sábado, 29 de abril de 2017

É MELHOR TERMOS MENOS EMPREGOS DIGNOS DO QUE MAIS EMPREGOS INDIGNOS?

A QUEM INTERESSA VIVER EM UM BRASIL DE PLENO EMPREGO, MAS ONDE QUASE TODAS AS PESSOAS TRABALHAM EM EMPREGOS MISERÁVEIS E INSEGUROS, PRECARIZADOS E INDIGNOS ?

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Hoje, economistas admitem que o salário mínimo é desumano e indigno, mas argumentam, com resignação, que o país iria à falência se pagasse um salário mínimo humano e digno.
Ontem, cafeicultores admitiam que a escravidão era desumana e indigna, mas argumentavam, com resignação, que o país iria à falência se as lavouras fossem plantadas por pessoas assalariadas.
Seja na época colonial ou no desgoverno Temer, o consenso entre as-pessoas-brasileiras-que-vivem-em-condições-humanas-e-dignas é sempre o mesmo:
Me parece que o Brasil só pode existir enquanto entidade política viável se mantiver grande parte das outras pessoas brasileiras em condições desumanas e indignas.
Mas é viável uma entidade política que não consegue nem mesmo garantir condições humanas e dignas para a maioria de sua população?
Nesse caso, existir para quê? Existir para quem?
Digamos que economistas façam uma proposta modesta: se devorarmos as pessoas mais pobres, resolveremos todos os problemas econômicos do Brasil!
Eu poderia até dizer que essa proposta é imoral e ineficiente, mas uma coisa é certa:
Como esse plano nunca foi tentado, não fazemos ideia do que pode acontecer. (Aposto que não seria nada de bom.)
Por outro lado, quando economistas propõem desmontar as leis trabalhistas para turbinar a economia, a única resposta possível é que já sabemos que não funciona. (O mundo era assim até anteontem.)
No passado, a disseminação desses empregos miseráveis e inseguros, precarizados e indignos, causou uma crise social tão grande que só foi solucionada...
...pelas próprias leis trabalhistas que agora querem destruir.
Nenhuma conquista social foi ganha de mão-beijada.
Cento e poucos anos atrás, as pessoas que hoje acham que greve é coisa de vagabundo diziam que jornada de oito horas, semana de cinco dias, férias anuais, pagamento de hora extra, pausa para almoço, etc, era tudo coisa de vagabundo.
Esses direitos que desfrutamos hoje só foram conquistados porque muita gente apanhou da polícia, foi torturada, perdeu a vida.
Então, quando se luta, não é por nós, mas por pessoas que ainda nem nasceram: é pelos filhos e pelas filhas de quem bate nos que estão se manifestando.
Acredito que lutam não porque sabem ou acham que vão ganhar.
(Muito provavelmente, a luta não pode ser ganha. Muito provavelmente, a luta não tem fim.)
Nesse cantinho do espaço-tempo que nos cabe viver (nesse pedaço leste da América do Sul, nesse começo de um século que não veremos o fim), a única coisa que podem garantir é que vão lutar.
E vão lutar não porque a vitória é possível, mas porque seria intolerável testemunhar o horror e a injustiça, e não lutar.


quinta-feira, 27 de abril de 2017

A ÉPOCA DAS MANIFESTAÇÕES - PERÍODO DE CRISES SOCIAIS E CRISES POLÍTICAS # PARALISAÇÃO

CONTRA REFORMAS QUE RETIRAM DIREITOS


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Agora, que temos uma grande convocação de greve geral para amanhã (28/04), será finalmente veremos estabelecimentos fechados? Acho pouco provável. O Brasil passa por um novo ciclo político cujas consequências dos enfrentamentos sociais postos ainda são incertas.
As pessoas estão convocadas a ir para as ruas contra essas reformas que retiram direitos.
O fato é que as manifestações revelaram que muita coisa incomoda o povo brasileiro. Há uma insatisfação geral com os rumos da nação, especialmente com a falta de honestidade, que não é obra dos nossos dias, mas que se “aprimora” cada vez mais, e é inegável!
Parece que o Brasil entrou na época das manifestações sindicais e sociais, o projeto de reforma trabalhista sinalizado pelo atual governo brasileiro tá fazendo com o que o movimento sindical e os movimentos sociais se movimentem.
Quando o presidente Michel Temer tomou posse disse em palavras bonitas, que ia "modernizar as leis trabalhistas, para garantir os atuais e gerar novos empregos”. Para mim, tal modernização tá é abrindo caminho para uma série de mudanças destrutivas para a classe trabalhadora. Não precisa ser esperto demais, nem um cientista político pra saber que Governo nenhum que destrói direitos diz que vai destruir direitos, né?! Se o governo dissesse 'eu vou devastar', 'eu vou fazer uma verdadeira devastação social' ele teria o repúdio. Então, a grande mágica, a falácia que é profunda falsidade, é dizer que vai criar direitos, e não que não vai destruir direitos. 
Porém tais medidas não são inevitáveis, como eu quero crer, o movimento sindical pode se movimentar e tentar impedir e os movimentos sociais podem fazer o mesmo.
Tudo leva a crer é que a ideia do governo não é avançar nos direitos mas enfraquecer o conjunto da classe trabalhadora e traz a corrosão dos direitos. Não há negociação em condição de crise que beneficie a classe trabalhadora, junto vem a ideia de avançar na terceirização do trabalho. A terceirização do trabalho é também dita pelo governo como um caminho para criar empregos, mas isso é outra falsidade enorme. 
Alguém pode dizer, como eu já vi numa entrevista "mas existem hoje 12 milhões de terceirizados no Brasil, são 12 milhões de empregos". Um número significativo de trabalhadores hoje é terceirizado -- homens e mulheres terceirizados --, só que, até onde eu sei, os trabalhadores terceirizados e as trabalhadoras terceirizadas trabalham em média mais horas semanais do que os trabalhadores regulados pela CLT. Se eles trabalham mais horas e recebem menos, onde existem três ou quatro trabalhadores ou trabalhadoras celetistas, eles vão ser substituídos por três ou dois trabalhadores ou trabalhadoras terceirizados. 
Basta um pouco de aritmética e de matemática para saber que onde um número x de trabalhadores realizava um certo tipo de trabalho, agora esse mesmo trabalho, essa mesma atividade será realizada por um número inferior. Ou seja, a terceirização desemprega. Ela não emprega. Ela empregou 12 milhões, mas ela desempregou 15 ou 16 milhões, em condições mais adversas, porque os salários são significativamente menores e em condições de trabalho que frequentemente burlam a legislação do trabalho.
Parece que a gente tá entrando numa época de confrontação social, de manifestações sindicais e sociais, o que não depende nem de longe de imaginar que o governo vai ter calma e tranquilidade. Estamos num período de crises sociais e crises políticas, porque esse governo não tem legitimidade e a única certeza que nós temos é que o dia de amanhã é razoavelmente imprevisível.



