O EQUILÍBRIO DE DIALOGAR COM O QUE É DITO MAIS DO QUE COM A PESSOA QUE DIZ
Quem nunca entrou em uma discussão e, horas depois dela já ter acabado, pensou em uma resposta com aquela sacada genial que deixaria o oponente no chão? Dá um pouco de raiva?
Ok. Vamos voltar duas casas.
Por um lado, é legal ter em mente que a pessoa com quem você estava discutindo talvez não mudasse de ideia mesmo com a tal resposta avassaladora, e isso não a faz pior ou melhor: só mostra a existência de situações nas quais precisamos concordar em discordar.
Por outro, essas mudanças de pensamento muitas vezes só não ocorrem porque a maneira como o diálogo é construído não permite uma troca genuína de informações, transformando tudo no famoso apontar de dedos na cara com sacadas geniais. E é aí que a coisa fica perigosa, porque isso acaba servindo mais para tornar as conversas raivosas e menos para gerar discussões que de fato sejam proveitosas.
Se a gente realmente quisesse o bem de quem gostamos invocaríamos, em poucas e necessárias ocasiões, o recurso "senta e escuta", exatamente como fazemos com as crianças. Falar o que precisa ser dito, sem camadas de raiva, inveja, ansiedade ou receio, apenas uma belíssima e compassiva honestidade – diante do qual qualquer sujeito minimamente interessado em ser uma pessoa melhor não faria algo diferente de escutar e agradecer mesmo em silêncio as palavras endereçadas a si.
Mas não é como se a gestão das críticas e opiniões de terceiros fossem coisas simples. Elas podem trazer à tona incertezas e fazer com que comecemos a nos preocupar com coisas que até então eram imperceptíveis.
É uma via de mão dupla enfrentada por todos: o receber críticas e o "revidar" críticas. E quando, elas ocorrem em contexto de exposição pública, a tarefa pode ser ainda mais desafiadora, abrindo espaço até para certas paranoias.
Na verdade, a opinião das pessoas importa.
Se você compartilha do mesmo sentimento, fica mais importante ainda voltar aquelas duas casas, dar uma respirada e repensar como estamos construindo nossas relações. No fim das contas, o dedo do outro na sua cara não vai ser resolvido com o seu dedo na cara do outro.
Muitas vezes ao entrar em contato com um texto, uma palestra, um vídeo ou qualquer outro formato de veiculação de significados, a vontade de agradecer e elogiar é grande, pois a sensação de alegria, bem estar e aprendizado acende um fogo interno no meio dos pulmões, e a vontade é de retribuir este calor com as palavras ou meios que estiverem disponíveis.
Muitas vezes ao entrar em contato com um texto, uma palestra, um vídeo ou qualquer outro formato de veiculação de significados, a vontade de agradecer e elogiar é grande, pois a sensação de alegria, bem estar e aprendizado acende um fogo interno no meio dos pulmões, e a vontade é de retribuir este calor com as palavras ou meios que estiverem disponíveis.
Muitas vezes a sensação de discordar e vontade de combater com palavras aquilo que foi lido, visto ou ouvido, também vem com força, como um terremoto interior, e as palavras que saem disso costumam ser feias, mas também podem ser argumentos e não só ataques ao indivíduo que disse, mas, principalmente, ao que foi dito.
Encontrar este equilíbrio de dialogar com o que é dito mais do que com a pessoa que diz é o grande objetivo... Pois a busca é por uma sinceridade que não seja agressiva mas não tenha medo de falar o que é pensado e tem a habilidade de expressar o pensamento de forma clara sem respingar nas pessoas com quem estamos falando.
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