sexta-feira, 21 de setembro de 2018

EFÊMERA

A VIDA É UMA SURPRESA COM DATA DE CHEGADA E DE PARTIDA




Efêmera. Assim é ela: a vida. Um dia nascemos e temos toda a vida pela frente e em um piscar de olhos, ela passa. O tempo é um mistério que nos acompanha em cada dia. O tempo é esse mistério que fingimos conhecer. O tempo é esse tal TIC TAC que resolvemos contabilizar a fim de dominá-lo. São 365 dias. São 24 horas. São 60 segundos por minuto. São contas, são números, o tempo foi cronometrado para que não pudesse nos escapar. Mais um erro do ser humano, não há como controlar o que mal entendemos.
O tempo corre. O tempo é senhor de si. A vida é esse fascinante espaço entre nosso primeiro suspiro e o último. É indomável! A vida é essa surpresa com data de chegada e data de partida. Ambas datas que tentamos definir, mas não podemos. Queremos planejar o início de uma vida. Queremos adiar o findar de uma vida. Ainda não aprendemos a amar o tempo. Ainda não lidamos com as peças que ele nos prega. 
Nos vemos perdidos quando catástrofes ou desastres nos acometem. Queremos entender. Queremos justificar. Queremos saber o porquê. Queremos pensar como poderia ter sido. 
Sentir o hoje, Sentir a brevidade da existência. Sentir os encontros e desencontros. 
Nesse tempo incontestável que nos é dado, só nos resta vivê-lo em plenitude. Cada instante é um milagre. O presente é o que temos. Seja de sonhos ou pesadelos. É onde devemos estar por inteiro. É dedicar-se a dar o melhor de você hoje. É compromisso inadiável. O tempo nos é escasso pelos limites que demos a ele, esquecendo assim seu caráter infindável. Reduzimos o infinito à horas. Reduzimos à dias. Reduzir à meses e anos.
E quando a vida nos sacode encontramos o que jogamos no esquecimento. Encontramos a vontade de ser, se sentir. Nos resignamos com a dor. Repensamos aquilo que fugimos pensar: a nossa finitude. Fim dos dias, fim de ciclos, fim de uma jornada. Fins que nos são inevitáveis. Fins que lembram que só temos o hoje para amar. Todo dia é uma nascer e morrer em nós. É como diz o mestre Lenine: “Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma Até quando o corpo pede um pouco mais de alma Eu sei, a vida é tão rara (a vida não para não...a vida não para)”



Nenhum comentário:

Postar um comentário