quarta-feira, 26 de abril de 2017

O JOGO DA BALEIA-AZUL

O VELHO SUICÍDIO NUM QUIZZ INTERNÉTICO 


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As discussões públicas sobre jogo da Baleia Azul – quizz internético no qual deve-se cumprir 50 tarefas, que vão desde desenhar uma baleia azul em uma folha de papel; passando pelo autoflagelo e pela mutilação do próprio corpo; terminando com o suicídio dos jogadores – ganharam grande repercussão na mídia. 
Sintomaticamente, o tal jogo envolve não só automutilação mas também atividades arriscadas em geral e como último e fatal desafio, tirar a própria vida: só assim, eles dizem, você ganha o jogo.
O jogo da Baleia Azul me parece ser o novo avatar do velho suicídio. Sabemos que o suicídio varia de sociedade para sociedade; de cultura para cultura; estando, no entanto, presente em todas e em todos os tempos. O suicídio é uma expressão social, mata muita gente no mundo todo. Entre os jovens, a incidência é maior: Na faixa etária de 15 a 29 anos, já li que, apenas acidentes de trânsito superam o suicídio. Logo, devemos refletir sobre os presentes suicídios causados pelo jogo da Baleia, vendo neles a nova roupa, ou, por se tratar de uma interação mediada pela Internet, o novo velho e constante suicídio. 
As atuais reflexões sobre as vítimas da Baleia Azul, resume a problemática dizendo que a causa desses suicídios é ou a depressão, ou a insanidade mental dos jovens suicidas. 
Aos que insistem em que as causas do suicídio são psicopatológicas, caberia interpretar dizendo que se a tendência ao suicídio constitui uma variedade da loucura, só pode ser uma loucura parcial, e limitada a apenas um ato. Em outras palavras, o suicida não é um louco, mas um quase-louco, que age tresloucadamente apenas no ato de se matar. Essa quase-loucura, é um doença cuja consciência é perfeitamente sã, salvo em um ponto: ele apresenta uma tara, e nitidamente localizada. No caso dos suicidas, a tara de se matar, e nitidamente localizada no instante em que o faz. 
De fato, como estou insistindo aqui,  a Baleia Azul é apenas a mais nova roupagem do suicídio; o último avatar que dá vida à impossibilidade de se viver apropriadamente. Uma vez que, de um lado, o suicídio é um fato cultural universal, muito constante nas sociedades; e, de outro lado, dado que é a nova moda em matéria de suicídio. O espanto com os suicídios causados pelo jogo da Baleia deve ser domado pela compreensão do suicídio enquanto um universal humano. Até porque toda moda, passa; o que não passa,  é o próprio suicídio.
O que mais espanta a “opinião pública” não-suicida, e inclusive os suicidas tradicionais, é que as mortes voluntárias causadas pelo jogo da Baleia não são nem solitárias, nem tampouco solitariamente decididas, mas, ao contrário, ordenadas e assistidas por um outro, ou por outros que habitam a profundidade insondável da Web. Entretanto, para uma geração que não consegue mais viver off-line, também o suicídio não poderia deixar se ser online, youtubizado, instagramizado, curtido e compartilhado. Reflexo dos novos costumes, folks.
Tirando a vulnerabilidade do mundo adolescente, vivemos em uma era de liberalidade extrema que prega que as pessoas devem ser livres para fazerem o que bem entendem. Atualmente há liberdade inclusive para se discordar do sexo biológico com o qual se nasce em função de sexualidades subjetivas. A virtude do discurso padrão é sustentar que as pessoas devem usufruir de suas liberdades desde que não privem os outros das suas. Agora, a liberdade de não mais viver,  essa segue negada. Se ainda há uma tirania da vida, os jovens seguidores da Baleia Azul são os mais novos rebeldes dissidentes. 
Não sabemos o que há depois da vida. Bebemos dessa ignorância, aliás. Insólita condição essa a do ser humano de saber que vai morrer, mas sem saber nem quando nem o que é a morte. Suicidar-se é, para dizer o mínimo, eliminar a primeira dúvida. Para os que querem vencer o quizz, muitos de nossos adolescentes,  “Ganhar o jogo” é se livrar da obrigação de continuar vivendo – e isso é o que mais choca. 


terça-feira, 25 de abril de 2017

CRIANDO CRIANÇAS EMOCIONALMENTE PREPARADAS

SERIA INCRÍVEL SE A GENTE APRENDESSE NA ESCOLA E EM CASA A OLHAR PARA DENTRO


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Ela tem dois anos de idade, mas queremos nos assegurar de que vai saber nadar – é importante, desenvolve o pulmão e ela precisa saber se virar. Aos três, tomara que ele consiga contar até dez, pra gente dizer: que inteligente! Pensamos em fonoaudiologia se até os quatro a criança ainda não tiver habilidades na fala. Aos cinco, quando mostra algumas palavras rabiscadas. A gente sente que está no caminho certo, e crescer nos parece tão linear, não é?
A instituição de ensino, esse patrimônio que educa nossas crianças, sabe da necessidade de uma educação para a vida. Compartilhar brinquedos, brincar bem com os amigos, ser uma criança tranquila, gentil, solidária, participativa, sensível, segura... Tudo isso professores e professoras valorizam cotidianamente em seus alunos.
São qualidades que agregam não só na escola, mas também fora dela, para o resto da vida. Queremos filhos educados, que conheçam seus direitos e os dos outros, queremos alunos felizes, que contribuam para o bem-estar do grupo, queremos criar cidadãos conscientes, amigáveis, tranquilos. Mas o que estamos usando para ensinar isso?
O que a gente começaria a ensinar hoje? Antes de inglês, nadar, usar crase ou  fórmulas matemáticas, eu acho que o mais necessário de ser cultivado desde sempre é educação emocional.
Uma base sólida que possibilite saber trafegar bem por suas emoções é um conhecimento muito mais significativo e efetivo: afinal, talvez você não tenha usado seu largo conhecimento de saber de cor todas as capitais dos estados brasileiros. Mas você certamente já passou por momentos de raiva incontrolável, tristeza sem fim, medo desesperador. Não seria incrível se a gente aprendesse na escola e em casa a olhar para dentro? Que delícia ter ferramentas para lidar com nossas emoções sem precisar passar pelos extremos de magoar e machucar os outros ou reprimir e perder o sono, a paciência e a alegria.
Entendo que toda experiência vivida pelas crianças na vida cotidiana é uma oportunidade de aprendizado emocional. O aprendizado emocional está, ao meu ver, intrinsecamente ligado a essas vivências e à vida prática.
Vivemos em um mundo extremamente mental. E acho que fazer mais exercícios mentais dirigidos e extremamente metafóricos com as crianças, não ajuda.
Muitas crianças se comportam como "robozinhos com um software do bem" instalado em suas mentes. São artificiais, e não tem a oportunidade de explorar dimensões do ser humano que são muito importantes, como a raiva, a força, o medo. Apanhar do coleguinha, bater no coleguinha, ficar amigo de novo.
Embora crianças tenham uma capacidade altíssima de abstração e fantasia, traduzir tudo isso para conceitos e princípios é uma atividade muito elaborada, mais apropriada para adultos.
Por outro lado; pense em um jogo qualquer na escola; onde um time ganha o outro perde. Ambos os times tem a oportunidade de aprender sobre as emoções que experimentaram. Ou um passeio com acampamento na natureza, sem eletrônicos, com pouca infra estrutura ou conforto, onde cada criança tem que sair de sua zona de conforto e aprender a ficar bem naquele lugar. Ou mesmo uma prova de matemática; onde seu melhor amigo tira 10 e você tira 4.
São experiências que permitem que as crianças comparem seus conceitos sobre si mesmas com seu desempenho no mundo real. O feedback da vida é  preciso, sem enfeites ou agendas ocultas.
É importante a conversa sobre o que nossos filhos vivenciam. Devemos criar as condições emocionais para que elas consigam desenvolver suas tarefas.
Crianças precisam de atividade física, descobrir o corpo e o ambiente, aprender sobre o mundo, sobre prioridades, sobre serviço. Precisam aprender sobre DEVER muito antes do que sobre direitos. Em casa temos que ensinar a parte difícil da vida; por que só lá dá para aprender isso com amor.
Olha só que coisa: relacionamos criar crianças gentis, amorosas e felizes com... Permissividade. 
Criar crianças emocionalmente preparadas não é, em momento nenhum, criar crianças que pedem desculpa, abraçam o coleguinha e dizem gratidão. Os conceitos para as crianças (e pra gente também) são muito vagos!
Não vai rolar de ensinar seu filho se não está rolando para você. Não vai rolar de ensinar numa redoma de vidro. Não é sobre não ganhar nem perder nos jogos: é sobre entender que se perde e se ganha. É entender como eu me sinto nisso, o que brota, como eu posso lidar...
Bem, se alguém mexe desastradamente no fogo, ele se queima; se alguém monta mal a cavalo, é lançado ao solo. Há um senso de realidade física. 
Trabalhar com o mundo requer algum tipo de inteligência prática. Não podemos ser simplesmente anjos. Se não trabalharmos inteligentemente é bastante possível que nosso auxílio crie uma dependência ao invés de ser benéfico. Pessoas ficarão dependentes da nossa ajuda, da mesma forma como se tornam dependentes de pílulas para dormir. Ao procurarem obter cada vez mais ajuda, elas se tornarão sempre mais fracas. Por essa razão, para benefício dos seres capazes de sofrer ou sentir prazer, necessitamos abrir-nos com uma atitude de destemor, auxiliando os outros a auxiliarem a si mesmos.


