domingo, 22 de novembro de 2020

JÁ NOTOU ?

SOBRE NOSSA BAGAGEM DE VIDA 



Já notou que depois de algum tempo, de uma certa bagagem de vida e de muito amadurecimento emocional poucas coisas nos abalam? Enxergamos a vida diferente, conseguimos diferenciar o bem do mal e ficamos mais perceptíveis aos sinais. Mas, a verdade é que até chegar nesse nível foi preciso ralar muito, foi muita frustraçāo e muito equivoco.
Assim somos nós! Não nascemos prontos. Precisamos vivenciar algumas situações e aprender com elas para que a gente se desenvolva. É preciso que haja paciência, sabedoria e amadurecimento emocional para que possamos ser verdadeiramente livres.
Ter uma "casca grossa" não é da noite para o dia.  Até conseguir superar cada coisa e viver em paz com nossa mente e nossos valores já enfrentamos muitas dificuldades, muitos embates pessoais. Mas, conseguimos! E quando isso acontece acabou a escuridāo.
Ser seguro de si e emocionalmente resllvido é um caminho sem volta. O que antes nos tirava o sono, hoje não faz nem cócegas. O que antes sugava nossa energia hoje nem nos abala. O que antes nos trazia incômodo hoje nem faz diferença.
A sociedade cobra o tempo todo pra todos os lados. A cobrança é tanta que, muitas vezes, nos perdemos em quem somos, no que acreditamos e o que queremos para nossa vida e vivemos a mercê das opiniões e dos julgamentos alheios. Quando percebemos passaram-se anos de infelicidade e de negação. 
Devemos reconhecer com consciência nossos pensamentos e atos. Também não devemos nos sentir mal por pensar diferente dos demais se nossa consciencia e atos estāo devidamente reconhecidos por nós mesmos como legitimos. Nem devemos nos sentir angustiados por não corresponder a nenhum padrāo que nos impuseram se aquilo nāo faz nenhum sentido pra você. 

segunda-feira, 13 de julho de 2020

SE ERRAR É HUMANO SE CULPAR É INEVITÁVEL

ERRAREMOS MUITAS E MUITAS VEZES




A culpa acompanha marcadamente a humanidade – devem ter surgido juntas, inclusive - marcando presença nas narrações míticas e mitológicas, nas lendas, romances, poemas, textos bíblicos, novelas, músicas, fatos históricos, filmes, seguindo firme em nosso dia-a-dia. O sentimento de culpa é onipresente, onipotente e onisciente, pois impregna nossa existência e nos remete a eventos significativos de nossas vidas, desde que nascemos até a nossa morte.
A culpa é o preço que pagamos por podermos escolher dentre as várias opções com as quais nos deparamos, continuamente, em casa, na escola, no trabalho, na rua, ao longo de nossas vidas, pela vida toda. A cada escolha que fazemos, deixamos para trás outras possibilidades, outros horizontes, outros caminhos, sendo inevitável, em algum ponto, questionarmos, cá com nossos botões, sobre se fizemos a escolha certa. E, fatalmente, haveremos de ficar imaginando como seria, onde e com quem estaríamos, em que trabalharíamos, caso tivéssemos optado por uma outra alternativa.
Inevitavelmente, a culpa traz consigo o remorso, um dos sentimentos mais cruéis dentre todos, pois parece que nada o alivia na sua forma latejante e ininterrupta de se instalar dentro de nós. De forma avassaladora, a culpa e o remorso podem devastar nossos sentidos e quase sempre vencer as batalhas que travamos na tentativa de neutralizá-los. Trata-se, pois, de uma luta diária.
Aquilo que deixamos de fazer, as palavras não ditas ou desditas, o não engolido, o sim forçado, a entrega duvidosa, o abraço recusado, o olhar desviado, o veneno experimentado, o mal destilado: teremos sempre muito do que nos arrepender, pelo resto de nossas vidas, afinal, por mais conquistas que obtivermos, por mais que estejamos felizes – ou não - nossa vida poderia ter sido diferente; se melhor ou pior, não dá para saber. Porém, desejosos de sempre mais, acabamos, na maioria das vezes, tendendo a achar que, se tivéssemos agido de outra forma, estaríamos bem melhor.
O sentimento de culpa pode ser tão traiçoeiro, que consegue nos atingir em situações nas quais nem se sustenta – quantas vezes nos culpamos pelo que acontece a alguém, por conta do que ele próprio fez, quando na verdade aquele alguém colhe as consequências de tudo o que plantou, sem nossa interferência? Da mesma forma, diante de nossa impotência frente aos imprevistos da vida, por exemplo, como um acidente que tira a vida de um familiar, até nesses casos as pessoas acabam por procurar por uma centelha de culpa naquilo tudo. Parece que não nos conformamos com o fato de que sobre quase nada temos controle, ou seja, acabamos nos imbuindo de poderes mágicos sobre o curso da vida, atribuindo-nos uma força de controle que nāo existe sobre os destinos que nos rodeiam.
Logicamente, o sentimento de culpa também tem seu lado positivo, quando nos serve à reflexão sobre algo e consequente aprimoramento de nossos comportamentos. Sentirmos culpa por termos agido de determinada maneira pode nos ser benéfico, levando-nos a mudar nossas posturas e pontos de vista, tornando-nos melhores do que antes. Por isso, a culpa liberta quando ainda há tempo de mudar, de voltar atrás, pedir desculpas, telefonar, sorrir, abraçar e assumir o erro. Se, no entanto, o arrependimento relacionar-se a quem já morreu, já se mudou, já se casou com outro, já foi prejudicado demais, quando já for tarde demais, o remorso será nossa companhia ininterrupta e vencer isso será uma tarefa mais árdua por acharmos que nāo há mais como reparar, maus sempre há, porque é tudo dentro da gente e podemos fazer isso mesmo sem a outra parte presente através do nosso reconhecimento em nossa própria consciência.
Na verdade, deveríamos entender que agimos de acordo com o que somos e sentimos naquele momento, de acordo com a forma como nos situávamos frente àquele mundo, de acordo com a melodia de nossos sentimentos naquele contexto específico. Com o passar do tempo, a melodia muda, nós mudamos e não somos mais aquela pessoa lá atrás – brindemos a isso! - pois avançamos junto com a dinâmica da vida. Mudam-se as estações, mudam-se as lutas, os sonhos, as canções. Mudamos eu, você, todo mundo e o mundo.
Se a culpa é inevitável, urge aprendermos a lidar com ela, de modo que, caso não a eliminemos, ao menos possamos conviver com sua presença, sem que nos machuquemos a ponto de interrompermos nossa progressão e nosso aprimoramento diário nessa jornada extensa que teremos pela frente. Imprescindível, nesse sentido, tentarmos enxergar claramente as culpas sem razão de ser, ponderando nosso papel no fato causador. Porque devemos ter a certeza de que, muitas vezes, a culpa não é nossa.
Devemos, portanto, desatrelar de nossas vidas sentimentos que não nos dizem respeito e enfrentar as culpas e remorsos que valem a pena, que nos mobilizem em direção ao repensar, ao se readequar e ao melhoramento de nossas atitudes e comportamentos. Para tanto, temos de encarar corajosamente nossas angústias, adentrando essa escuridão dentro de nós, vasculhando-a com lucidez e livrando-nos dos pesos inúteis que emperram nosso caminhar. Libertar-se é preciso, para que se torne menos densa e assustadora essa carga de culpa e de remorso, a ponto de usarmos essas batalhas interiores em nosso favor, em prol do enfrentamento da vida em tudo de bom e ruim que há nessa lida.
Haveremos, enfim, de aprender com os erros – assumidos - de agir enquanto tempo houver, de saber nos situar em relação às vidas alheias, de ter coragem de nos encarar em todo prazer e dor que nos definem. Trata-se de um exercício contínuo, diário, ininterrupto, pois, humanos que somos, erraremos muitas e muitas vezes. Porque, se errar é humano e culpar-se é inevitável, então batalhar é necessário e ser feliz é, no mínimo, o que merecemos.



