acredite, é bem simples também.
Mas como fazer isto? Não existe fórmula ou manual, basta apenas olhar para dentro de si.
Já sabemos que não adianta remoer o passado porque nada que você fizer hoje vai corrigir eventos anteriores ou irá reviver algo que já passou. Afinal, é passado. E o futuro? Bom, também já sabemos, o futuro é apenas um vislumbre do que supomos que poderá acontecer. Não adianta trazer o que nós nem sabemos se irá acontecer. Sim, temos que nos planejar, mas para que esses planos criem vida, depende de focar na sua vida hoje, ou seja, depositar vida no presente.
Não é adotar o "aproveite a vida jogando tudo para o alto", mas sim executar as coisas,  finalizando cada uma. Pois sim, é fácil iniciar algo, difícil mesmo é terminar.
Além disto, já parou para analisar que sempre estamos pensando uma, duas, três, quatro coisas ao mesmo tempo? Melhor focar no seu presente e um pensamento de cada vez, sem super analisar ou complexar as coisas. E vê se tira uns minutos do seu dia para fazer nada, e não se sinta culpado por isso. De verdade.
Tudo ao nosso redor é um reflexo nosso, tudo. É cuidando da gente que automaticamente o caos ao redor retoma uma certa ordem. Porque as respostas estão todas dentro de nós mesmos, pois cultivando uma mente tranquila e com sentimentos bons, podemos compartilhar coisas boas com o mundo lá fora. Como já diz o Emicida: “Irmão, você não percebeu que você é o único representante do seu sonho na face da terra? Se isso não fizer você correr chapa, eu não sei o que vai”. Pois que viver de acordo com que acreditamos é o mínimo que temos a fazer.
E por fim, vão rir muito, muito de você. Mas se você tem plena convicção do que você quer, não pense duas vezes, vá lá e viva baseado nessa sua convicção! Claro, desde que você tenha uma.
Parece óbvio, mas é sempre bom repensar sobre o fato de que passado não muda, mesmo se querendo, até porque ainda não inventaram a máquina de voltar no tempo, e o futuro, bem, certas coisas tem que acontecer, independente da nossa vontade, e outras, podemos começar desde já a mudá-las se a gente conseguir se manter mais dentro do que fora e mais aqui agora do que lá atrás ou logo ali adiante.




sexta-feira, 21 de outubro de 2016

AS HISTÓRIAS DE QUEM SE FOI

AS PESSOAS QUE AMAMOS ESTÃO ETERNIZADAS EM NÓS


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Volta e meia lembro aqui, entre os textos do meu blog, que um dia, sem aviso prévio, as pessoas se vão e nos deixam de lembrança suas histórias. Sejam elas as vividas, ou as sonhadas. E as histórias de quem se foi, é a forma mais generosa de eternizar aquela pessoa na gente. Faço isso porque volta e meia vejo alguém mal por causa de uma perda sofrida, seja essa perda referente a dias, meses, anos ou décadas, não importa. Há pessoas que nunca vão aceitar.
Quando uma pessoa querida se vai, ela nos deixa uma parte de si. Deixa também um pouco de solidão. E a solidão, com o tempo se torna amiga. E assim, descobrimos com as pessoas que se foram, que um belo abraço e um olhar carinhoso sempre se faz presente, e, que nada verdadeiramente grande se faz sem uma parcela de amor.
A verdade é que um dia, cedo ou a tarde, a dor invade sem pedir licença. Se coloca ao nosso lado, conversa com a gente e nos diz que não irá embora até conversarmos com ela. A dor engana, cria ilusão, e parece se fazer infinita. Hoje, já aprendi que o amor de uma pessoa que se foi, na verdade, nunca se vai. Ele fica. Nas histórias, na saudade e na esperança certeira de que ela está em algum lugar, na verdade está em nós primeiramente.
Com alguns dias cheios de choro, e algumas pessoas perdidas, a gente aprende que a vida não passa de uma oportunidade de encontro. Encontrar quem a gente ama, nos doar inteiramente e saber que, mesmo não parecendo, isso foi o suficiente.
A saudade sempre grita, é isso que eu vejo. Mas a certeza do coração, diz à ela que um dia a gente irá descobrir que o amor é a compensação da morte. Então, que a gente consiga valorizar e compreender mais as pessoas. Pois, todo coração pede, implora, uma oportunidade de deixar seu amor eterno na gente.


quinta-feira, 20 de outubro de 2016

O QUE VOCÊ ANDA FAZENDO DA SUA VIDA?