segunda-feira, 24 de abril de 2017

EXERCÍCIOS FÍSICOS: DESAFIADOR PARA UNS, TERROR PARA OUTROS

COMEÇAR LENTO E SEGUIR FIRME IMPORTA MAIS DO QUE COMEÇAR RÁPIDO E NÃO TER FÔLEGO PARA CONTINUAR, NÃO COMPLIQUE ANTES DA HORA


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A campanha é grande, todo mundo sabe que tem que fazer atividade física... e, mesmo assim, poucos fazem. Mas porque será? 
O grau de complexidade dos exercícios físicos, modelos de alimentação e suplementos aumentou de forma inacreditável nos últimos anos.
Se você visitou uma academia ou leu sobre exercícios físicos recentemente, passou por uma loja de suplementos ou pesquisou sobre alimentação deve ter uma imagem bem clara do que estou falando.
O movimento fitness é uma indústria gigantesca em expansão e precisa vender produtos para quem tem interesse. Este interesse surge convencendo as pessoas que tudo aquilo é mais do que opcional, é necessário.
Pessoas que ainda não passaram da primeira semana de treino já sabem de cabeça a lista de suplementos que querem usar, as dietas mais radicais copiadas de atletas de ponta e os treinamentos mais rígidos e intensos, buscando extrair o máximo do potencial possível em cada sessão.
O que deveria ser uma experiência de descoberta se torna apenas mais um padrão de consumo desenfreado.
Penso que não precisamos de tudo isso.
Alguns profissionais podem discordar, mas o esforço necessário para aumentar nossa qualidade de vida e construir uma relação saudável com nosso corpo é muito menor do que acreditamos ao nos matricular numa academia.
Para quem está começando, pouco estímulo e rotinas simples já geram um resultado bem positivo. Treinos mais complexos podem trazer resultados mais rápidos, mas também espantam a maioria das pessoas.
É quase rotina observar pessoas assustadas com a distância que estão de uma vida mais saudável, de simplesmente conseguir se exercitar, subir uma escada sem ficar ofegante e perder a vergonha de tirar a camisa na piscina do final de semana.
Um dos grandes complicadores quando pensamos sobre nosso corpo é não fazer ideia do que precisamos fazer e de onde queremos chegar.
Uma pessoa entra numa academia querendo entrar em forma e ter mais disposição, mas em poucas semanas está fazendo dieta paleo, treino de alta intensidade, treino funcional e planejando correr uma prova de rua, no começo de 5km para no final do ano já estar treinando com planilha para a primeira maratona, os incriveis 42.195km. Muitas vezes acreditando que é isso que ele precisa para ter essa melhora na sua qualidade de vida.
Esse erro é comum, ter um objetivo simples mas complicar achando que pode acelerar as coisas. Muitas vezes é realmente possível acelerar o processo, mas o risco de criar um grau de complexidade grande o suficiente para gerar frustração e desistir de tudo cresce junto.
É preciso entender qual é o objetivo inicial e, pelo menos por algum tempo, se manter focado nele, segurando a ansiedade de adicionar mais camadas e tirar as coisas do trilho.
Não estou dizendo que a hipótese de se apaixonar por exercícios físicos e dedicar-se a eles não existe. Isso acontece e é sim muito positivo, mas quando as pessoas acabam abandonando o objetivo por achar que precisam fazer muito mais do que é realmente necessário, temos um problema.
Use o básico, aquilo que todo mundo sabe, para se acostumar com a ideia de ser mais ativo e comer melhor. Ao invés de sair correndo e pagar a anuidade de uma academia, comece caminhando por aí durante alguns meses, andando a pé ou adotando uma bicicleta. Depois que tiver incorporado a coisa, que a auto-imagem de ser mais ativo estiver construída, aí sim é mais fácil adicionar camadas de complexidade, pensar em fazer treinos um pouco mais intensos ou talvez uma dieta mais restritiva, depois de nos adaptarmos ao básico e desenvolvermos essa disciplina com menos forçação de barra, o resto será bem mais fácil de seguir.
Fazendo este mínimo às vezes até descobrimos que não precisamos nada além do simples.
Eu costumo simplificar até precisar complicar um pouco, em algum momento tudo vai deixando de dar resultados. Seja porque ficou monótono, porque sinto que poderia ser mais desafiador ou até porque os objetivos da gente mudam.
Apesar de não ser minha vibe, não existe erro em querer treinar com mais dedicação, competir em modalidades esportivas e começar a desenvolver-se com um pouco mais de seriedade. O erro normalmente está em tomar essa decisão pelos motivos errados.
As inúmeras atividades disponíveis podem sim trazer um aspecto positivo e novo para nossa relação com o corpo, e podemos tirar grande proveito disso. É interessante conhecer e experimentar as atividades que nos despertam interesse, mas é também importante não tomar ideias positivas como uma condição mandatória.
Pode ser até que depois de se tornar mais ativo, você sinta necessidade de buscar apoio na musculação ou em algum outro esporte, ou que depois de começar a comer razoavelmente bem, você queira procurar um nutricionista e ver onde pode melhorar.
O objetivo é só não complicar antes da hora. O importante é saber que começar lento e seguir firme importa mais do que começar rápido e não ter fôlego para continuar.