domingo, 21 de junho de 2020

O OLHAR E O VER

VER NĀO É OLHAR



Quantas vezes olhamos para algo e não conseguimos interpretar? Estamos vendo, mas não estamos conseguindo olhar!
Olhar é diferente de ver.
Ver é inerente, faz parte da nossa visão, vemos apenas porque vemos.
Pode até ser complexo este conceito, mas o olhar vai muito mais além que o simples ato de ver.
No ver não há conexão, não há lentidão, pois a ansiedade de ver é maior e faz com que não haja apreciação das coisas ou questões, mas somente imediatismo.
Pessoas ansiosas tendem a isso em muitas situações se recusam a parar e a olhar, querem tudo para ontem e tendem a querer ver o futuro, não conseguindo se fixar no presente. Pessoas que nāo conseguem se concentrar no momento presente sofrem com ansiedade.
É um processo inconsciente que pode ser trabalhado quando há a percepção de que não se está olhando, mas apenas vendo a vida passar na nossa frente.
Não é o olhar para uma imagem que é complexo, mas sim o olhar para sua vida, para seu interior, para tudo o que há ao seu redor, que pode estar refletindo em suas ações diárias e levando até a prejuízos pessoais e afetivos.
Pessoas com dificuldade de olhar podem ser lesadas e presas fáceis de manipuladores, já que apenas veem as situações e nem sempre as analisam com sabedoria, não interpretam a sua complexidade.
Desenvolver o olhar é fundamental, porque ele é ação, é perceber, é conviver, é observar as nuances do outro e de si mesmo.
Olhar traz transformação, compreensão, analogia com o que há ao redor, diferenciando do ver superficial da visão.
Aprender a pensar é descobrir esse olhar mais profundo sobre as coisas da vida. Esse olhar desnuda as mentiras, revela as verdades, derruba as cortinas da falsidade e da insensatez a que muitas vezes estamos imersos e somos submetidos.
Portanto, se você tem dificuldade em olhar, procure trabalhar isso aos poucos, por meio de coisas simples, caminhando até as mais complexas.
Você vai perceber que o olhar depois do ver traz surpresas e definições que jamais poderíamos imaginar que existissem.
Pode ter certeza de que você encontrará respostas para as quais estava procurando há muito tempo, mas que o ato de apenas ver sem olhar nāo lhe permitiu que fosse mais além.



domingo, 14 de junho de 2020

SOBRE O OLHAR ALHEIO

QUAL O VALOR DO OLHAR ALHEIO?




