O COMBINADO NUNCA SAI CARO
Onde mora a liberdade nos relacionamentos? Até onde vai minha liberdade quando encosto tão pertinho na liberdade de outra pessoa? Falo de amigo, pai, mãe, aquela pessoa que divide a casa, irmão, funcionários, avós. Não só as relações amorosas estão sob o crivo da liberdade, é claro, mas são elas que trazem consigo contratos mais amarrados, mais impostos.
E por que são justamente as relações amorosas, estas que deveriam estar inundadas de espaço, as que mais sofrem com essa impiedosa escravidão?
A fixação é o cemitério do amor, já sabemos. No entanto, a tendência para a liberdade necessita, como sempre, de determinar o limite desse conceito.
Primeiramente aos livros: O conceito de liberdade atravessa toda a história da filosofia, da Grécia antiga aos dias de hoje. Lá, ser livre significava ser mestre de si mesmo, ter domínio sobre suas ações.
Para Rousseau, a liberdade é um atributo humano por excelência. O homem seria livre na medida em que a natureza dita os impulsos e que nos reconhecemos livres para concordar ou resistir. Já em Sartre a liberdade chega ao campo transcendental como possibilidade única da existência: estamos condenados a ser livres.
Ok, tudo muito bom, tudo muito lindo. Mas e quando falamos de liberdade dentro de um contexto amoroso?
Você não é livre quando vive um relacionamento em que a sua liberdade não abraça (e respeita) a liberdade do outro. Ao aniquilar a possibilidade de liberdade do outro você é só um egoísta querendo tirar vantagem.
Não, você não está sendo uma pessoa descolada se o seu relacionamento aberto ainda é unilateral. Não importa o tipo de relação nem quantas pessoas estão envolvidas, é preciso que a liberdade venha sustentar os acordos estabelecidos espontaneamente entre as partes afetivas.
Não pretendo impor uma opinião sobre esse assunto mas posso dizer com toda a certeza: a liberdade não mora fixamente em lugar algum. Ela vive, flutua, flui. E, quando passa a ser compartilhada com outra pessoa requer conversas e combinações pacíficas.
Em casos de duvida é só lembrar: o combinado nunca sai caro.
Em casos de duvida é só lembrar: o combinado nunca sai caro.
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