quinta-feira, 20 de abril de 2017

SOBRE DIALOGAR

O EQUILÍBRIO DE DIALOGAR COM O QUE É DITO MAIS DO QUE COM A PESSOA QUE DIZ


Quem nunca entrou em uma discussão e, horas depois dela já ter acabado, pensou em uma resposta com aquela sacada genial que deixaria o oponente no chão? Dá um pouco de raiva?
Ok. Vamos voltar duas casas.
Por um lado, é legal ter em mente que a pessoa com quem você estava discutindo talvez não mudasse de ideia mesmo com a tal resposta avassaladora, e isso não a faz pior ou melhor: só mostra a existência de situações nas quais precisamos concordar em discordar. 
Por outro, essas mudanças de pensamento muitas vezes só não ocorrem porque a maneira como o diálogo é construído não permite uma troca genuína de informações, transformando tudo no famoso apontar de dedos na cara com sacadas geniais. E é aí que a coisa fica perigosa, porque isso acaba servindo mais para tornar as conversas raivosas e menos para gerar discussões que de fato sejam proveitosas. 
Se a gente realmente quisesse o bem de quem gostamos invocaríamos, em poucas e necessárias ocasiões, o recurso "senta e escuta", exatamente como fazemos com as crianças. Falar o que precisa ser dito, sem camadas de raiva, inveja, ansiedade ou receio, apenas uma belíssima   e compassiva honestidade – diante do qual qualquer sujeito minimamente interessado em ser uma pessoa melhor não faria algo diferente de escutar e agradecer mesmo em silêncio as palavras endereçadas a si. 
Mas não é como se a gestão das críticas e opiniões de terceiros fossem coisas simples. Elas podem trazer à tona incertezas e fazer com que comecemos a nos preocupar com coisas que até então eram imperceptíveis. 
É uma via de mão dupla enfrentada por todos: o receber críticas e o "revidar" críticas. E quando,  elas ocorrem em contexto de exposição pública, a tarefa pode ser ainda mais desafiadora, abrindo espaço até para certas paranoias. 
Na verdade, a opinião das pessoas importa. 
Se você compartilha do mesmo sentimento, fica mais importante ainda voltar aquelas duas casas, dar uma respirada e repensar como estamos construindo nossas relações. No fim das contas, o dedo do outro na sua cara não vai ser resolvido com o seu dedo na cara do outro. 
Muitas vezes  ao entrar em contato com um texto, uma palestra, um vídeo ou qualquer outro formato de veiculação de significados, a vontade de agradecer e elogiar é grande, pois a sensação de alegria, bem estar e aprendizado acende um fogo interno no meio dos pulmões, e a vontade é de retribuir este calor com as palavras ou meios que estiverem disponíveis.
Muitas vezes a sensação de discordar e vontade de combater com palavras aquilo que foi lido, visto ou ouvido, também vem com força, como um terremoto interior, e as palavras que saem disso costumam ser feias, mas também podem ser argumentos e não só ataques ao indivíduo que disse, mas, principalmente, ao que foi dito.
Encontrar este equilíbrio de dialogar com o que é dito mais do que com a pessoa que diz é o grande objetivo... Pois a busca é por uma sinceridade que não seja agressiva mas não tenha medo de falar o que é pensado e tem a habilidade de expressar o pensamento de forma clara sem respingar nas pessoas com quem estamos falando.


quarta-feira, 19 de abril de 2017

AMIZADE SINCERA

ALGUMAS PESSOAS SIMPLESMENTE DESCONHECEM A FORÇA DO COMPROMISSO COM O OUTRO QUE NÃO ENVOLVA NADA ALÉM DE AFETIVIDADE


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Uma das melhores coisas de nossas vidas são as amizades que pontuam a nossa jornada, tornando-a mais prazerosa e leve, principalmente nos momentos em que precisamos de alguém ali ao lado, quando escurece de repente dentro de nós. Infelizmente, quando mais precisarmos, parece que menos amigos aparecerão ou terão disposição para ouvir pacientemente o que temos para dizer, compartilhar. A não ser que façamos uma festa.
Na verdade, muitas pessoas estão à procura de oportunidades que lhes favoreçam, que lhes tragam benesses, conforto, retornos principalmente financeiros e/ou materiais. Aproximam-se, assim, de quem possa lhes oferecer algum benefício que usufruirão em causa própria, baseando-se tão somente em suas intenções, quem nem sempre são as melhores. Difícil, nesse contexto, haver alguém que nutra relacionamentos que não lhes possam servir como degrau social ou fonte de renda e de status.
Muitas pessoas passarão pelas nossas vidas, desde a infância, porque nunca é tarde para encontrarmos alguém que possa compartilhar uma amizade sincera. Não conseguimos explicar bem o que nos faz gostar tanto de algumas pessoas, a ponto de nos sentirmos bem ao seu lado e confortáveis para contar-lhes nossas coisas. Parece que tem gente que conhecemos há anos, embora tenhamos iniciado a amizade recentemente; é como se tivéssemos encontrado um irmão perdido por aí, tamanha a sensação de proximidade imediata.
Da mesma forma, algumas pessoas fazem parte de nosso círculo de amigos ou de trabalho por muito tempo, sem que consigamos ir além das meras formalidades de convivência. No entanto, nem todos serão amigos de fato, ainda que confiemos plenamente neles, mesmo que depositemos a maior confiança em suas mãos, porque algumas pessoas simplesmente não sabem o valor dos sentimentos alheios, nem dos próprios. Algumas pessoas simplesmente desconhecem a força de um compromisso com o outro que não envolva nada além de afetividade.
Não podemos nos iludir, achando que todos aqueles que sorriem ao nosso lado, em comemorações regadas a cerveja, também ficarão conosco quando nada tivermos a oferecer, quando precisarmos de um ombro amigo que nos console, ouvindo-nos nos momentos de nossas atribulações, caso contrário, a decepção nos machucará ainda mais. No entanto, sempre haverá alguém, muitas vezes quem menos esperávamos, que nos estenderá as mãos com verdade e amor. Sempre haverá alguém que não desiste da gente. Daquelas surpresas mágicas com que a vida nos abençoa, a fim de que não desistamos de prosseguir, incansavelmente.




