terça-feira, 6 de junho de 2017

MERGULHE NO SEU MUNDO

NOSSAS VERDADES CORREM TODAS AO NOSSO ENCONTRO


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Deveríamos ser estimulados a entender melhor os nossos sentimentos e quem realmente somos, a fim de encontramos o nosso lugar no mundo.
Tudo conspira para não nos conhecermos: a família, a escola, a igreja, a sociedade de um modo geral. Obviamente, existem famílias mais liberais e escolas mais libertárias, mas na maioria dos casos somos empurrados a fazer o que deve ser feito, sem grandes questionamentos, como se determinadas ações fossem naturais e fugir delas fosse anormal. 
Deveríamos ser estimulados a se olhar desde cedo e não quando estamos no fundo do poço. As escolas deveriam oferecer palestras e atividades que convidassem as crianças e jovens a mergulharem dentro de si. O processo educacional deveria considerar mais a individualidade. E quando me refiro a processo educacional, falo da escola e da família, que conjuntamente preparam a criança para atuar no mundo.
Somos preparados para cumprir leis de mercado, mas não para cumprir as nossas aspirações. Não é à toa que esbarramos em tantas pessoas inteligentes, cheias de habilidades, mas que se desconhecem quase que completamente.  Infelizmente a sociedade rejeita o pensamento abstrato e tudo aquilo que num primeiro momento não seja absolutamente útil para fazer a manutenção dos valores mercantilistas da sociedade.
Se as pessoas se analisassem mais, não ouviríamos com tanta frequência frases do gênero: “Todo mundo faz”, “Eu fiz o que me ensinaram”, “Eu segui o caminho dos meus pais”, “ Fiz ou deixei de fazer algo por culpa da sociedade que é muito preconceituosa”, “Segui tal carreira porque me disseram que era melhor”.
Não se conhecer é o caminho mais curto para atribuirmos ao outro a responsabilidade das nossas escolhas. Vamos analisar frase a frase?
Todo mundo faz. Ok. Se todo mundo começar a enfiar a cabeça no vaso sanitário, você também enfiará? Você é você . Você não é todo mundo. Devemos falar em primeira pessoa.
Eu fiz o que me ensinaram. Ok. É natural seguirmos os caminhos indicados e muitas vezes eles são realmente ótimos. Mas antes de dizer sim ou não, temos o dever de analisar o que é melhor para nós. O mesmo vale para a frase “Eu segui o caminho dos meus pais”. Fiz ou deixei de fazer algo por culpa da sociedade que é muito preconceituosa. Ok. A sociedade é realmente muito preconceituosa, mas deixar de viver a sua vida tornará a sociedade cada vez mais preconceituosa. “Segui tal carreira porque me disseram que era melhor”. Quem precisará passar anos exercendo aquela profissão não é a pessoa que disse que aquela carreira era a melhor. É você.
Creio que esta falta de incentivo ao autoconhecimento está relacionada à necessidade de manter as pessoas na "linha".
Não é à toa que a maioria das pessoas passa a vida sem descobrir a sua vocação. Não é à toa que muitas pessoas vivem casamentos desastrosos, possuem relações dificílimas com seus entes mais queridos. Não é à toa, que muitas vezes não conhecem a si mesmas e lutam desesperadamente por tudo aquilo que as fará mais infelizes. Projetamos nossos medos nos outros. Agredimos gratuitamente para esbofetear as nossas culpas. Nos fechamos para o amor porque nos ensinaram que o amor é doloroso. Nos acostumamos com o intolerável porque nos disseram que ser humilhado faz parte da vida. Enterramos os nossos sonhos, a nossa inventividade, o nosso gosto por correr riscos, a nossa alegria infantil porque nos ensinaram que adultos são tristes, não sonham nem acreditam.
O tamanho das nossas escolhas e a intensidade da nossa vida estão diretamente relacionadas ao quanto sabemos sobre nós. Mesmo que não queiramos ver, mesmo que não queiramos entender, nossas verdades correm todas ao nosso encontro, ofegantes, sorrindo, chorando, esperneando. Até assumirmos que precisamos ser nós mesmos.


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