segunda-feira, 20 de maio de 2019

SER VOCÊ ENTRE OS IGUAIS

"CABEÇA FEITA"



Desaprender é mais importante do que aprender. Tudo porque a boca social começa, desde muito cedo, a encher as nossas cabeças com meias verdades e um outro tanto de mentiras inteiras. Esse discurso mentiroso que permeia todas as classes sociais e forma a opinião pública, é o "discurso do senso comum". Nenhuma novidade há em dizer que sob a pele das palavras sempre se esconderam interesses. Pudera, sem consciência de rebanho, não se pastoreiam ovelhas. Sabendo disso, o discurso do senso comum, cuida logo de "fazer nossas cabeças". Pretensioso, dá um jeito e explica a vida de uma forma tal para que nada mude na ordem social que o favorece.
Estando feitas as nossas cabeças, saímos por aí repetindo comportamentos e papagaiando tudo o que aprendemos. Quase sem perceber, vamos alimentando essa coisa de ficar imitando os outros, isso acontece em todos âmbitos de nossas vidas.
Pensa numa balada: se você olha ao seu redor. Todas as mulheres e homens parecem ter combinado o estilo de roupa que sairiam hoje. A ditadura da moda limita as pessoas a serem iguais. O motivador disso é simples: senso de pertencimento a algum grupo. Isso porque uma das maiores necessidades do ser humano é se sentir parte de algo, não importa o quê!
Isso tudo tem a ver com o “fazer parte do senso comum”. Sejamos redundantes: o senso comum é o comportamento dos iguais, o senso comum é o lugar de conforto, o senso comum é o aceito por todos.
Não fazer parte do senso comum é para poucos! Não fazer parte do senso comum é ter coragem de enfrentar os iguais, é não precisar pertencer ao grupo dos iguais…. E principalmente: é ter humildade de entender as limitações do outro.
Desaprender é sim mais importante do que aprender. A cabeça tão bem feita pela boca social precisa um dia ser desfeita. Caso contrário, ficaremos repetindo por aí clichês esclerosados. 
Outra opção não há. Ou desaprendemos a mentira ensinada e nos desfazemos da cabeça feita ou então... melhor é desistir dessa ideia de sermos, de alguma forma, nós mesmos.


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