SOMOS QUEM QUEREMOS SER
O que importa não é o que a gente pensa, sente, diz. O que importa é o que a gente faz.
O que importa é como nos colocamos no mundo. O que importa é como a gente escolhe agir.
A linguagem é limitada, a vontade, vacilante.
As pessoas não sabem o que querem e o que sentem. Quando sabem, não conseguem articular verbalmente. Quando conseguiriam, não ousam, porque têm vergonha, porque querem agradar, porque pegaria mal, porque magoaria alguém.
Quem diz que ama brócolis mas nunca compra brócolis, nunca coloca brócolis no prato e, quando o prato vem com brócolis, não come... Essa pessoa não ama brócolis.
Talvez até sinceramente acredite que ama. Talvez esteja querendo amar. Mas não ama. Pelo menos, ainda não.
Aquilo ela faz (não comer brócolis) importa mais do que aquilo que ela diz ("amo brócolis!").
Tanto as pessoas judias quanto as ateias, tanto as feministas quanto as abolicionistas, parecem concordar em um ponto fundamental. Seremos julgadas por nossos atos. Nossa essência, nossa personalidade, nossa sexualidade, vão ser construídas por nossas ações: interagimos com o mundo através dos nossos atos.
Ninguém está lá muita interessada no que pensamos, no que sentimos, em nossa essência, em toda essa linda complexitude borbulhando dentro de nós.
O que importa é o que fazemos.
Não tenho escolha de ser quem eu sou, mas tenho escolha de agir como ajo.
O tratamento não é para mim, é para as outras pessoas.
Portanto conselhos como “seja você mesma” deve ser relativizado.
Mais importante do que sermos nós mesmas é sermos quem queremos ser.
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