É JUSTO VIVER? QUAL A SUA RELAÇÃO COM A MORTE?
Ok, a gente é jovem e vai viver para sempre. Até descobrir que isso não é verdade.
Também não dá nem pra definir quem é "jovem" e quem não é quando não se sabe o dia em que cada um irá morrer.
Independente da idade, cor, sexo, profissão ou classe social ela virá e não vai esperar você pentear os cabelos, nem nada para sair de mãos dadas com você!
Tem gente que não gosta de falar sobre a morte. Pensar na extinção da própria vida causa ojeriza – o que é compreensível, apesar de não fazer muito sentido temer algo que é inerente à vontade do homem e comum a todos.
Já comentei aqui em http://aautoimagem.blogspot.com.br/2015/03/tema-tabu.html que quando alguém tão próximo morre, fica intensamente escancarado que as pessoas morrem! A frase não é tão redundante assim, pois vivemos como se a morte literalmente não existisse. É como se precisássemos ver para crer, o que é extremamente limitado. Ainda que a morte seja tão óbvia, a ignoramos o tempo todo. É espantoso que aquilo que sempre foi implacável possa causar tanta confusão e desespero quando se apresenta: é como se nos pegássemos desprevenidos sobre algo que sempre soubemos de antemão.
Mas, se por um momento você conseguir deixar de lado este temor (ou seja lá o nome que você dê para isso que sente ao pensar na morte – em especial, na sua morte), sugiro que pense a esse respeito: Qual a sua relação com a morte?
Acredito que viveremos melhor quando a morte não for mais algo a temer.
Planejamos nossa vida a longo prazo porque somos incapazes de admitir que a morte pode estar mais perto do que se imagina, e se fossemos imortais, provavelmente nunca realizaríamos nada de grandioso em nossas vidas porque sempre deixaríamos tudo pra depois.
Penso que nosso temor vem da vida e não da morte. Vivemos inconscientemente a morte, quando deixamos passar oportunidades, sentimentos, pessoas, questionamentos. O que nos assombra é a morte que já vivemos, que traz com ela a consciência do pouco que nos resta - e não do que há por vir (disso, realmente não fazemos a menor idéia). Assim, quanto mais velhos ficamos, mais tememos o fim, pois quanto mais tempo vivemos, muito possivelmente, mais desperdiçamos. Sabe aquela velha história de que tem gente que só dá valor quando perde ou quando percebe que perdeu? Lembramos, num repente ímpar de lucidez, das coisas que deveríamos ter feito, dito, arriscado, pedido perdão, reconhecido, e não fizemos. O medo da morte, não é da morte em si, mas da vida: quando intimamente computamos, quanto tempo gastamos descansando, sem estar realmente cansados - não aproveitamos a cia das pessoas que não mais cruzaremos ou não estão mais disponíveis, não agradecemos o bem que nos fizeram e nem a ensinamos o que poderíamos, não conhecemos todos os lugares, dos quais estávamos tão perto e agora, passam a ser distantes.
Portanto a vida é justa sim, quando justificada pela ideia de fazer valer o tempo que temos, independente do nosso tempo cronológico nesse mundo. E por falar nisso, hoje é um bom dia pra aplicar isso na prática!
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