terça-feira, 18 de abril de 2017

SOFRIMENTO COMO ESTILO DE VIDA

O PROBLEMA É QUANDO O SOFRIMENTO VIRA ROTINA


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Pode soar estranho, mas algumas pessoas não se ajudam e ainda não aceitam ajuda de quem tenta ajudá-las. Pode soar estranho, mas tem gente que se acomoda num estilo de vida melancólico, sem alegria, que se afasta das pessoas que sentem por ela um afeto verdadeiro. Muitas pessoas reclamam de falta de vida social, mas nunca estão disponíveis para um bom bate papo. Muitas pessoas reclamam que não conseguem fazer amizades, mas não se abrem para as pessoas.
Muitas pessoas dizem que querem viver o amor, mas quando percebem que isso pode acontecer, se esquivam. Ou até aceitam se relacionar, mas fazem de tudo para sabotar a relação. Algumas pessoas quando deprimem, optam por procurar ajuda profissional e contam com o apoio moral dos amigos para sair do buraco. Outras pessoas se fecham e se recusam a fazer qualquer tipo de tratamento. Se recusam até mesmo a conviver com quem as ama. Algumas pessoas passam anos dependentes de medicamentos para nunca encararem uma análise. Algumas pessoas se queixam de solidão, mas despreza as pessoas que se disponibilizam a ouvi-las.
Quem nunca já conheceu alguém que reclama por se sentir sozinho e triste, mas quando começamos a dar atenção, a pessoa do nada, simplesmente te dá um corte? Quem nunca conheceu alguém que reclama do isolamento, mas não perde uma oportunidade para criticar quem tenta fazer algo por elas? Agredir quem é atencioso e gentil conosco é o mesmo que dar um tiro no próprio pé. Mas , lá no fundo, é o que algumas pessoas querem, mesmo que elas não saibam que elas querem. Lá no fundo, algumas pessoas agridem quem lhes dá atenção porque querem ficar isoladas, querem  se manter afastadas e procuram um motivo para reclamarem.
Ninguém está livre de ficar muito mal depois de uma perda afetiva ou até mesmo sem motivo aparente. O problema é quando a pessoa nunca supera. O problema é quando a pessoa se recusa a ser ajudada e a se ajudar e o sofrimento vira rotina, vira quase uma segunda pele da pessoa.
Infelizmente e por mais estranho que soe, algumas pessoas, por alguma razão que desconhecemos, escolhem um estilo de vida marcado pela incapacidade de aprender com as experiências vividas. Depois de grandes perdas e sofrimentos , algumas pessoas descobrem caminhos criativos para a própria vida. Outras pessoas simplesmente se fecham num quarto escuro para sempre, culpando um passado triste e o usando como pretexto para evitarem experiências novas.
Renovar-se faz parte da natureza humana. Alguns levam mais tempo para se curarem de certas dores. Outros levam menos. Mas, mais cedo ou mais tarde nos renovamos de um modo ou de outro. Mas para isso , precisamos querer.


segunda-feira, 17 de abril de 2017

OS OTÁRIOS DO SISTEMA

TODOS NÓS SOMOS OS OTÁRIOS DO SISTEMA EM QUE ESTAMOS INSERIDOS, SISTEMA POLÍTICO E SOCIAL



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Muitos adoram discutir sobre corrupção porém a maioria das pessoas são corruptíveis, tem gatonet, sonega imposto de renda, suborna o policial na blitz... Sempre tem alguém querendo fazer alguém de otário, sempre tem alguém querendo ser o esperto da vez pra não se sentir otário,  pra ter certeza de que não é otário e de que otários são as outros.
Em discussões sobre corrupção política só dá pra gente concluir dizendo que cada um faz seu preço e, o tem, por causa da certeza da impunidade e da sensação de que aquele benefício não vai fazer falta para quem está sendo roubado/corrompido. Exemplo, a pessoa que faz gato de luz acha que seu consumo não vai fazer falta à concessionária. A diferença entre os crimes vai ser o volume do roubo, que vai do volume que o criminoso acha aceitável e imperceptível.
Se pensarmos bem, nesse mundo, todos nós somos ou fomos otários um dia. Quantos de nós nunca gastou dinheiro atoa, com coisas que não acrescentam nada na nossa vida, induzidos pela falácia da malandragem dos espertos? Quantas vezes já tratamos bem uma pessoa e tentamos fazer tudo para agradá-la por que gostamos dela, e essa pessoa nos trata de forma fria e indiferente? Quantas vezes consideramos pessoas que acham que nós somos otários? Quantas vezes pagamos por uma festa e ao chegarmos lá, o evento é uma porcaria? Em alguns casos, taxamos as pessoas de otárias, por que elas não se comportam ou não fazem o que nós esperamos delas. Todos nós somos os otários do sistema em que estamos inseridos, sistema político e social.


sexta-feira, 14 de abril de 2017

NÃO SEJA CONTROLADO PELA NECESSIDADE DE CONTROLAR

VOCÊ NÃO NECESSITA CONTROLAR NADA NEM NINGUÉM ALÉM DE SI MESMA

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Quanto mais se deseja esquecer algo ou alguém, mais tal coisa ou tal pessoa fixa no pensamento. Gruda igual chiclete.
Um indivíduo inseguro num relacionamento amoroso “acredita” que controla a outra, observando suas postagens no Facebook, bem como a conta do cartão de crédito, o telefone celular e assim por diante. Alguns chegam a controlar a conta bancária do outro (a), para saber cada centavo gasto, e não pelo dinheiro em si, mas para saber o que a pessoa faz no seu dia-a-dia. E eu pergunto: quem é de verdade controlado nesta situação? Quem tem a mente aprisionada pela insegurança ?
Se não gosto de uma pessoa e penso em maneiras de prejudicá-la, passo horas com esta pessoa em meus pensamentos, na tentativa de revidar o meu desgostar. Alimento a raiva que sinto com cada pensamento que emito. Há descontrole na raiva.
Quando penso em quantos quilos devo emagrecer, acabo mais tempo pensando em comida do que se não estivesse tentando fazer uma dieta. Se quero esquecer o ex-namorado, acabo pensando ainda mais nele. Quanto mais me esforço para não me lembrar, menos eu percebo que o esforço que faço me coloca ainda mais em contato com o que intento desprezar.
Não é fácil lidar com situações de desgosto. Porém, há de se saber, que quando tento excluir algo ou alguém de minha vida e de meus pensamentos, através da negação ou controle, mais este algo ou alguém permanece em minha vida.
Tudo que é mal resolvido fica no subconsciente. O deixar de lado forçosamente, como solução, não resolve nem de longe a situação. A resolução para qualquer coisa que desejo ter o controle é antes de tudo, aceitar no coração o motivo pelo qual tento ter este controle. Devo entender a mim mesmo sobre os motivos que me instigam a ilusão de controlar alguma coisa ou alguém.
Se quero controlar alguém com quem me relaciono, devo compreender primeiro o porquê deste desejo de controle: é a minha insegurança ou trata-se de alguém que não merece a minha confiança?
Quando não gosto de alguém por qualquer motivo que seja: por que não gosto desta pessoa? Por que ela me incomoda tanto? São por motivos justos? Não posso simplesmente exercer a tolerância e paciência, me tornando uma pessoa melhor?
É comum que no decorrer de nossas vidas, tenhamos o desejo de exercer controle sobre determinadas pessoas e também sobre algumas situações. Devemos sempre nos lembrar de que a busca pelo controle é muitas vezes uma armadilha, pois se corre o risco da obsessão. Acabamos nós mesmos inconscientemente controlados.
A solução é olhar para o meu desejo de controle com amor para comigo mesmo. A aceitação por aquilo que não gosto e jamais a negação ou desprezo.
Quando aceito o que não gosto e o que quero esquecer de maneira consciente, finalmente fico pronto para deixar que o incômodo se vá. Cedo à minha mente a liberdade de não ser mais controlado por aquilo.
O primeiro passo para se controlar algo é o controle de si mesmo. Só o indivíduo que controla a si mesmo é verdadeiramente livre. E apenas depois disso, se torna capaz de controlar algo além. Isto se ainda for necessário, pois um homem verdadeiramente livre não necessita do controle de nada e de ninguém.



