sexta-feira, 20 de novembro de 2015

A CONSCIÊNCIA NEGRA DE ZUMBI

DESMISTIFICANDO O MITO ZUMBI 

Resultado de imagem para DESMISTIFICANDO o mito zumbi dos palmares
Nada contra o dia da Consciência Negra, apenas contra elegerem a figura de Zumbi como um símbolo da luta e resistência dos negros escravizados no Brasil, bem como da luta por direitos que seus descendentes reivindicam.
É Zumbi pra lá, Zumbi pra cá, Zumbi valeu, mas na verdade Zumbi foi um resistente contra sua própria escravidão, mas não contra a escravidão em geral, sequer a de seus irmãos de cor. Pelo contrário, mantinha, em Palmares, escravos NEGROS.
Zumbi não era e não poderia ter sido um líder em busca da libertação do negro. Mesmo porque, segundo os historiadores, não havia o conceito de um “negro”, uma identidade cultural que unisse todos os africanos. Eles vinham de etnias e regiões diferentes, muitos eram inimigos e trouxeram suas diferenças para as terras coloniais. É como falar do “europeu” ou do “branco”, como se isso bastasse para criar uma cultura homogênea. Ingleses, franceses, portugueses, espanhóis, holandeses e outros travavam lutas violentas entre si e não se viam como um “povo”. O mesmo se dava com os africanos.
Zumbi não queria acabar com a escravidão e nem libertar o “povo negro” da opressão do branco. Ele apenas lutava pela sua liberdade e do grupo que formou o quilombo. Havia, inclusive, laços de amizade entre os quilombolas e os comerciantes ou outros “brancos” com quem eles conviviam. Havia escravidão dentro do quilombo, como era prática comum também na África,   havia regras de comportamento e castigos físicos para quem não as cumprisse.
Agora para e pensa: Se Zumbi, que foi líder do Quilombo de Palmares, possuía escravos negros, a noção de luta por liberdade nesse contexto era bem específica e não se poderia colocá-lo como símbolo de resistência contra a escravidão. A própria história da África e do tráfico negreiro transatlântico revela que grande parte dos escravos que a coroa portuguesa trazia para o Brasil Colônia era comprada dos próprios reinos africanos que capturavam membros de reinos ou tribos rivais e vendiam-nos aos europeus. Essa prática também ressoou, como também atestam alguns historiadores, em dada medida, nos quilombos brasileiros.
Penso que o uso de datas comemorativas como marcos de memória e heróis nacionais deveria dar conta da complexidade dos fatos históricos e fornecer elementos para compreender o passado e sua relação com o presente para que não haja engano nem das reivindicações sociais e, tampouco, da veracidade dos fatos. 
Acho que escolheram Zumbi dos Palmares como símbolo e referência heróica contra a escravidão dos negros. do “Dia da Consciência Negra” porque sua historia não deixa de ser um exemplo de como os escravos resistiram à opressão, cada um à sua maneira, mas Zumbi não foi nenhum herói nacional como mistificaram e a ideia de desmistificar personagens históricos, a meu ver, não é uma prática negativa. Idealizar o passado só dificulta que compreendamos o presente.



Nenhum comentário:

Postar um comentário