PEQUENAS MUDANÇAS > GRANDES MOVIMENTOS > VERDADEIRAS TRANSFORMAÇÕES
Temos bem menos autonomia do que acreditamos ter. Passamos uma parte imensa do nosso tempo respondendo de maneira automática a quantidade colossal de estímulos que recebemos. As vezes tenho a impressão de que eu responderia “Tudo bem, e você?”, mesmo se estivesse mergulhada na mais profunda das tristezas, por causa do piloto automático.
Em paralelo a isso estão os nossos hábitos. Dificilmente alguém diria “Ah! Já sei! Vou escovar os dentes!” momentos antes de dormir. Escovamos mesmo quando a sacada não surge.
O desgaste emocional e racional relacionado aos nossos hábitos é quase zero. Por isso nossos hábitos podem ser ferramentas incrivelmente poderosas para estimular mudanças em nossas vidas. Esses hábitos dão início a um processo que, ao longo do tempo, chacoalha tudo.
Alguns hábitos têm um potencial muito maior que outros em se desdobrar. Correr é um deles.
Alguns hábitos têm um potencial muito maior que outros em se desdobrar. Correr é um deles.
Começamos com um estímulo brando seguido de uma recompensa pequena. No começo, corremos para sentir o corpo pulsando. Em seguida, torna-se natural surgir o interesse pelo aspecto técnico. Atentamos para nossa respiração, cronometramos nosso tempo, analisamos a distância percorrida. Nos observamos. Começamos a buscar algum tipo de superação e o pacote de recompensa cresce. Agora, além do pacote todo buscamos uma espécie de sensação de missão cumprida.
Refinamos a auto-observação, começamos a perceber em qual período do dia estamos mais dispostos, quais fatores físicos e emocionais afetam nosso desempenho e qual o tamanho do monstro que vive na nossa cabeça e que sussurra de maneira sedutora desculpas criativas para algumas muitas vezes pular o treino: “Só hoje não tem problema”.
É um universo tão grande e rico que de repente faz sentido se inscrever numa corrida de rua. A semana, que antes era uma semana comum, passa a ser a semana que vai ter corrida. Nada mais justo do que tentar ajeitar a alimentação para estar 100% no dia da corrida. Com a alimentação equilibrada, fica mais fácil treinar bem.
Nos dias em que você dorme mal, o treino é ruim. Então ajeitar o sono não parece algo tão descabido. Na verdade, fica cada vez mais evidente que a qualidade da nossa vida social e das nossas relações tem pouquíssima relação com a quantidade de compromissos que assumimos.
Aquela corridinha, que antes era só uma corridinha, mudou a maneira como você enxerga sua rotina, sua alimentação, seu descanso e sua vida social.
Não temos capacidade de prever todos os desdobramentos das nossas ações. Então, ao invés de atacar uma lista minuciosa e extensa, cheia de detalhes, é melhor focar em pequenas mudanças e utilizá-las como alavanca para que os grandes movimentos – as verdadeiras transformações – tenham espaço para acontecer.
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