A PIOR DESCULPA DA HUMANIDADE : "NÃO TIVE ESCOLHA"
O texto que segue é muito interessante, chama-se "Monumento a um jovem monolito", do André Dahmer.
E serve para fazermos uma autorreflexão. Essas palavras estão descrevendo em alguma medida a minha vida? Me tornei um monolito?
Se a resposta for sim, é hora de jogar tudo na mesa e reavaliar tudo de novo, colega, desmonolitizando.
TEXTO
Ao completar trinta anos, você ganhará os olhos duros dos sobreviventes. Só verá sua amada na parte da manhã e da noite, só encontrará seus pais de vinte em vinte dias. E quando seus velhos morrerem, você ganhará um dia de folga para soluçar e gritar que deveria ter ficado mais próximo deles. Sorria, você é um jovem monolito e a vida vai ser pedrada. O trabalho é uma grande cadeia e você sentirá muito alívio por ter um. A cadeia engrandece o homem, o sangue do dinheiro tem poder. Reze. Reze ajoelhado por uma carreira, dê a sua vida por ela. Viva como todo mundo vive, você não é melhor que ninguém. Porque o dinheiro move montanhas, o dinheiro é a igreja que lhe dará o céu. Sorria, você é um jovem monolito e o mundo é uma pedreira. Eles irão moer você todinho. De brinde, muitos domingos para chorar sua falta de tempo ou operar uma tendinite. Nas terríveis noites de domingo, beba. Beba para conseguir dormir e abraçar mais uma monstruosa segunda-feira. Aquela segunda-feira que deixa cacetes moles e xoxotas secas para sempre. A vida é uma grande seca, mas ninguém sente calor: Nas salas refrigeradas, seus colegas de trabalho fabricam informação e, frios, sonham com o dia dez do próximo mês. Você é o Babaca do Dia Dez, não há como mudar o seu próprio destino. Babaca que acorda assustado, porque ninguém deve atrasar mais de vinte e cinco minutos. Eles descontam em folha e você é refém da folha, do salário, do medo. Ninguém tem o direito de ser feliz, mas você ganhará a sua esmola de seis feriados por ano. E todos nós vamos enfrentar, juntos, um imenso engarrafamento até a praia. Para fingir que ainda estamos vivos. Para mostrar que ainda somos capazes de sentir prazer. Para tomar um porre de caipirinha sentado em uma cadeirinha de praia. É uma grande solução. E você ainda ganhará quinze dias de férias para consertar a persiana, pagar contas, fazer uma bateria de exames. Ninguém quer morrer do coração, ninguém quer viver de coração. Eu não duvido da sua capacidade de vencer: Lembre disso no primeiro divórcio, no primeiro infarto, no primeiro derrame.
*Você foi um monolito em 2014?
*Vai continuar sendo em 2015?
*Será que não existe mesmo outro jeito?
*Essa é a única maneira de viver?
*Sério?
*Pensa de novo!
***Vejam esse texto não é bem um "viva no mato e seja feliz" como pode ser interpretado. Entendo ele como uma reflexão sobre o que fazemos com nossas vidas. Quando questionamos se realmente fazemos o que queremos? Por que fazemos o que fazemos?
O que importa não é o que se faz, mas o porque se faz. Você pode até chegar a conclusão que é um monolito feliz...
Nesse sentido!
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