segunda-feira, 24 de abril de 2017

EXERCÍCIOS FÍSICOS: DESAFIADOR PARA UNS, TERROR PARA OUTROS

COMEÇAR LENTO E SEGUIR FIRME IMPORTA MAIS DO QUE COMEÇAR RÁPIDO E NÃO TER FÔLEGO PARA CONTINUAR, NÃO COMPLIQUE ANTES DA HORA


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A campanha é grande, todo mundo sabe que tem que fazer atividade física... e, mesmo assim, poucos fazem. Mas porque será? 
O grau de complexidade dos exercícios físicos, modelos de alimentação e suplementos aumentou de forma inacreditável nos últimos anos.
Se você visitou uma academia ou leu sobre exercícios físicos recentemente, passou por uma loja de suplementos ou pesquisou sobre alimentação deve ter uma imagem bem clara do que estou falando.
O movimento fitness é uma indústria gigantesca em expansão e precisa vender produtos para quem tem interesse. Este interesse surge convencendo as pessoas que tudo aquilo é mais do que opcional, é necessário.
Pessoas que ainda não passaram da primeira semana de treino já sabem de cabeça a lista de suplementos que querem usar, as dietas mais radicais copiadas de atletas de ponta e os treinamentos mais rígidos e intensos, buscando extrair o máximo do potencial possível em cada sessão.
O que deveria ser uma experiência de descoberta se torna apenas mais um padrão de consumo desenfreado.
Penso que não precisamos de tudo isso.
Alguns profissionais podem discordar, mas o esforço necessário para aumentar nossa qualidade de vida e construir uma relação saudável com nosso corpo é muito menor do que acreditamos ao nos matricular numa academia.
Para quem está começando, pouco estímulo e rotinas simples já geram um resultado bem positivo. Treinos mais complexos podem trazer resultados mais rápidos, mas também espantam a maioria das pessoas.
É quase rotina observar pessoas assustadas com a distância que estão de uma vida mais saudável, de simplesmente conseguir se exercitar, subir uma escada sem ficar ofegante e perder a vergonha de tirar a camisa na piscina do final de semana.
Um dos grandes complicadores quando pensamos sobre nosso corpo é não fazer ideia do que precisamos fazer e de onde queremos chegar.
Uma pessoa entra numa academia querendo entrar em forma e ter mais disposição, mas em poucas semanas está fazendo dieta paleo, treino de alta intensidade, treino funcional e planejando correr uma prova de rua, no começo de 5km para no final do ano já estar treinando com planilha para a primeira maratona, os incriveis 42.195km. Muitas vezes acreditando que é isso que ele precisa para ter essa melhora na sua qualidade de vida.
Esse erro é comum, ter um objetivo simples mas complicar achando que pode acelerar as coisas. Muitas vezes é realmente possível acelerar o processo, mas o risco de criar um grau de complexidade grande o suficiente para gerar frustração e desistir de tudo cresce junto.
É preciso entender qual é o objetivo inicial e, pelo menos por algum tempo, se manter focado nele, segurando a ansiedade de adicionar mais camadas e tirar as coisas do trilho.
Não estou dizendo que a hipótese de se apaixonar por exercícios físicos e dedicar-se a eles não existe. Isso acontece e é sim muito positivo, mas quando as pessoas acabam abandonando o objetivo por achar que precisam fazer muito mais do que é realmente necessário, temos um problema.
Use o básico, aquilo que todo mundo sabe, para se acostumar com a ideia de ser mais ativo e comer melhor. Ao invés de sair correndo e pagar a anuidade de uma academia, comece caminhando por aí durante alguns meses, andando a pé ou adotando uma bicicleta. Depois que tiver incorporado a coisa, que a auto-imagem de ser mais ativo estiver construída, aí sim é mais fácil adicionar camadas de complexidade, pensar em fazer treinos um pouco mais intensos ou talvez uma dieta mais restritiva, depois de nos adaptarmos ao básico e desenvolvermos essa disciplina com menos forçação de barra, o resto será bem mais fácil de seguir.
Fazendo este mínimo às vezes até descobrimos que não precisamos nada além do simples.
Eu costumo simplificar até precisar complicar um pouco, em algum momento tudo vai deixando de dar resultados. Seja porque ficou monótono, porque sinto que poderia ser mais desafiador ou até porque os objetivos da gente mudam.
Apesar de não ser minha vibe, não existe erro em querer treinar com mais dedicação, competir em modalidades esportivas e começar a desenvolver-se com um pouco mais de seriedade. O erro normalmente está em tomar essa decisão pelos motivos errados.
As inúmeras atividades disponíveis podem sim trazer um aspecto positivo e novo para nossa relação com o corpo, e podemos tirar grande proveito disso. É interessante conhecer e experimentar as atividades que nos despertam interesse, mas é também importante não tomar ideias positivas como uma condição mandatória.
Pode ser até que depois de se tornar mais ativo, você sinta necessidade de buscar apoio na musculação ou em algum outro esporte, ou que depois de começar a comer razoavelmente bem, você queira procurar um nutricionista e ver onde pode melhorar.
O objetivo é só não complicar antes da hora. O importante é saber que começar lento e seguir firme importa mais do que começar rápido e não ter fôlego para continuar.


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