A ROTINA COLOCA TUDO EM SEUS DEVIDOS LUGARES MOSTRANDO QUEM É QUEM
Como diria o dramaturgo Nelson Rodrigues, o dia a dia é o abismo do amor , pois por meio da convivência vamos desnudando os defeitos do outro e o outro vai desnudando os nossos.
Obviamente , que com a rotina também vem à tona o nosso eu mais autêntico, aquele que é capaz de renunciar pelo outro. Obviamente , a rotina também traz as nossas grandezas. No lugar das máscaras sociais e dos jogos de sedução, entram a nossa capacidade de adaptação, a nossa disponibilidade para tentar fazer dar certo. Enfim, tudo é jogado na mesa: o nosso melhor e o nosso pior. A convivência destroça os meios termos.
Por tal motivo, só podemos dizer realmente se amamos alguém quando nos acostumamos com a sua presença. Quando nos sentimos confortáveis ao lado desta pessoa. Quando somos capazes de fazer sacrifícios pela relação, mas sem sentir que tais ações são um peso. Quando passamos a perceber claramente os defeitos, mas as qualidades positivas continuam pesando mais para nós.
Quando entendemos que como qualquer outra pessoa, o parceiro apresenta teclas quebradas, mas que não vale a pena ficar citando-as o tempo todo. Quando a gente compreende que nem tudo o que acontece na vida do parceiro diz respeito a nós e nem tudo que acontece a nós diz respeito ao parceiro. Que mesmo amando e sendo amado, somos seres individuais. Só pessoas inteiras podem formar casais que fazem a diferença na vida um do outro.
Se a rotina traz as nossas manias mais chatas à tona, a nossa face mais patética, por outro lado, a rotina faz uma baita prova dos nove: ela mostra quem realmente combina com a gente. Ela mostra que um look bonito é muito bom e chamativo, mas que nenhuma relação dura à base de caras e bocas, poses sensuais, palavras melosas . Se não houver diversas compatibilidades , a relação cai por terra como um castelinho de areia ou cartas. Se o casal não tiver afinidade afetiva e intelectual, não adianta fazer joguinhos , fazer ciúmes, fazer cena, fazer média, criar estratégias para chamar a atenção. A rotina não tolera farsas, amores inventados, entregas medianas e superficiais. A rotina coloca tudo nos seus devidos lugares, mostrando quem é quem.
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