quinta-feira, 13 de abril de 2017

AS APARÊNCIAS ENGANAM

NÃO JULGUE AS PESSOAS PELO QUE ELAS APARENTAM, O BURACO É MAIS EMBAIXO

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É injusto rotular as pessoas pela impressão primeira que se tem delas, bem como não se deve tirar conclusões precipitadas somente a partir de seu temperamento. Nem sempre quem sorri pelos quatro cantos do mundo possui boa índole e as pessoas que pouco sorriem não precisam ser maldosas.
Na verdade, o que nos define, em tudo o que somos e temos dentro de nós - nosso caráter, nossos princípios, nosso coração - não se refere ao que falamos ou na quantidade de sorrisos que lançamos por aí e sim à forma como nos comportamos diante da vida, diante das pessoas, diante do mundo. Somos o que fazemos, somos o tanto de coisa boa que espalhamos ao nosso redor, somos nossas atitudes com todas as pessoas, sejam próximas ou não.
Quem não conhece pessoas que são assíduas frequentadoras de cultos religiosos, de missas, mas que não param de criar fofocas sobre todos? Quem nunca foi surpreendido pela notícia de que alguém que era tão bonzinho, tão cândido, acabou cometendo algum delito ou atitude antiética? E quem de nós já não recebeu uma grande ajuda, um apoio primordial de quem menos esperava, de alguém que pensávamos ser incapaz de bondade?
Enquanto formos levados a julgar antecipadamente as pessoas, sem as conhecer de fato, baseando-nos tão somente no que aparentam, em seu temperamento, continuaremos errando, continuaremos confundindo equivocadamente os semblantes delas com o que carregam em seus corações. Quando pararmos e nos demorarmos nos encontros com as pessoas, então estaremos adentrando as suas verdades. Ninguém precisa posar de bonzinho para se tornar uma pessoa boa, porque falar qualquer um fala, difícil é viver o que se diz.



quarta-feira, 12 de abril de 2017

OLHAR ALHEIO

NÃO SE VALORE PELO OLHAR ALHEIO 


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É impressionante a força do desamor. Do desamor próprio então, nem se fale.
Achamos que nos amamos. Achamos porque desejamos coisas boas para nós. Desejamos um bom emprego, uma vida social animada, uma casa confortável, alguém para amar e nos amar.
Porém, se alguém nos rejeita, nos ofende injustamente ou ignora a nossa presença, sentimos, muitas vezes, a atitude desagradável incomodar.
Nunca entenderemos realmente as reais motivações das pessoas. Cada um de nós é um universo complexo e vasto, cheio de obscuridades, muitas vezes, para nós mesmos. Se em muitos casos não compreendemos nem os nossos sentimentos, como poderemos entender com clareza os alheios?
O mais importante é não se subjugar porque o outro não nos aplaudiu, virou a cara quando sorrimos e não respondeu ao nosso bom dia. O mais importante é não se recriminar porque o outro não simpatiza com a gente, não concorda com o nosso jeito de ser e prefere conversar com outras pessoas. O mais importante é não se culpar porque quem amamos não nos amou. Você não é sem graça só porque quem você amou não viu encanto algum em você. 
Quem se valora pelo olhar alheio, está sempre nas mãos dos outros, sujeito a ser esmagado a qualquer momento.
No dia em que você se amar mesmo, para valer, a opinião de ninguém contará tanto assim porque lá no fundo o que importa mesmo é como nos vemos e como nos acolhemos.



terça-feira, 11 de abril de 2017

QUANDO FALTA TEMPO SUFICIENTE PARA FAZER TUDO

MAIS COISAS PARA FAZER DO QUE TEMPO PARA REALIZAR



Eu tenho um sonho – e talvez você tenha também – de um dia ter tempo o suficiente pra fazer tudo. De alguma forma, sempre parece que estou num período de tempo apertado do ano, ou da minha vida.
O estado de ter tempo o bastante parece algo tangível, mas parece que nunca o alcançamos. Quando terminarmos esse projeto, quando o Natal passar, quando a mudança acabar, aí então terei tempo suficiente para fazer tudo. Mas agora, não.
Consigo fazer um número razoável de coisas, mas algo sempre é deixado para trás.
O esquivo conceito de “tempo o suficiente” é possível. Só precisamos de mais tempo no cálculo, ou menos atividades consumindo-o todo.
Mesmo que tenhamos bastante controle sobre o que pretendemos fazer com nosso tempo, estranhamente nunca há o suficiente. Como conseguimos bagunçar tanto essa equação? Alguém de vocês acredita que tem tempo o suficiente?
O mundo moderno, nos obriga a ser multifuncionais, a saber de tudo um pouco, a querer aprender tudo, a buscar a todo momento bens materiais, de consumo e isso tudo requer tempo, dinheiro, um governo sanguessuga de impostos nos obriga a trabalhar mais e mais para basicamente pagar as contas, tudo é pago desde a casa própria, carro, internet, TV a cabo, telefone, escola dos filhos, plano de saúde....ufa...e por ai vai....haja dinheiro para tantos compromissos,
Eu realmente acredito que viver com “tempo o suficiente” é possível, mas para que esse processo de poda seja efetivo, ele precisa ser rigoroso.
A matemática envolvida cria um dilema existencial sério. Quando há 10 mil maneiras de se passar o tempo, ter tempo o suficiente significa dizer não para a grande maioria das coisas que você se imaginou fazendo um dia. E isso significa nunca se tornar a maioria das pessoas que você imaginou ser.
É um pensamento assustador, toda essa renúncia que deve acontecer. Mas ela deve acontecer conscientemente, e se não acabarmos logo isso, aí nunca haverá tempo o suficiente mesmo.