Preste atençāo, quem se valora pelo olhar alheio, está sempre nas mãos dos outros, sujeito a ser esmagado a qualquer momento.
Achamos que nos amamos. Achamos porque, comumente, desejamos coisas boas para nós. Desejamos um bom emprego, uma vida social animada, uma casa confortável e alguém que esteja sempre ao nosso lado.
Porém, se alguém te rejeita, te ofende injustamente ou ignora a sua presença, a tendência é você sentir a atitude desagradável penetrar a alma como punhal mortal. Por quê? Porque lá no fundo, em uma parte escondidinha do seu coração, você acredita que por alguma razão a ofensa tem o seu fundo de verdade e que você deu lá os seus motivos para ser rejeitado ou ignorado.
Concordo que às vezes realmente pisamos na bola e recebemos o troco. Não me refiro a este tipo de situação. Me refiro a um tipo de contexto em que você é educado, gentil, prestativo e leva torta na cara sem saber o porquê.
Nunca entenderemos realmente as reais motivações das pessoas. Cada um de nós é um universo complexo e vasto, cheio de obscuridades, muitas vezes, para nós mesmos. Se em muitos casos não compreendemos nem os nossos sentimentos, como poderemos entender com clareza os alheios?
O mais importante é não se subjugar porque o outro não nos aplaudiu, virou a cara quando sorrimos e não respondeu ao nosso bom dia. O mais importante é não se recriminar porque o outro não simpatiza com a gente, não concorda com o nosso jeito de ser e prefere conversar com outras pessoas. O mais importante é não se culpar porque quem amamos não nos amou. Você não é sem graça só porque quem você gosta não vê encanto em você. Você nāo pode duvidar de si com base em atitudes  e ou sentimentos alheios que fogem da sua alçada.
No dia em que você se conhecer bem, para valer, a opinião de ninguém contará tanto assim porque lá no fundo o que importa mesmo é como nos vemos e como nos acolhemos.



segunda-feira, 8 de junho de 2020

AMADURECER É...

SABER EXTRAIR DAQUILO QUE ACONTECE CONOSCO



Amadurecer é olhar para trás e ver que tudo, todas as particularidades que passamos em experiências anteriores valeram a pena. Não pelas circunstâncias que as precederam, mas sim por notarmos que tudo serve para experiência e aprendizado. Acontecimentos ruins nos coroam não por sermos merecedores desse tipo de experiência, mas por certo, algo devemos aprender e extrair com o que acontece conosco.
A vida realmente é uma caixinha de surpresas e não sabemos o que nos espera, mas o poder da aceitação em nós é o bálsamo capaz de curar tudo. Quando amadurecemos emocionalmente, entendemos que a resignação é a resposta para as nossas frustrações, e se algo não aconteceu no momento ou da forma que gostaríamos que acontecesse é por que, muito provavelmente não era pra ser, a funçāo do destino sempre é se encarregar de trazer alguma coisa que vai ser mais educativo pra gente.
Quando amadurecemos aprendemos a silenciar nossas rebeldias, entendendo que já passamos a fase da adolescência da alma, e a vida não fará todas as vezes os nossos desejos, nem adianta espernear.
Nem sempre é fácil lidar com problemas e a vida nos prega peças para a gente ter a oportunidade de aprender com as situações propostas.  Dificuldades de todos os gêneros, sejam físicas ou emocionais nos acometem para nos tornarmos ainda mais fortes, essa é a ideia.
Ao amadurecermos, paramos de agir como crianças egocêntricas e mimadas e passamos automaticamente a nos queixar menos. Assumimos responsabilidade por nossas faltas e procuramos nos tornar pessoas melhores.
No final das contas, quando associamos aquele nosso lado que grita a tresloucada juventude, os sonhos, a falta de aceitação para a conduta que aprendemos (talvez a duras penas) adquirir, resta em nós a certeza de que sabiamente aprendemos a abrir mão das vãs expectativas que a imaturidade oferece, para adquirir a confiança, a fé e a brandura que apenas a maturidade é capaz de nos conceder.



segunda-feira, 1 de junho de 2020

TUDO MUDA, TUDO TEM FIM, TUDO ACABA

TENHAMOS SABEDORIA




Talvez poucos de nós saibamos lidar com a brevidade das coisas, das pessoas, dos momentos, dos sentimentos. Nada dura para sempre, a não ser os registros deixados em escritos, em fotos, em meios virtuais. Hoje já não é mais ontem, tampouco será igual ao amanhã. Tudo muda, tudo tem fim, tudo acaba.
Momentos são instantes que duram o tempo exato do quanto os aproveitamos. Esperamos ansiosamente por um evento e, quando percebemos, pronto, já acabou. Uma festa, um aniversário, um churrasco, todos são momentos que rapidamente terão fim. Cabe-nos aproveitar o máximo enquanto ali estivermos, dentro do instante, junto com quem amamos.
Sentimentos também podem durar pouco, com exceção do amor verdadeiro, que dura uma eternidade. No entanto, o amor pode acabar, assim como a motivação, o carinho, a necessidade, a oportunidade do perdão. Normalmente há sentimento enquanto há volta, retorno, reciprocidade. Quando, contudo, o sentimento só mora em uma das partes, ou quando o outro se sente decepcionado e sequer corresponde ao que está sendo oferecido, tudo morre, aos poucos ou de repente.
As pessoas, sabemos, não são eternas – quem nos dera que assim fossem. A vida tem seu ciclo e chega ao fim, às vezes serenamente, outras vezes repentina e dolorosamente. A presença das pessoas em nossas vidas também não é uma certeza perene. O outro vai embora, seja por um chamado da vida dele, seja por novos caminhos tomados na direção oposta, seja por erros de um, do outro ou de ambos.
Se nada nem ninguém dura para sempre, tenhamos nós a sabedoria de cuidar do que nos faz bem, de quem nos ama, de tudo o que traz alegria para nossos corações. Aproveite cada momento, demonstre o quanto se importa. Aquilo que aproveitamos com verdade será eterno dentro de cada um de nós. 





