TÔ TIRANDO TODO PESO
Ser combativo é uma atitude necessária, meus aplausos para quem tem disposição para o enfrentamento, eu apenas me limito, quando necessário, a me posicionar para impedir erros de interpretação a respeito do que eu digo, sou ou faço, porque quem cala consente, fora isso, já deixei de dá murro em ponta de faca, troquei de estratégia. Hoje dispenso ataques virulentos ou quixotescos, funciona também e desgasta menos.
Na esfera privada, apenas procuro estimular ou inspirar, mas não tento mais fazer ninguém mudar de ideia. Desisti de trazer para perto quem prefere ficar afastado. Não crio ilusão de que o que ainda não funcionou um dia funcionará. Não me fixo mais nos defeitos dos outros. Procuro ter paciência pra não perder a cabeça quando ouço sandices (antes tinha vontade de sacudir a pessoa como se fosse um boneco de pano). Há muito já não espero favores, elogios ou reconhecimento. Não fico em estado de alerta para flagrar quando pisam na bola comigo, percebo quando pisam, mas procuro não me estressar com isso. Nem sempre consigo ser tão generosa, mas tento. E por fim não esquento, não por ser uma santa, mas porque dá menos trabalho.
Lei do menor esforço e com resultados práticos muito favoráveis.
Agora escolho os caminhos menos tortuosos e as parcerias mais afetivas, sinceras e disponíveis. Digo não com a mesma facilidade que digo sim, aliás isso pra mim nunca foi uma dificuldade. Procuro ser 100% honesta em relação aquilo que é importante pra mim, deixei de servir àquilo que não é. Tolerar dificuldades? Só as que gerem algo positivo mais à frente. Cumpro tudo que eu exigiria dos outros se ainda tivesse disposição pra fazer exigências. Agora só exijo de mim, e mesmo assim, pouco.
A minha porção punk existe, mas tenho educação pra não ficar exibindo por aí. A minha parte sinistra restrinjo aos meus pensamentos secretos. Sou do contra só contra mim. A briga é interna e não muito violenta, meus dramas são inimigos adestrados.
No mais sigo a favor da maré. Falo com clareza, faço escolhas condizentes com quem sou e facilito o que posso. Talvez, para alguns, uma vida sem tormentas diárias produza um vazio insuportável de superar. Cada um, cada qual. Eu joguei a toalha: tô tirando todo o peso.
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