quinta-feira, 6 de setembro de 2018

SILÊNCIO TAMBÉM É RESPOSTA

QUANDO A PALAVRA SE TORNA ESTÉRIL




Acredito veementemente no poder das palavras. Palavras, como diria o professor do filme "Sociedade dos poetas mortos", podem mudar o mundo. Palavras aconchegam, consolam, ensinam, inspiram, motivam, mas também esfolam a alma , a rasgam em mil pedações, geram traumas incuráveis, se materializam nos piores pesadelos que sonhamos acordados. Amo e temo as palavras em medidas quase iguais.
Porém, a vida que nos arrasta numa sequência tragicômica de experiências variadas vai nos mostrando que algumas atitudes não merecem respostas e que a melhor resposta é o silêncio.
O silêncio também é a melhor resposta para a hipocrisia, para aqueles que  vivem fingindo, que na realidade só querem representar ou simplesmente tirar algum proveito de qualquer coisa.
Devemos responder a quem nos questiona seriamente, a quem espera realmente uma resposta de nós. A quem se interessa pelo nosso ponto de vista ou simplesmente deseja entendê-lo, independente de concordar ou não com ele. Devemos responder a quem agrega valor à nossa fala. Quem apenas quer insultar e não apresenta a menor abertura para ouvir o que difere minimamente da sua opinião, não merece uma resposta. Mais do que isso. Esta pessoa não quer uma resposta.
Sim, muitas vezes o silêncio é a mais eficaz resposta, pois o silêncio representa a desistência, o abandono. Paramos de discutir com alguém quando descobrimos que não vale a pena, tanto a discussão em si como a pessoa em questão. Paramos de trocar ideias quando sentimos que nada do que falarmos vai resolver as pendências intelectuais e/ou afetivas. Paramos de usar as palavras quando percebemos que elas perderam a capacidade de transformar naquele contexto. Onde reinam a intolerância, a palavra se torna semente estéril.
Como dizer algo para quem não está escutando com o coração e a mente aberta? Como dizer algo para quem já decidiu de antemão odiar tudo o que vem de você? 
Sim, às vezes o silêncio é a melhor resposta. É a que responde melhor à indagação do outro. É que nos poupa dos mais inúteis dissabores.




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