domingo, 24 de maio de 2020

VIVER O QUE SE É, É O MELHOR A SE FAZER

A PESSOA LIVRE OFENDE AQUELAS QUE VIVEM PRESAS AOS JOGUINHOS DE APARÊNCIAS




O ser humano precisa de leis, de regras, de limites, pois a liberdade absoluta dá espaço para aqueles indivíduos que não se respeitam nem respeitam ninguém. No entanto, tais limites devem sempre estar relacionados à necessidade de as pessoas respeitarem umas às outras, sem invadir o que não se deve em terrenos que não são seus, ou seja, trata-se da necessidade de não pisarmos em ninguém só pensando em nós mesmos.
No entanto, existem pessoas que simplesmente parecem necessitar de ditar regras, de mandar na vida dos outros, de impor o que é certo ou errado, baseando-se tão somente em suas visões de mundo. Confundem o que é seu com o que deve ser de todo mundo. Têm certeza de que o que pensam é o desejável como unanimidade. Não aceitam nada que saia dos limites de seu mundo mental.
A questão é que cada um interpreta o mundo de uma maneira própria, de acordo com o que possui dentro de si, por isso ninguém é igual a ninguém – somos, no máximo, semelhantes em algo. A leitura religiosa, a interpretação de regras, o entendimento de normas, tudo depende do olhar de cada pessoa. E, assim, os indivíduos vão se aproximando de outros cujas ideias são afins, enquanto se distanciam de quem pensa diferente. Esse é o maior erro porque os diferentes nos ajudam a olhar de outros ângulos independente se a gente concorde ou nāo com aquela visāo.
O problema ocorre quando um grupo toma suas ideias como as únicas válidas e absolutas, sem se permitir conhecer os outros lados, sem conseguir se colocar no lugar de quem não reza a mesma cartilha. Sem respeitar. Há que se respeitar o diferente, a contramão, o contraditório, quando o outro lado não estiver invadindo o espaço de ninguém. Conviver requer a maturidade de deixar que cada um viva à sua maneira, pois, se a pessoa não estiver sendo desrespeitosa, as escolhas do outro não lhe dizem respeito.
Muitas pessoas se prendem demasiadamente a convenções sociais, a regras, a joguinhos de aparências e acabam, infelizmente, sendo intolerantes com quem vive à revelia desses ditames, com quem é livre, com quem se liberta da necessidade de seguir o lugar comum. Quem vive de forma livre e autêntica ofende quem sufoca a própria vida sob imposições lá de fora. É insuportável aos donos da verdade assistirem ao outro vivendo aquilo que eles não têm coragem de ser. E então querem destruir, mudar, acusar e julgar quem lhes lembra o tempo todo de sua covardia. Pessoas livres trazem dor a quem se sente preso; daí o ódio que recebem.
Portanto, viver o que se é não será fácil, mas é o melhor a se fazer. Se quiser tomar um porre numa segunda-feira, tome. Se quiser ir ao cinema sozinho, vá. Use a roupa que é do seu jeito, corte o cabelo conforme deseja. Desde que não pise em ninguém por aí, você tem o direito de ser do seu jeito, até porque a conta dos seus erros e acertos, sem medo de errar, vai cair no seu próprio colo. 


terça-feira, 19 de maio de 2020

O PERIGO É TORNAR-SE FANÁTICO

O FANÁTICO NĀO PRECISA DE MOTIVOS NEM RAZÕES




De uns tempos para cá, as pessoas estão manifestando opiniões cada vez mais radicais, seja sobre política, sexualidade, direitos humanos, religião, etc. Traduzindo: os casos de fanatismo vêm ganhando proeminência.
E as redes sociais parecem facilitar a dispersão desse tipo de mensagem, que acaba encontrando eco entre outros usuários e se retroalimentando. Trata-se de discursos cheios de extremismo, de uma obsessão descontrolada por um conceito, um personagem ou uma pessoa; algo que acaba sendo prejudicial, tanto ao fanático como para quem tem que aturar.
O que está por trás do fanatismo? Seria uma forma de ocultar fragilidade e insegurança? É importante entender as bases dessa radicalização, até mesmo porque não se trata de um movimento exclusivo do Brasil.
Tão extremo, que chega a ser delirante.
O clima no Brasil está muito “intenso”, razão suficiente para fazer uma reflexão a respeito. Por que tantas pessoas desenvolvem conexões emocionais tão fortes com políticos, celebridades e outras figuras públicas?
Inicialmente devemos entender que as pessoas têm uma necessidade inata de buscar conexões, se encaixar numa hierarquia social e criar sua "comunidade idealizada" com seus ídolos. Ou seja, quando procuramos por ídolos, procuramos por conexões, porém muitos se esquecem que é preciso ter cuidado para não se tornarem fãs demais. Quero dizer, que o perigo é tornar-se fanático, o que pode ser descrito por duas características básicas: a absorção da própria individualidade dissolvida na ideologia coletiva e o desprezo pela individualidade alheia. Considere “individualidade” como a combinação única de fatores que faz de cada pessoa um ser único e insubstituível.
Por mais distinta que possa ser a personalidade de um fanático por seu ídolo, um fanático esquerdista ou de extrema direita, por exemplo, há algo que os une: em todos os casos, existe uma adesão incondicional à "causa" pela qual advogam. Essa adesão não tem matizes, nem limites; a pessoa perde a perspectiva e está disposta a fazer o que for preciso para defender suas ideias.
Com esse tipo de postura, é praticamente impossível manter um diálogo saudável. Diante da divergência de opinião, da confrontação, as reações sāo as piores, as pessoas se expressam agressivamente e tendem a ver o diferente como inimigo.
É mais fácil que um fanático mude o foco do seu fanatismo do que passe a adotar um comportamento tolerante. 
Além do mais, o fanático tende a dividir o mundo entre os que pensam como ele e os outros, coisificando esse outro. As consequências desse tipo de comportamento faz com que o mundo seja um lugar pior e mais hostil.
Encerrando, sempre haverá fanáticos racistas, homofóbicos, anti-migrantes, opositores às diversas religiões, etc. Mas eles devem ser desencorajados, nunca incentivados como vem ocorrendo ou mesmo explorados por quem quer que seja.
Que nós enquanto humanidade possamos nos unir mesmo nas diferenças, em vez de encorajar ou participar de divisões fanáticas e autodestrutivas como vem ocorrendo hoje.



