UM SENTIMENTO DE INDIGNIDADE PESSOAL
A culpa é o cara que bate na sua porta e entra mesmo que você acredite que não o convidou para a festa da vida.
Quando esta não é bem elaborada, compreendida e ‘arquivada’ como uma experiência de aprendizado, pode gerar resultados negativos bem expressivos como a autopunição – psicológica e/ou física, e ciclos repetitivos de fracassos (a regra é clara: toda culpa pede punição!), dando origem até a quadros depressivos.
É interessante salientar a amargura que esse sentimento traz consigo, seja este sentimento consciente ou inconsciente, pois há na culpa um custo emocional nocivo ao próprio indivíduo. A culpa é um sentimento resultante da ‘briga’ entre o Ego (o que você quis fazer e fez) e o Superego (o que as regras sociais e morais ditam que você deveria ter feito mas você não quis fazer) como já disse consciente ou não. Sim meus caros leitores, existe a culpa inconsciente.
A culpa costuma vir da transgressão das regras absorvidas de uma cultura pelo ciclo de pessoas significativas que fizeram parte da sua formação. Seu pai aprendeu com o pai dele, reformulou ao seu modo e repassou a você que vai absorver ao seu modo e repassar aos demais e assim por diante. É um grande telefone sem fio de gente “cagando regras” para o bem viver, desculpa o palavreado.
O estabelecimento das regras nada mais é que a dupla ‘certo e errado’, funcionam como grandes geradores do sentimento de culpa.
Quando a experiência emocional da culpa não é devidamente questionada, compreendida e eliminada, ela continuará latente e irá refletir em diversas áreas da vida do sujeito de modo autodestrutivo, chamando o seu grande amigo: punição. E assim, se inicia a trajetória do ciclo vicioso da culpa que se estenderá por período indeterminado. O ciclo da culpa é como que uma “fuga” interminável, não dá descanso, não orienta, não permite a reestruturação.
A vergonha vem antes da culpa, que é um sentimento ruim que o indivíduo tem sozinho quando ninguém observa e quando tudo está quieto, exceto a voz lá dentro. A vergonha é passageira, a culpa é duradoura.
Veja: sentir-se culpado não implica necessariamente reconhecimento daquilo que foi registrado pelo sujeito como um erro praticado. Arrogância e orgulho, por exemplo, são mestres na arte de sufocar o tão simples “eu errei”.
Agora, vale lembrar também das sábias do mestre Jung: quem sempre culpa “o outro” por seus problemas não conhece a própria sombra.
Não se esqueça que a vida com a sua sabedoria singular funciona como uma espécie de bumerangue: tudo o que vai, volta. E "dói" pra caramba.
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