segunda-feira, 10 de abril de 2017

MUITO AJUDA QUEM NÃO ATRAPALHA

AJUDA TEM LIMITES

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Ninguém precisa sair correndo para se candidatar ao cargo de prefeito da cidade ou de presidente dos Estados Unidos para ajudar as pessoas. Podemos começar pelos parentes, pelos amigos, e pelas pessoas que estão à nossa volta. Na verdade, podemos começar por nós mesmos. O importante é perceber que não há dia de folga. Não podemos simplesmente parar e ignorar a vida a nossa volta. 
Porém toda ajuda em excesso pode caminhar para um grave problema, não sendo difícil encontrar exemplos para demonstrar isso. Quando alguém pede ajuda, normalmente quer uma solução para uma questão específica, de um problema ainda maior, e para a ajuda não atrapalhar, precisamos entender onde começa e termina essa interação. Ao invés de ajudar, sua ajuda pode acabar atrapalhando, sendo um problema ainda maior.
Quando interferimos muito, tentando ajudar demasiadamente, podemos acabar extrapolando o limite desejado.
É importante garantir que nossa disposição não provoque comportamento indesejado naquele que recebe o apoio.
Outro ponto importante para ressaltar, é que não devemos assumir a responsabilidade, nos comprometendo com o problema do outro. Isso pode gerar uma acomodação daquele que recebe o apoio e destruir qualquer incentivo para que ele resolva a questão efetivamente, já que agora quem se importa com isso é você. Por isso é tão importante não executar a ação, mas apontar formas de concretizá-la, principalmente para que na próxima vez a pessoa consiga prosseguir sem auxílio. Em muitos casos, a intervenção ampla acaba criando um verdadeiro refém, não capacitando a pessoa para resolver seus problemas e obrigando a voltar sempre que precisar, ao identificar que existe um comodismo, é necessário mudar a postura, forçando que a pessoa assuma novamente o próprio fardo.
Pode parecer uma frase negativa e desestimulante para aqueles que desejam se abrir para ajudar as pessoas, mas na verdade serve como um aviso. Muitas vezes acreditamos que uma é ajuda algo rápido, desconsiderando o lado negativo que pode surgir. O lado positivo da ajuda é a sensação de satisfação que sentimos ao executar o gesto, mas muitas vezes vamos sofrer com o arrependimento de acabar numa situação que não gostaríamos.
Sabe quando você oferece para dar alguma ajuda, mas agora gasta entre 3 e 4 horas diárias trabalhando para a pessoa, que se apoderou da sua rotina?
Por isso ao escolher ajudar precisamos logo de inicio aceitar que efeitos colaterais podem acontecer e em sua maioria são normais.
Nestes casos é importante saber se impor, declarar o limite e dizer que a partir dali não pode mais fazer nada. A situação pode ficar meio estranha no início, mas o limite serve muito bem para fazer o outro entender onde termina um favor e começam os meus próprios problemas. 
Este jogo de cintura é importante, porque pessoas podem se ofender facilmente e isso talvez sensibilize as relações, quando na verdade o objetivo é sempre o oposto.
Ajudar, assim como receber ajuda, faz parte de um processo comum em nossas vidas. Observar como estes mecanismos afetam nossa relação com as pessoas pode ampliar ainda mais os resultados, já que desse jeito, se tornam tanto abertos para ajudar, quanto relaxados para receber esta ajuda.

sexta-feira, 7 de abril de 2017

SAIBA RECONHECER SEU MESTRE

SEU CARÁTER É MOLDADO PELO SEU MESTRE E O SEU MESTRE É O  LIVRE ARBÍTRIO


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Existe diferença entre felicidade e paz interior? Existe. A felicidade depende de circunstâncias consideradas positivas, ao passo que a paz interior não precisa delas.  Muitas pessoas devem ter aprendido bastante com as suas próprias limitações, seus fracassos, suas perdas, suas doenças e sofrimentos. Tudo isso ensinou-as a se desfazer das imagens falsas que tinham de si mesmas, dos desejos e objetivos superficiais e lhes deu profundidade e humildade. Fez delas pessoas mais reais. Sempre que acontece alguma coisa negativa, há sempre uma lição embutida, embora nem sempre se perceba isso na hora. Uma doença ou um acidente pode mostrar o que há de real ou irreal em uma situação, aquilo que é importante e o que não é. De uma perspectiva mais elevada, as circunstâncias são sempre positivas. Para ser mais preciso, elas não são positivas nem negativas. São do jeito que são. E quando aceitamos as coisas como são, o “bem” ou o “mal” deixam de existir em nossas vidas. Só o que existe é um bem supremo, que inclui o “mal”. Mas, pela perspectiva da mente, existe o bem e o mal, o igual e o diferente, o amor e o ódio.
Para se formar o caráter de uma pessoa, por trás desse caráter, sempre haverá um mestre, e esse mestre é "o por que" das coisas acontecerem, pois o livre arbítrio que tanto falam é esse " mestre" que ninguém vê, mas, nos ensina da seguinte maneira, ou você usa o caminho do gênio benéfico que é a luz ou o gênio maléfico, que é aquele, que nunca sabe nada, que não vê nada, não escuta nada, mais quer que você emudeça e o obedeça!
Para reconhecer seu mestre, se concentre no sentimento dentro de você. Reconheça quem você é, aceite o que está ali. Não pense a respeito. Não permita que o sentimento se transforme em pensamento. Não julgue nem analise. Não se identifique com o sentimento. Esteja presente e observe o que está acontecendo dentro de você. Perceba não só o que vai dentro de você, mas também a presença “de alguém que o observa”, o observador silencioso. Esse é o poder do Agora, o poder da sua própria presença consciente, que te livrará dos enganos, que te possibilitará  ter a lucidez necessária para exercer, de verdade, o live arbítrio.  


quinta-feira, 6 de abril de 2017

O MEDO FAZ A GENTE MORRER EM VIDA

NÃO TENHA MEDO DE ARRISCAR. AVANCE!

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Em geral as pessoas morrem em torno dos 30 anos e são sepultadas por volta dos setenta. Levam quarenta anos para os outros perceberem que aquela pessoa está morta. Lembre-se: a vida é sempre uma incerteza. Somente o que é morto é certo, fixo, sólido. Tudo o que está vivo muda sempre e se movimenta, é fluido, flexível, capaz de se mover em qualquer direção.
Quanto mais você se torna inflexível, mais está perdendo a vida. Viver é arriscado. Morrer é que não tem nenhum risco. Viver é sempre perigoso. Viver significa conviver com o desconhecido. Morrer, é muito, muito mais seguro. Não há lugar mais seguro que um túmulo. Nenhum acidente pode acontecer a quem está morto.
Procure os caminhos ainda não trilhados e navegue por mares ainda não navegados, porque esse é o caminho da vida.
O crescimento é sempre um jogo arriscado. Na vida real não há segurança total. Exceto a certeza da morte. E esta é a beleza da vida. É por isso que há tanta emoção.
Reflita se você não está buscando, demasiadamente, uma segurança total na vida que só a morte é capaz de proporcionar. Lembre-se que viver é arriscar. Pense nisto.
Ter coragem não significa “não ter medo”, mas saber quando e como avançar apesar do medo.
Faça aquilo que você sonha mas não tem coragem pra fazer. 
Tenha coragem!
Arrisque!