sexta-feira, 8 de maio de 2020

NO ISOLAMENTO PANDÊMICO

A PANDEMIA COLOCA EM XEQUE A ESTABILIDADE EMOCIONAL DAS PESSOAS




Estamos vivendo num cenário de guerra, com comércios fechados, ruas vazias e notícias tristes que chegam o tempo todo. Para completar, o convívio social, que é uma forma natural de extravasar e equilibrar as emoções, está desaconselhado. Num momento desses, nossas defesas psicológicas podem não dar conta de manter o nosso bem-estar.
Todos nós que estamos vivenciando este momento grave da história recente da humanidade, deve estar se perguntando até quando isso tudo vai durar. A resposta é que ninguém sabe!
Ficar com medo é uma reação de toda a espécie animal, é uma forma de preservação da vida e como tal, possui algo de positivo, certamente. Mas, de que exatamente as pessoas tem medo? No topo da lista, certamente vem o perigo de se contaminar. Sem um tratamento específico que seja eficaz com combate aos sintomas; sem uma estrutura de saúde preparada para uma pandemia dessas proporções, logicamente as pessoas ficam com medo do contagio.
Junto a esse está o medo de perder os entes queridos. 
Também figura em nossa relação de medos, a possibilidade, remota, é verdade, de desabastecimento. As pessoas ficam com medo de os mercados ficarem sem comida e itens básicos para a sobrevivência, o que impõe preocupaçāo em todos.
Outro medo que surge como consequência diz respeito ao fantasma do desemprego – daqueles que estão empregados e também da massa gigantesca de brasileiros que já estavam sem uma ocupação antes do início da crise. Só de pensar na possibilidade de não ter dinheiro para pagar as despesas, como aluguel, água, luz, alimentação, etc, o pânico começa a tomar conta de muitos.
Esse medo se estende à classe empresarial que, há dias com seus estabelecimentos fechados por força de decretos, quebram a cabeça fazendo as contas para ver como irão pagar suas despesas, sem demitir os funcionários.
A lista de medos cresce a medida que os dias passam e a violência e criminalidade também aparecem como possibilidades. Sem saber ao certo em quanto tempo a pandemia será controlada, quais e que tamanho terão os reflexos que atingirão a sociedade como um todo, o mundo segue vivendo um momento de incertezas.
Contudo, é justo lembrar das tantas fases nebulosos pela qual a humanidade já passou para prever que logo essa também será superada, adaptação é uma das principais características da espécie humana, precisamos nos readaptar para enfrentar essa nossa nova realidade.
Portanto se blinde como julgar necessário, mas nāo se martirize querendo controlar o incontrolável, para nāo colocar em  xeque sua estabilidade emocional, a sensaçāo de ameaça constante gera estresse e isso  é um baita gatilho para os males psiquicos, como a angustia, ansiedade, mal-estar e desânimo que pode culminar nos mais diversos transtornos mentais.
Precisamos ter em mente, em qualquer ocasiāo, no fato de que tranquilidade e serenidade é o que devemos buscar para nossa vida e para os que estão a nossa volta. Esse é o melhor jeito, especialmente agora, para que possamos caminhar nessa vida tăo imprevisível, com algum equilibro.







sexta-feira, 1 de maio de 2020

INCOMODADOS E INCOMODADORES

CADA UM NO SEU QUADRADO? 🤔



Em um mundo ideal, cada um ficaria no seu quadrado, mas se existe algo inevitável na vida, é: incomodar e ser incomodado, o tempo inteiro!
Mesmo assim, não aceitamos ser incomodados (e nem que estamos incomodando). Seres humanos… 
Todo mundo já ouviu:
- “Não faça com os outros o que não gostaria que fizessem com você!”;
- “Você tem que pensar primeiro em si mesmo!”;
- “O seu direito termina onde começa o dos outros.” e etc.
A que conclusão chegamos com dicas tão contraditórias?
Devo priorizar minhas vontades (e ter como foco não ser incomodada) ou respeitar ao próximo antes de qualquer coisa (e ter como foco não incomodar)?
Como conciliar minha felicidade com a dos outros, neste mundo tão louco?
Sigamos refletindo... "Os incomodados que se mudem" (?)
Poderia dizer fuja desse perrengue, mude, mude para longe do incômodo, mas isso seria  infinito.
Enquanto estivermos em sociedade, revezaremos entre incomodados e incomodadores. 
Só se isolando bem quietinha no alto da montanha. Mesmo assim, corremos o risco de incomodar os animaizinhos e sermos incomodados por sei lá o quê/quem. 
O que nos resta fazer?
Cheguei a pensar que fosse para o incomodado mudar de lugar, como citei acima, indo para longe do incômodo.
Mas isso não faz sentido! Não dá para fugir de todos os incômodos que vāo aparecendo ao longo do caminho. Então…
A frase continua sendo “os incomodados que se mudem”  mas com um outro sentido, outra interpretaçāo, no sentido de mudarem a si mesmos.
Mesmo que não consigamos mudar a nós mesmos (porque não é das coisas mais fáceis e rápidas do mundo), refletir sobre isso já faz com que enxerguemos que cada ser humano também tem dificuldade de mudar-se. Traz um pouco mais de tolerância e empatia, pelo menos mais um pouco.
Além do mais, viemos ao mundo para sermos provocados e incomodados. É ruim, mas não mata e faz evoluir, se a gente aceita o desafio de bom grado :)