TODOS NÓS DEVEMOS CONHECER UM POUCO MAIS SOBRE O MUNDO INTERNO QUE NOS ACOMPANHA


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Acredito que por volta dos trinta anos, começa a haver na gente um sentimento de imobilidade. A juventude já não se encontra no seu auge (embora ainda esteja bem presente) e há um sentimento de que não foi conquistado todo aquele mundo de glórias que planejamos para nós mesmos ao longo de nossa adolescência.
Por mais que possamos discutir racionalmente toda a inercia que somos capazes de manter por anos e anos... nada como refletir um pouco para despertar, se o texto cumprir sua missão deve lançar ao menos um pouco de luz sobre esse assunto, pelo menos ser capaz de colocar a semente do questionamento em quem lê. A pergunta é: O que você anda fazendo com a sua vida?
Quero que você guarde a pergunta com você. Embora eu saiba o quanto seria bom que alguém aparecesse, num simples artigo de internet, e fosse capaz de responder uma pergunta tão cara como essa, tenho que admitir que estou muito longe de ter uma resposta.
Focaremos em outro ponto. 
Qual foi a última vez que você foi capaz almoçar prestando atenção no que comia, sem todas as distrações de uma tv ou internet, engolindo rapidamente tudo o que tem pela frente, pensando em inúmeras atividades por fazer, planejando atividades futuras que são, em boa parte, tão impraticáveis quanto todas as outras ilusões que criou anteriormente e que não realizou até agora?
Muitos de vocês talvez pensem que este pode ser mais um artigo sobre atenção plena e a capacidade de estar no aqui e no agora. Mas não é por aí que iremos.
Toda essa pressa e intromissão de outras atividades e atenções que descrevi ao falar sobre o almoço não estão aí inutilmente. Nosso psiquismo se organiza através de narrativas e, como já é bem claro para mim, caso eu pergunte qual a função de fazer tantas tarefas ao mesmo tempo em que se deveria aproveitar a comida, todos nós teremos uma boa lista de desculpas.
Somos as histórias que contamos e sempre acaba existindo uma narrativa muito bem amarrada que justifica tudo aquilo que fazemos. Somos nossos maiores sabotadores.
O ato de estar presente no aqui e no agora andam tão fora do  nosso cotidiano que ninguém leva essa história muito a sério. Nem mesmo tentamos.
Como se sabe, quando somos capazes de promover algum tempo de silêncio e quietude externa para nós mesmos, as vozes internas parecem surgir com bastante força. O que elas nos dizem? De onde elas saem? Qual o intuito de cada uma?
Gosto da metáfora de que o psiquismo humano age como um grande parlamento. Chega a ser engraçado confidenciar essas vozes internas, mais de uma, e ainda que, muitas vezes, elas discordam entre si. A maior parte das pessoas entende isso como uma esquisitice pessoal, mal imaginam que se trata de um fenômeno dos mais comuns.
O intuito principal  é permitir que as contradições internas possam, de alguma forma, ganhar um contorno mais definido. Não depende de nada muito elaborado, pelo menos não de início. Basta ter atenção e ouvir as vozes que discutem e lutam por hegemonia no nosso intimo, ter um pouquinho de disciplina para anotar pontos importantes de cada uma delas e criar um registro sobre como os pensamentos surgem em nossa mente.
Algumas dessas vozes podem ser aliadas, outras podem nos levar por um caminho de autodestruição. Com algumas é bem possível negociar, outras precisam aprender o lugar e a hora delas. Todas elas lutam para que caiamos no comportamento automático que prepararam, ao longo de nossa vida, para nós. É essencial que sejamos, de alguma forma, capazes de dar sentido e praticidade para elas, do contrário passaremos a vida em busca de um desejo que não se afina nem um pouco com a vida que levamos.
Para quem já fez análise alguma vez na vida, deve ter percebido como o processo que acabei de descrever é muito parecido com o que acontece dentro dos consultórios. É justamente essa a intenção, promover um pensamento analítico sobre os próprios comportamentos. Nem todos precisam de um processo psicoterapêutico clínico, mas, sem dúvida, todos nós devemos conhecer um pouco mais sobre o mundo interno que nos acompanha.
Sobre a pergunta que levantei no fim do 2º parágrafo: “o que você anda fazendo da sua vida?”
Talvez não cheguemos a respostas conclusivas, mas creio que,  o simples fato de levantar a questão já é um tipo de estímulo à vida.


