SE HÁ UM MUNDO ENCANTADO PARA O QUAL EU ME MUDARIA, SERIA, SEM DÚVIDAS, O PAÍS DAS MARAVILHAS...
E então sem deixar carta de despedida ou testamento, a inocência morre. Vai sem razão aparente, e leva parte de uma felicidade que jamais retorna. Leva embora o desejo de que nossos pais vivam para sempre. Traz à tona, sem aviso prévio, a verdade de que nem todas as pessoas são iguais, e que mundo nenhum é perfeito.
Adão foi banido de um talvez metafórico paraíso depois de ter comido a maça. Passou a enxergar a vida como ela é, e então tudo mudou. Temos que achar uma válvula de escape qualquer depois que descobrimos que as nuvens não são feitas de algodão, que não era Papai Noel que dava os presentes e que o velho do saco (na verdade era um sofrido morador de rua) não dá a mínima se você comeu ou não a quantidade de comida que sua mãe achava adequada. Confesso a vocês que enfrentar o mundo depois que a inocência se vai não é tarefa fácil. Somente com saídas regulares da criança interior, uma dose de autoilusão e uma fechada de olhos e ouvidos, para não carregar consigo todo o sofrimento do mundo.
Não adianta falarmos sobre todas as nossas desgraças, tudo o que se ganha é a pena alheia. Na mesma proporção em que a vida bate, ela ensina. A cada tombo, podemos escolher entre nos tornar mais sábios ou mais revoltados e desistir é opção de via única e sem retorno.
Precisamos continuar, criando novos e bons momentos que nos tragam algum propósito. Criar novas impressões, para que tenhamos lembranças que não machuquem quando a vida vier e levar tudo embora novamente.
Algumas vezes queremos fechar nossos olhos na esperança de sermos crianças outra vez. Mas somos adultos e estamos sozinhos, aprendemos a limpar o rosto e levantar.
Pois é, ninguém nos prometeu que na vida não teríamos aflições ou que viver nesse mundo seria como num palco divertido e fascinante ...Sinto dizer!
ROSANE
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