terça-feira, 21 de abril de 2020

O FANTÁSTICO MUNDO DAS BOLHAS

ESTOUREM SUAS BOLHAS E VEJAM O MUNDO REAL




Humanos buscam as suas bolhas em igrejas e em bairros, em associações, em ambientes profissionais, buscam a sua turma, ser parte de uma tribo, uma facçāo, uma ideologia, querem se pendurar em alguma coisa; consolidam suas amizades com as pessoas em que encontram semelhanças — sociais, de hábitos, de interesses, de espírito, o resto é gente que merece um esporro, gente equivocada, gente doida. Tentamos manter ao nosso redor as pessoas de que gostamos, aquelas com quem nos é fácil e agradável conviver; buscamos, instintivamente, a tal farinha do mesmo saco.
Não é à toa que, em todas as línguas do mundo, há um provérbio para definir isso:
“Diga-me com quem andas e eu te direi quem és”.
Passamos a juventude em uma verdadeira odisséia pra “estourar nossa bolha”. Afinal de contas o “mundo real” é muito diferente “lá fora”.
Deixa eu te dizer o que entendo sobre bolhas.
Não tem essa de “dentro” ou “fora”. 
A existência é só um monte de gente flutuando nas suas próprias bolhas.
Chegamos aqui ao divisor de águas deste texto. Se você é diferentão ou diferentona, vive em absoluto desprendimento das coisas, vá fazer outra coisa. Caso contrário, me acompanhe.
O mito da “bolha” está sempre associado às classes mais abastadas da sociedade. Onde as crianças vivem de garagem em garagem e não sabem “onde as pessoas marrons dormem". Mas o menino da favela também vive numa bolha. Talvez de água suja do córrego e com detergente de segunda mão. Mas bolha igual, transporte isso para a sua visāo de mundo.
Se a criança rica não sabe o que é passar fome, a criança pobre, por sua vez, não sabe o que é fartura. Se a rica não sabe o que é “ter que trabalhar aos 13 anos” a pobre não sabe o que é “ter que debutar aos 15”. O rico conhece só o lado de dentro do insulfilm e o pobre só o de fora.
Qual mundo é mais “real”? O mundo todo é real. Não é porque mais gente vive uma realidade, ou porque ela é mais difícil, que ela é, consequentemente, mais real. E, cara, espero que esteja óbvio que não to argumentando coisas como “preconceito invertido”. Se pareceu, ou pare aqui, ou recomece a leitura.
Tô falando que somos todos poeira das estrelas. Cada um com suas complexidades e individualidades, conformado em sua própria bolha. Seja ela fétida ou cheirando ervas provençais.
Nós devíamos estar olhando não pras bolhas, mas pros movimentos, talvez não tão aleatórios assim, que fazem com que elas interajam de maneira assustadoramente desordenadas.
Nossas bolhas, apesar de nos formarem, não nos definem. Todo mundo só é igual no fato de ser diferente. Então, a individualidade não é ruim. Ruins são as forças que se esforçam pra que as bolhas fiquem cada vez mais opacas e o espaço entre elas cada dia maior.

OBS. ♡>Não parem de filosofar. Sejam marginais.

sexta-feira, 17 de abril de 2020

REFLEXĀO E RESPEITO

SER RADICAL É BUSCAR RAÍZES # SIGAMOS FIRMES



Ser radical não é ser extremista. Buscar as raízes, as razões de ser das coisas, isso é ser radical. Mas ser radical, numa sociedade que induz à superficialidade, é subversivo. Por isso se trocou o significado, Radical se tornou "agressivo", "briguento", "intolerante", "desagradável", "polêmico", se distorce o significado da palavra pra evitar a sua compreensão. E evitar a sua prática. Ser radical é ser profundo, reflexivo, buscar entender a realidade indo às raízes das coisas. Posso ser gentil, amável e, ao mesmo tempo, radical. Mas essa distorção do significado não é nenhum acaso.
Buscar as raízes da miséria e ignorância, por exemplo, ou o porquê de tanta ânsia de consumo como valor social, ou o porquê do tráfico ser combatido há tantas décadas, e não ter sido extinto - ao contrário, parece tão forte como nunca, imbatível. O porquê da polícia ser tão agressiva, sobretudo com os mais pobres; os porquês dos serviços públicos serem perversos, insuficientes, torturantes quando se trata dos mais sem direitos da sociedade, dos mais pobres (em saúde, em educação, em informação, em moradia, em saneamento, em tudo), ou porque as comunicações são dominadas com fúria pela mídia comercial. São muitos por quês a perguntar e, se a gente radicaliza, ou seja, busca a raiz das coisas, percebe a infâmia deste modelo de sociedade.
Entender por que as pessoas precisam viver um inferno pra ter tanta coisa que, na verdade, não precisam, competindo, aturando situações horríveis, na avidez pelas sextas e na tristeza das segundas, ao custo das coisas que verdadeiramente precisam, que sāo paz de espírito, a consciência tranquila, a troca de afeto com os demais, o sentimento de utilidade, de satisfação em viver. A sociedade impõe um modelo de educação centrado na competição, na disputa, em vencer, que apresenta o mundo como uma arena competitiva onde é cada um por si. Seria melhor se tivesse seu foco na formação de pessoas pra integrar uma coletividade mais harmônica ou que pretende alcançar alguma harmonia social. Mas a formação das crianças, das pessoas, de corações e mentes sāo impostas através do modelo empresarista de educação e do controle das comunicações, da mídia que invade todas as casas, formando mentalidades e deformando a realidade.
Não venho trazer "a solução", não teria essa ingênua pretensão. Mas creio que mais e mais pessoas enxergando mais e mais a realidade além da que nos é mostrada, farão surgir soluções diversas, locais, regionais, ao longo do tempo e das gerações, como espero que aconteça pelo nosso próprio processo de evoluçāo que vai formando, continuamente, pessoas que vão construir uma sociedade humana, menos injusta, menos perversa, mais solidária, mais amorosa. 
Nāo sei quanto tempo leva porque o tempo de uma vida é um grão de poeira na eternidade mas eu acredito que um dia a humanidade de alguma maneira ou por bem ou por mal, vai chegar lá.
Participar com o melhor da minha consciência é o que posso ter de mais satisfatório e, pra isso, devo estar em estado de conscientização permanente, de migo pra comigo. As raízes mais profundas a que tenho acesso estão em mim mesmo.  Vivemos num mundo onde se toma toneladas de anti-depressivos todo dia. Um egoísmo que resultou coletivo. 
Aliás, já se reparou como estão ligados individualismo a egoísmo? Não faz o menor sentido, o problema é sempre a distorção de significado. Individualista é a pessoa que respeita o indivíduo, seja ele o que for, do jeito que for, tenha a forma ou a maneira de ser que for. Desde que respeite todos, merece o respeito de todos. Isso é individualismo. Mas, na sociedade da padronização, não pode. É preciso padronizar formas, pensamentos, comportamentos, visões de mundo, desejos, objetivos de vida, valores pessoais e sociais, pra manter a sociedade como é. Então se distorce o significado e individualismo se torna sinônimo de egoísmo. De novo, porque o significado  é  subversivo.
Laboratórios de pensamento trabalham no controle mental exercido pela mídia e pelo seu massacre ideológico-publicitário. Seria bom se perguntar "será que o que eu quero da vida é o que eu quero mesmo ou eu fui induzido a querer?" Essa mesma pergunta pode ser feita com "visão de mundo", com "valores", com muitas coisas. Alguns dirão que é alucinação minha. Respeito qualquer opinião, mas mantenho a minha enquanto não perceber algum erro. E acho que a sociedade precisa de mais radicalismo e individualismo - reflexão e respeito. A ordem que vem regendo a sociedade tem sido desumana, anti-vida. É preciso subvertê-la, evidentemente. 