quarta-feira, 19 de outubro de 2016

NÃO SE ROTULE

DEIXE DE SER PREVISÍVEL PARA SI MESMO


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O que você acharia de um livro de uma folha só? Oras, você diria, é um panfleto, não é um livro. E o que você diria de um panfleto que insiste que é um livro? 
Muitas pessoas se questionam sobre a superficialidade de alguém e talvez tenham um conceito mais simplista ainda sobre isso. Entendem superficialidade como um tipo específico de traço de personalidade, como por exemplo uma pessoa muito sexualizada ou boba. 
Eu encaro a superficialidade como um maneira de se relacionar com os outros que passa por um filtro único, ou seja, assumo uma parte da minha personalidade ou aparência como se aquilo me definisse completamente.
Conheço pessoas intelectualmente geniais que não sobrevivem numa festa. Outras que são carismáticas e festivas, mas que sucumbem a meia hora de papo sério. Quando uma pessoa toma a parte pelo todo é como se ela tivesse certa pobreza psicológica em que lhe faltam outros recursos pessoais. Então ela se recolhe só sob a máscara da pessoa sensual, engraçada, atrapalhada ou inteligente e nada além disso. Como um meme reduzido a um único traço de personalidade, quase uma caricatura de si mesmo.
Isso acontece quando alguém avalia outra pessoa num relacionamento pela aparência, pelo cargo, pela profissão ou pelo papel que assume. Se ficou atraído por alguém por ser um cara legal ou porque é bonito, provavelmente o sentimento ainda é superficial. Para ser um amor mais consistente se precisa conhecer as variadas dimensões da pessoa, se é que elas existem.
Portanto se você é igual a mim que costuma bater no peito dizendo que é assim ou assada (já melhorei um pouco! kkkk), repense com carinho, pra não correr o risco de ser um tanto superficial.
Melhor descobrir quais são nossos potenciais adormecidos,  sair da nossa zona de conforto e arriscar-se para além dos comentários, posturas e atitudes clichês. Deixe de ser previsível para si mesmo.   
As pessoas costumam se limitar à hábitos que condizem com o rótulo que elas põem em si mesmas e não abrem a mente para outras experiências. Muitas vezes se fecham em um grupo de pessoas com características semelhantes, que gostam de frequentar os mesmos lugares, conversar sobre as mesmas coisas... Mas bom mesmo é a capacidade de nos deixar livres pra mostrar nossos vários traços em contextos diversos, deixando a superficialidade de lado. Conviver bem com todo tipo de pessoa, morar em qualquer lugar, não se incomodar com as coisas novas, por mais que eu não me identifique, por mais que eu não siga aquilo, por mais que eu não vá fazer igual, pense que conhecer algo novo é no mínimo interessante.
As pessoas tendem a serem superficiais, a própria sociedade nos limita a isso. Se uma pessoa engraçada é cobrada a postura de que ela seja sempre assim, mesmo que esteja passando por dificuldades. E se uma pessoa é séria quando faz uma piada as outras olham com cara de estranheza pensando que diabos deu no fulano.
Nesta vida o primeiro dever é o de ser tão superficial quão possível, é aquilo que a gente vê logo de cara em alguém quando a conhecemos, mas o essencial de cada um, normalmente,  é invisível até aos próprios olhos!



