sexta-feira, 16 de março de 2018

MORRENDO DE MORTE MATADA

ESTÁ ARMADO O CENÁRIO DA TRAGÉDIA DA VIDA REAL COTIDIANA



O grande paradoxo: 
1-tese-nenhum criminoso é "culpado" pelo crime que comete e sim a "sociedade" opressora e excludente.  
2-antítese- mas a violência tá um horror, precisamos fazer alguma coisa.
3-síntese-ferrou...

Talvez um dia o país pare de se preocupar com cor, gênero, ideologia, classe social e profissão das suas vítimas assassinadas. Talvez um dia, nos lembraremos de punir os criminosos, e não de dar-lhes cada vez mais e mais direitos. Talvez um dia, por fim, entenderemos que apoiar a polícia é melhor que demonizá-la, e que não há bandido bom. Ainda que morto.
Alguém se lembra de um garotinho chamado João Hélio? Uma figurinha que, com apenas seis anos de idade — hoje estaria um rapaz — foi arrastado por um carro, por seis quilômetros, até cair morto, desfigurado?
Marielle Franco, sinto muito em dizer isso, será apenas mais um João Hélio. Aguardem alguns dias, talvez meses e pronto. A comoção de hoje estará devidamente arquivada, ao lado de tantas outras, no vasto armário das tragédias brasileiras.
Toda vez que morre de morte matada um professor, jornalista, mulher ou advogado, só consigo pensar no grande paradoxo que tomou conta do país: 1-tese-nenhum criminoso é "culpado" pelo crime que comete e sim a "sociedade" opressora e excludente. 2-antítese- mas a violência tá um horror, precisamos fazer alguma coisa. 3-síntese-ferrou...
Ao ver juízes do Supremo com carinhas de choro, clamando por menos violência — os mesmos que em breve talvez venham a decidir que ninguém poderá ser preso após condenação de segunda instância, apenas para poder livrar o ex-presidente Lula da cadeia; os mesmos que acabaram de colocar não sei quantas mil criminosas presas nas ruas, por ser mães com filhos menores em casa, como a esposa de Sérgio Cabral; os mesmos que concederam a liberdade provisória que o ex-goleiro Bruno chegou a ter…
Ao ver absolutamente todos os políticos e partidos de esquerda fazendo proselitismo político sobre o cadáver da vereadora — os mesmos que são sistematicamente contra o agravamento da lei; que costumam fazer apologia ao crime praticados por menores, por mais hediondos que sejam; que berram todos os dias contra a polícia; que demonizam as Forças Armadas…
Ao ver essa pregação repugnante da divisão da sociedade entre homens e mulheres, pretos e brancos, pobres e ricos — E dos que querem a legalização das drogas; que insurgem-se contra a polícia a cada morte de traficante; que soltam pombinhas brancas na praia, enquanto financiam o tráfico com o consumo desenfreado de drogas…
Ao ver sempre a suspeita recair sobre a Polícia, sobre o Exército e ao ver, ou melhor, ao não ver, absolutamente ninguém culpar os assassinos, os traficantes, os sequestradores, os estupradores e afins…
Ao ver a mulher, ou a negra, ou a favelada, ou a homossexual, ou a militante ser citada como se outros mortos homens, brancos, ricos, heteros e não-militantes merecessem viver menos…
Ao ver um motorista, pai de uma criança de um ano, igualmente executado tornar-se mero coadjuvante, já que um não-militante de esquerda…
Ao ver tudo isso, meus amigos, é o que me dá a certeza de que Marielle Franco tornar-se-á, em breve, mais um João Hélio, em alguns dias, será mera estatística.
E após ela, um outro, um outro e um outro… até que a morte nos separe e a ladainha hipócrita recomece outra vez.


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