quinta-feira, 26 de março de 2020

NOSSO TIPO DE PAPO

PAPO RASO PAPO FUNDO PAPO RETO




Se você é uma pessoa do tipo papo fundo, que pensa muito sobre a vida, sobre a morte da bezerra, o universo, as relações interpessoais, as energias e tudo isso, você tem o mesmo problema que eu.
Pô, muito legal, né? Dá aquela sensação de que você não veio ao mundo a passeio, de que você vai sempre conseguir transformar o seu entorno — ou ser transformado por ele, vai depender do entorno — e de que o mundo é um lugar interessante de verdade. Seu papo é reto. Que astral!
Por outro lado, sabe o que não é o maior astral? Pode ser que você deixe os seus amigos um pouco exauridos. E, aqui, estamos usando "amigos" como uma forma sutil de mencionar toda e qualquer relação que você estabeleça.
Sou uma dessas pessoas que amam conversas profundas e, às vezes, encontro pares por aí e aí dá pra fazer uma analise pelo lado de fora.
A pessoa profunda não entra na verborragia de reflexões sem dar pequenos sinais de loucura. Antes de puxar um assunto tétrico, elas arregalam os olhos e pegam mais fôlego do que o normal para começar o monólogo. É nesse momento mesmo que o interlocutor já começa, também, a hiperventilar pensando "AH PRONTO, LÁ VEM ELA".
Ao mesmo tempo em que sinto compaixão por quem escuta (querendo ou sem querer) os delírios de gente profundona, tenho real curiosidade sobre o que a galera que não é assim, as papo raso, pensa o dia inteiro. Será que é sobre as coisas práticas que resolvem a vida, tipo o planejamento mensal que nunca fiz? Ou será que todo mundo, inclusive os de papo raso, viaja na maionese mas algumas pessoas têm o dom de pensar e não falar?
Tá aí um probleminha de gente intensa. Elas parecem simplesmente incapazes de guardar qualquer assunto intrigante pra si mesmas. 
Em geral, pode ser que a gente aborreça, choque ou ofenda o amiguinho (quando não consegue a proeza de fazer tudo isso simultaneamente, mesmo sem intenção). É importante prestar atenção no momento de encerrar essas conversas: geralmente, é quando o ouvinte começa a ficar impaciente. Toda pessoa profundona deveria fazer um pouco mais de silêncio.
Enquanto não atingimos esse grau de generosidade, desejo força e sorte a todos aqueles que nos aguentam kkkkkkkkk