terça-feira, 18 de outubro de 2016

O AMOR É O QUE FAZEMOS DELE > O AMOR SOMOS NÓS

O AMOR NÃO É NADA SE DELE NÃO FAZEMOS NADA

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A verdade é que nada nos pertence. As coisas e as pessoas podem simplesmente desaparecerem quando você menos esperar, e, por mais que pensemos estar preparados, não estamos. Nunca estamos. Mas, se o sofrimento vier nos visitar, então, que tiremos disto algum proveito.
O grande ponto é saber perder. É o que fazemos a vida inteira: administramos perdas. E a vida, embora nos ensine muito mais a ganhar do que a perder, nos tira coisas com a mesma velocidade que nos presenteia.
Pode parecer impessoal – frio e cruel, em certo ponto – falar em ganhar e perder quando se trata das relações pessoais. Como se as pessoas fossem objetos ao nosso bel-prazer, que ganhamos e perdemos como quem perde uma grana no jogo ou ganha um presente de natal. Mas, se pensarmos com a tal frieza que a vida nos exige, é exatamente isto.
Choramos muito mais a perda daquilo que julgávamos ter do que qualquer outra coisa. Choramos o nosso próprio fracasso em manter alguém que julgávamos nosso. A dor de não poder escolher agiganta-se diante das eventuais perdas do nosso cotidiano. 
O amor fica pequeno perto do egoísmo de simplesmente sentir que alguém era posse sua – e quando você se livra da ideia de que alguém lhe pertence ou pertenceu em algum momento, você abstrai a perda. Por que os relacionamentos, na verdade, são como barquinhos num grande oceano: cada um navega para onde a vida leva ou para onde melhor lhe convir. Se a vida permitir ou se convier navegar lado a lado, ótimo. E, se não, paciência. Cada um continua seguindo seus próprios ventos. Não há nenhuma outra opção.
Choramos, na verdade, nosso próprio fracasso. Nossa suposta incapacidade em manter ao nosso lado aquele que julgamos querer. Choramos por que, no íntimo de nossas almas, julgamos que perdemos por demérito, a coisa fugiu do nosso controle – e o sentimento de não poder manter as coisas sob controle  é mais cruel do que a própria perda que fica resumida a mera consequência. O sentimento de perder o controle da situação é mais desesperador do que qualquer coisa.
Alguém inteligente – veja bem, não a inteligência das equações, mas aquela inteligência complicada que os sentimentos exigem – compreende que nada nos é tirado. 
A saudade, sozinha, é aquele sentimento bonito por algo bom que foi vivido algum dia e que compreendemos não nos pertencer mais. Mas a saudade temperada pelo melodrama– como se o mundo não escolhesse por nós de vez em quando – é que mata!
Quando nos livramos do sentimento de posse, compreendemos que nada é quando realmente não deve ser. Que tudo passa se deixamos passar. Que tudo vem se sabemos receber. 
É bom sempre lembrar que o mundo não nos obedece, e que de vez em quando nós vamos perder. A regra é estar só. Aprende a ser só. Aprende a navegar. Toca teu barquinho.
Tenho a impressão de que as pessoas inventaram um conceito de amor e guardaram nelas mesmas. Deixaram de se questionar sobre o que, de fato, faz do amor, amor.
Pode até ser meio besta essa minha mania de querer traduzir tudo em palavras, mas, em alguns casos, é realmente necessário.
É que vamos vivendo o amor, e deixamos de nos questionar o que estamos fazendo com ele. Amor só é amor se, vez ou outra, nos questionamos sobre o que fazemos em nome dele. E nos questionamos, sobretudo, se o amor ainda está ali. Se nos preocupamos em auferir seus batimentos, conferir se ele respira bem. Se ainda nos traz a mesma emoção, a mesma felicidade sutil. Se ainda vale a pena, enfim.
O amor fica abandonado se você não presta atenção nos sinais que ele te dá, sempre incansavelmente. Se você não investiga minuciosamente o sorriso do outro, até ter certeza de que é verdadeiro. Se você não se pergunta se, realmente, tudo vai bem.
É triste pensar que muitos amores quebram porque, não cuidaram dos detalhes – e o que são as relações, se não uma imensa junção de detalhes, como uma colcha de retalhos ?
Quem ama – e pensa sobre isso – chega a conclusão que o amor não é nada se dele não fazemos nada. Por que o amor, depois de todas as traduções que ousamos lhe dar, é o que fazemos dele. O amor somos nós.