O PRAZER PRECISA ESTAR EMBUTIDO NA HISTÓRIA, SE NÃO NÃO HÁ COMO ADQUIRIR O HÁBITO.
Não sei, mas me parece que os exercícios físicos se transformaram numa forma moderna de punição. Um modelo onde só pessoas com capacidade quase masoquista conseguem tirar proveito do sofrimento, enquanto esperam o tão sonhado resultado.
Obviamente, existe um esforço necessário para sair da zona de conforto. Um movimento que precisa ser iniciado para conseguirmos dar sequência. O esforço em parceria da disciplina – capacidade de adiar a satisfação do resultado – são peças que nos ajudam a seguir.
Muitos falham frequentemente na busca de um estilo de vida mais saudável simplesmente porque estão fazendo algo que não dá o mínimo prazer. Definem suas atividades se baseando na realidade e vontade de outras pessoas. Por isso desistem logo adiante, e se perguntam como os outros conseguem.
Mas eu tenho uma boa notícia, não precisa ser assim.
Pense um pouco, por que precisamos correr 40 minutos para considerar que fez seu exercício aeróbio? Por que devemos fazer exatamente o que as outras pessoas estão fazendo para sentir que estamos no caminho certo? Por que simplesmente não fazemos algo que gostamos como forma de nos exercitar?
É muito difícil reconhecer e assumir que somos diferentes, temos outra necessidades e respondemos a incentivos de forma completamente diferentes. Temos nossas próprias vontades e formas de querer as coisas. Por que então não substituímos algumas atividades chatas por coisas que gostamos?
Para substituir algumas atividades, vamos entender um pouco como os exercícios funcionam. Quando corremos, por exemplo, o que estamos fazendo é aumentar a quantidade de vezes que nosso coração bate. Quanto maior a velocidade, mais rápido nosso coração bate, mais rápido ficamos cansados. Procuramos assim estabelecer um ritmo, mantendo o coração numa frequência que nos canse mas não nos impeça de continuar. Esse processo força nosso corpo a se adaptar ao esforço, nos tornando assim mais resistentes.
Compreendendo este conceito, qualquer atividade que siga essa mecânica terá um potencial de queima de gordura e melhora cardiovascular similar ao da corrida. Digo similar porque cada atividade tem sua particularidade, nenhuma delas é idêntica em sua execução e resultado total.
Eu particularmente vejo muito mais prazer na vida de uma pessoa que tem gosto de acordar 5h30 da manhã pra treinar antes do dia começar, pra se superar, bater um recorde pessoal, ou qualquer outra coisa, do que na vida daquela pessoa que leva tudo na barriga (e que barriga...), que vai toda hora pra balada, pro barzinho, pra sei lá onde, sempre atrás de euforia, de diversão, disso, daquilo, quando no fundo o que faz essa pessoa estar sempre atrás de estímulos, é falta de estímulo próprio. E uma pessoa nessa condição não tem mesmo como ter vontade de fazer outras coisas que não dêem resultado imediato, ela não cultiva a sua vontade. Aquelas "tentativas de entrar na academia" realmente, são pessoas indo atrás de algum discurso senso comum que elas ouviram em algum lugar, e que raramente vai pra frente. Num primeiro momento, olhando assim, parece que a pessoa que falha é uma coitadinha injustiçada por um mundo malvado de exercícios extenuantes, e não uma pessoa que cultivou uma vida no mínimo muito pior do que poderia ser, com pequenas decisões diárias deliberadas e acumuladas pelo tempo, e que precisa sim acordar pra vida (pelo menos enquanto a nossa vida depender de um corpo. Quando botarem nossos cérebros em robôs, daí todos os argumentos de "não gosto de mover meu corpo" passarão a fazer sentido).
Confesso a vocês que não há um dia sequer no qual não dá uma vontade de ficar embaixo da coberta de manhã ao invés de ir correr. Mas também não há um dia sequer no qual não volto com um grande sorriso no rosto após mais uma espetacular corrida.
Quem faz isso sabe do imenso prazer o qual tento descrever. Quem não captou a essência, recomendo que experimente pelo menos uma vez, que vá em busca da sua. Não irá se arrepender!
>>CONCLUINDO: A filosofia é assim... resultado sem stress, sem dor. Sem ultrapassar limites, mas sim empurrando limites cada vez mais longe. E isso acaba refletindo no preparo mental também.
Nenhum comentário:
Postar um comentário