sexta-feira, 13 de março de 2020

PROBLEMA SUPERDIMENSIONADO #KEEPCALMCORONAVÍRUS

MANIPULAÇĀO DO MEDO X BOM SENSO 




A COVID-19 (mais popularmente conhecido como Coronavírus), tem se espalhado rapidamente ao redor do mundo, já sendo encontrada em cerca de 40 países do globo — incluindo o Brasil.
Enquanto a doença se espalha, o medo também se alastra pela população, já que a forma como as pessoas falam sobre a doença faz parecer que se trata do vírus do apocalipse, que irá assolar a humanidade e cuja infecção é uma sentença de morte — tratam a coisa em um tom do tipo “pegou, morreu” e “salve-se quem puder”, e nada está mais longe da verdade.
Da maneira que as informações vem sendo divulgadas, vejo que as pessoas estão exagerando os riscos da doença, criando um estado de pânico que também deveriam ser combatido pelos governos e profissionais de saúde pública, pois esse pânico generalizado acaba atrapalhando os esforços de combate à doença. Claro, uma parte desse pânico provém do fato de este ser um vírus que, até pouco tempo, era completamente desconhecido e que ainda não possui uma vacina para combatê-lo, mas se a gente procurar se informar mais, já existem informações suficientes para cravar que não se trata de uma doença tão grave quanto o que está sendo ventilado por aí.
Boa parte da preocupação, principalmente entre os profissionais de saúde, não é por conta da mortalidade da doença, mas sim pela velocidade com a qual ela se espalha e pelo fato de ser um tipo de vírus até então desconhecido pela medicina, o que obriga os médicos e pesquisadores a tentar desenvolver uma vacina para prevenção, ao mesmo tempo que tentam conter uma pandemia, tornando ambas as tarefas muito mais difíceis.
A COVID-19 não apenas possui os mesmos sintomas de uma gripe comum, mas também é transmissível da mesma forma. Assim, tudo o que uma pessoa precisa fazer para ser infectada pelo vírus é entrar em contato com a saliva de alguém infectado. Seja por contato direto e voluntário e involuntário  ou mesmo indireto (como, por exemplo, tocar em um dinheiro que foi infectado e, antes de ter a oportunidade de lavar a mão, coçar um olho, por exemplo).
Agora, o que faz com que a doença se espalhe em uma velocidade alarmante é justamente o fato de ser um vírus totalmente novo: desde que mamamos, quando bebês, nosso corpo já possui anticorpos que estão acostumados com o vírus da gripe, e conseguem identificá-lo e combatê-lo antes que eles possam fazer mal para nosso corpo. É por isso que normalmente só ficamos gripados quando a imunidade do nosso corpo cai (como, por exemplo, por causa de estresse ou por uma mudança significativa e repentina na temperatura), mesmo que estejamos praticamente o tempo todo em possível contato com o vírus da gripe.
O mesmo não ocorre com o corona: por ser um vírus totalmente novo, nossos anticorpos não estão preparados para identificar e reagir rapidamente, e por isso, qualquer pessoa que entra em contato com ele acaba sendo infectado, o que nāo é necessariamente grave, dependendo da fragilidade da pessoa em questāo.  Assim, a melhor forma de prevenção para a COVID-19 é a mesma proteção antigripe. Quando isso for possível, claro! NEM SEMPRE DÁ!
Assim, os especialistas acreditam que há apenas duas possibilidades para a COVID-19: ou a doença se tornará cada vez menos transmissível com o passar dos meses, até finalmente “morrer” (como aconteceu com outros vírus parecidos), ou então se tornará uma doença como a gripe comum, estabelecendo-se como uma ameaça constante ao corpo humano, mas perdendo uma boa parte de sua periculosidade com o passar do tempo.
Todos sabemos que o mundo já enfrentou e superou desafios muito maiores e mais graves do que o coronavírus, como a varíola, o ebola, a peste bubônica e a gripe espanhola. E tudo isso numa época em que a ciência não contava com o volume de conhecimento e de tecnologia de que dispõe agora. 
Então, por que a manipulação do medo está vencendo o bom senso nessa batalha? Sobretudo, porque vivemos, com a internet, a era em que a informação foi banalizada. Cada um tem seu próprio meio de veicular a própria versão dos fatos ou a versão que mais lhe interessa.
Resultado: hoje, muitas vezes, a verdade ou o cuidado com a informação é o que menos importa. Um salve-se quem puder sem salvação à vista no curto prazo.




MEDĀO #COVID 19

A ÚNICA COISA QUE TEMOS A TEMER É O PRÓPRIO MEDO




O mundo hoje tem acordado em alerta devido à epidemia do vírus COVID-19, o corona.
O alerta deve vir acompanhado sempre de informações de prevenção, procura de ajuda, tratamentos, entre outras; contudo, é necessário estar atento a como esse alerta é emitido, pois há um perigo ainda maior do que a epidemia do vírus: a epidemia do pânico, o MEDĀO.
Todos, sem exceção, quando falam do coronavírus tratam do assunto como se fosse um ebola ou uma nova peste negra incontrolável que em breve poupará apenas os que se isolaram.
O pânico é um estado mental que contagia não somente quem está próximo, mas também pessoas conectadas às redes sociais, canais de televisão e qualquer outra forma de comunicação tecnológica. O ser humano, por ser uma espécie que vive em grupo, tem maior facilidade em contagiar e se contagiar por fortes emoções. Hoje, a ciência já descobriu que, quanto maior o vínculo entre pessoas, maior é o contágio psíquico entre elas, por isso, um indivíduo ri quando outro ri, chora quando o outro chora, sente fome, ânsias etc..

O estado de pânico é uma condição primitiva, ou seja, assim como em todos os animais, ele garante desde sempre a sobrevivência do indivíduo ou do grupo. No ser humano, por possuir uma consciência mais desenvolvida, o pânico não surge somente da forma instintiva “ação-reação”, como um cão fugindo do carro. O pânico passa a ser um estado mental em que o indivíduo ou grupo acaba por permanecer em estado constante de pânico, se estimulado. Parte da grande mídia, com suas notícias sensacionalistas, cumpre o papel de trazer esse estado de pânico para a gente ininterruptamente, que por sua vez, acaba por contagiar outros indivíduos por meio das redes sociais, gerando um efeito epidêmico de pânico.
O que eu vejo e estou falando aqui é uma espécie de onda deliberada e desproporcional de criar alarde a cada boletim sobre a doença, seja nos Estados Unidos, seja no Brasil, na China ou em qualquer outro lugar do mundo. Parece haver um prazer sádico, mórbido de espalhar histeria no planeta e trombetear o fim dos tempos.
O contágio de pânico não acontece somente hoje, diante da epidemia do coronavírus. Basta lembrar as filas intermináveis da vacina da febre amarela, a procura por gasolina na greve dos caminhoneiros.
Diante disso, o que a gente pode fazer? Obter informações consistentes e reais, se realmente necessário consultar profissionais.
O pânico gerado, serve somente para atrapalhar uma situação que já é complexa.