domingo, 3 de novembro de 2024

"A SUBSTÂNCIA " é análise nada sutil da obsessão pela juventude

Já assistiram: "A SUBSTÂNCIA"? 📽🍿


Em 'A Substância' Demi Moore interpreta uma estrela de cinema decadente que comete o imperdoável pecado de envelhecer. É quase uma fábula, um conto de fadas sombrio, exagerado que começa apontando o dedo para os homens que transformam as mulheres em objetos, mas vai além, reserva tambem uma crítica especial às mulheres que se submetem a esses padrões, sacrificando sua natureza por mais alguns momentos como deusas.
Em sintese a protagonista é Demi more que interpreta Elisabeth, uma atriz premiada que deixou de ser sensação conforme as rugas começaram a aparecer. Para se manter nos holofotes, ela passou a apresentar um programa de ginástica. Quando chegou aos 50 anos seu chefe anunciou sua demissão. Num momento de desespero, Elisabeth decide experimentar “a substância”, droga ilegal que replica células para criar uma versão melhor e mais jovem de quem a utiliza.
Uma injeção misteriosa faz com que as costas de Elisabeth se abram e de lá saia sua cópia, Sue, uma mulher de 20 e poucos anos e corpo perfeito. As poucas instruções que acompanham “a substância” afirmam que as duas são a mesma pessoa e, por isso, não podem coexistir. Numa semana, Elisabeth vive sua vida e Sue fica desacordada no chão do banheiro; na semana seguinte, devem trocar de lugar. A réplica se candidata para apresentar o programa que era de Elisabeth, consegue o emprego, alucina o dono da emissora e voa em direção ao estrelato.
O problema surge quando a versăo nova, Sue, passa a viver sua vida como se Elisabeth não existisse, desrespeitando o período de 7 dias que cabia a cada uma.

A clone aproveita todo o sucesso, a fama, e a bajulação que recebe, assim como imagino que Elisabeth tenha feito em sua juventude já que são a mesma personalidade. Daí o filme vai se desenrolando no "mais é mais" kkkkkkk. O fim é bizarro, mas dentro do contexto, toda coisa faz sentido em se tratando de uma metáfora da busca da beleza e juventude eternas e tudo que isso implica. O filme é uma caricatura, uma alegoria sobre os perigos da obsessão pela perfeição física. Diria que a função foi dizer o obvio com letras garrafas e ainda sublinhar de caneta vermelha: Da sensação de algumas mulheres de que nunca se é boa o suficiente, bonita o suficiente, magra o suficiente, jovem o suficiente e do ódio que têm de si mesmas a ponto de recorrer a medidas extremas para ter de volta juventude e beleza. Afinal quantas mulheres tem se submetido a tratamentos estéticos com pessoas não qualificadas, ou utilizando medicamentos e intervenções sem nenhuma evidência cientifica, sofrendo inúmeros efeitos colaterais, prejuízos à sua saúde, mutilações, ou mesmo morte, ao se deixarem seduzir pelas promessas de efeitos milagrosos? Elisabeth é apenas uma representação delas, agindo por impulso, desespero, e cedendo à sedução de que ela estava pronta para receber um tratamento experimental, mas muito especial!
"A Substância" nos convida a questionar até que ponto vale a pena lutar com a passagem inevitável do tempo 🤔

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