quinta-feira, 7 de julho de 2016

VIVER É PARA OS FORTES

O QUE PRODUZ FELICIDADE TEM POTENCIAL DE PRODUZIR TRISTEZA NA MESMA MEDIDA


Todas as suas reações, seu sofrimento e toda a experiência de ser miserável, têm sido nada mais do que uma sequência de histórias.
Um homem é perseguido por um fantasma, até que ele não consegue mais correr e desiste. Ele olha para o assustador fantasma e chora ‘Eu não posso mais correr, o que devo fazer?’. O fantasma diz: ‘Como eu deveria saber? Este sonho é seu!’
Quando temos uma relação torta ou viciada com alguém, ainda que seja só um traço de desconforto (por uma ou outra coisa que um dia a pessoa nos disse), toda vez que a pessoa surge em nosso pensamento, toda vez que ouvimos seu nome ou vemos sua foto, eis um momento de perturbação. Com isso, são centenas de pessoas com o poder de nos desequilibrar, ainda que de modo bem sutil, quase imperceptível. Como é que alguém será feliz nessa situação? Não tem como.
Às vezes nos achamos muito espertos de manter uma visão negativa do outro, como se estivéssemos nos protegendo de um futuro ataque. Mas dar nascimento inferior ao outro significa colocá-lo em uma região fria e escura em nossa mente – e isso significa manter esse cubículo trancado e andar por aí com uma mente estreita e contraída. Ao aprisionar os outros, nos tornamos a própria prisão.
É incrível ver o quanto a proximidade entre as pessoas — das coisas mais intensas e mobilizadoras — eventualmente pode produzir sofrimento, ou seja, aquilo que hoje produz felicidade para nós é algo que mais adiante tem o potencial de produzir sofrimento. Por quê? Porque a felicidade vem sob a condição de uma certa configuração. Quando essa configuração se rompe, justo porque aquilo produzia felicidade, aquilo começa a produzir sofrimento. Na exata medida.
Em resumo: viver é para os forte.

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