NUNCA NOS ENSINARAM SOBRE A NOSSA ALMA

SOMOS EXTREMAMENTE IGNORANTES SOBRE O QUE MOVE AS PESSOAS



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Nós desconhecemos coisas básicas sobre o que são as emoções, como elas funcionam, como influenciam a nossa vida em todas as áreas. Aprendemos anatomia e sabemos fórmulas de matemática de cor e saltiado. Mas nunca nos ensinaram sobre a nossa alma. Somos extremamente ignorantes sobre o que move as pessoas.
Seria muito bom se aprendêssemos desde criança a perceber nossos sentimentos. Saber o que é raiva, o medo, a culpa, a frustração. Perceber a manifestação física dessas emoções. Sim, toda emoção quando surge provoca um desconforto no corpo, é a sua química afetando a fisiologia. Deveríamos aprender como os sentimentos negativos sabotam a nossa vida de forma inconsciente, influenciando nossas escolhas. Poderíamos aprender na escola sobre crenças limitantes, quais são e como elas nos prejudicam. Se aprendêssemos a detectar aspectos da autoestima baixa, jogos de manipulação familiar, padrões negativos que se repetem, teríamos muito mais condições de nos libertamos dessa negatividade. Mas nossos pais e professores também desconhecem sobre suas emocões, eles não sabem lidar com nada disso. Normalmente, só vamos aprender na idade adulta, depois de muito sofrimento, buscando professores nessas áreas através de livros, palestras, vídeos e terapeutas.
É muito provável que a pessoa desenvolvida intelectualmente, mas analfabeta emocionalmente fique com raiva de mim ao ler esse texto. Pois ela tem certeza de que as doenças são causas por fatores externos, e que se sua vida está mal em outras áreas, a maior causa está em coisas fora do seu interior. Seu ego defenderá a posição da vítima, que gera muito sofrimento e não permite que a pessoa mude, mas é o que ela está acostumada a ser.
A pessoa que tem essa falta de conhecimento emocional, não tem uma consciência profunda de que quando a sua vida não está indo bem, ele é a única pessoa que pode mudar a situação e que somente curando o seu interior sua vida vai mudar. Ele normalmente vai achar que são fatores externos a ele são os principais responsáveis pela sua infelicidade: seus pais, seu sócio, sua mulher, o Brasil, a cultura da cidade, o governo. Na sua lógica inconsciente, são esses fatores que precisam mudar para que ele seja feliz. Ele mesmo gerou muito sofrimento para si mesmo e não percebe. Não criou de forma proposital, criou, sem saber, porque nunca aprendeu nada sobre isso, mas  nunca é tarde. É urgente aprender!

terça-feira, 4 de abril de 2017

TIRE O PÉ DO ACELERADOR

VIVER NO PRESENTE E SER SIMPLES NOS DÁ UM CONFORTO E UMA CLAREZA ENORME

A maioria de nós anda rápido demais. Não só em termos de caminhar ou dirigir, mas na forma que lidamos com a vida.
Estamos sempre no futuro, procurando chegar em outro lugar. Corremos para chegar nos lugares, para buscar os filhos. Corremos para chegar na academia e para acabar os exercício, para dormir logo e obviamente acordar mais cedo.
Toda essa urgência nas coisas nos impede de aproveitar o que estamos fazendo. Nossa mente se ajusta para que o resultado esteja sempre no futuro, nunca no que estamos fazendo. Torna-se cada vez mais difícil sentir que existe recompensa, porque quando ela supostamente chega, já estamos com o foco em outro lugar.
É muito provável que todos nós estejamos sofrendo desses males em algum ponto. E sabemos que a saída exige observação e muito trabalho. Não nos tornamos conscientes e auto-suficientes da noite para o dia, é preciso prática.
Precisamos estar concientes, e titar o pé do acelerador. Em tempos de redes sociais e com toda facilidade de acompanhar o que acontece na vida dos outros a sensação de estar perdendo algo muito interessante se tornou muito frequente. 
Essa ideia instigada nas midias sociais de que é sempre necessário estar com alguém e em algum outro lugar para se divertir colabora bastante com a insatisfação na vida nesse mudo moderno, desenvolver a habilidade de ficar só e confortável apenas com sua própria companhia é uma coisa que se deve aprender.
Assistir filmes, ler livros e praticar corrida até aprender coisas novas, como tocar instrumentos e desenhar, existem milhares de atividades que exigem concentração e um tempo individual para que seja desenvolvido e aproveitado. A maioria dessas atividade são aquelas que deixamos de aproveitar quando a vida adulta chega, simplesmente porque passamos a criar uma certa dependência para nos divertir.
Entender que estar só não significa ser solitário é uma mudança radical que nos faz relaxar e perder um pouco da vontade de estar sempre em situações sociais.
Viver no presente e ser simples nos dá um conforto e uma clareza enorme.



segunda-feira, 3 de abril de 2017

NO LUTO NÃO HÁ MAIS ESPERANÇA

NO LUTO NÃO HÁ ESPERANÇA DE VITÓRIA


A esperança tem seu lado negro. A esperança nos estressa. A esperança muitas vezes nos faz lutar infindavelmente em prol de causas perdidas — pois, afinal, há uma esperança.
Há um dito popular muito conhecido que diz "a esperança é a última que morre" ou "pra tudo tem um jeito, a única coisa que não tem jeito é a morte", o que sugere que a única coisa que acaba com todas as nossas esperanças e a morte. 
Talvez a beleza do luto seja isso, é que não há mais esperanças.
O luto não é uma luta: não tem objetivo a ser alcançado, não há esperança de vitória, nada há para ser ganho.
A pessoa amada morreu e não vai voltar, nem se fizermos o melhor e mais competente trabalho de luto do mundo.
Em momentos de dor, essa é uma libertação: não depende mais de mim. (Talvez nada nunca tenha dependido, mas, agora, com certeza, nem mesmo isso.)
O luto não é algo que faço pela pessoa querida que se foi, não é algo que faço para conseguir alguma coisa.
O luto é algo que é.
O luto existe através de mim, porque eu existo porque estou vivo. (Só tecido morto não dói.)
O luto é um processo meu: existe dentro de mim, por mim, para mim.
Por tudo isso, só depende de mim: o meu luto dura o tempo que eu precisar que dure.
E se eu quiser me fechar ao mundo e viver para aquela dor e ser definido por aquela dor, eu posso. É meu direito. Serei a viúva ou a mãe que passa o resto da vida de preto, guardando a memória daquele amor.
E se eu quiser levantar do chão e sacudir a poeira, comer, beber e ser feliz, pois amanhã morreremos, eu também posso. 
Nada há para ser ganho. Não há esperança. Só existe o luto e seu processo, o luto e seu ciclo.
O luto é a pessoa. O luto da pessoa é ela.