SOBRE ADMITIR O FIM E SEGUIR...
Pessoas vem e vão, um ciclo natural.
Não nascemos grudados e não somos donos de ninguém. Isso é fato, mas noto que há muita dificuldade em largar um relacionamento em paz e seguir a diante sem sequelas. Noto que há em nós muita resistência em admitir nossas perdas de uma maneira geral e a perda pelo fim de um relacionamento não é diferente.
Num dado momento percebemos que não sobrou mais alternativa alguma. Todas as esperanças se esgotaram.
Diante de nós um passado cada vez mais distante e uma estrada a se percorrer.
Somos habituados a enxergar os acontecimentos da vida como se estivéssemos dentro de um jogo. Seguimos uma lógica dualista, bem e mal, ganhar ou perder. Lógica responsável por grande parte das aflições que nos atingem. Some a isto uma boa dose de carência e temos uma bomba de sofrimento, prestes a explodir, diante de qualquer instabilidade.
Por acreditarmos num ideal de felicidade eterna, seguimos repetindo erros, tapando buracos, administrando dor e confusão em pequenas doses semanais. Ficamos dentro da prisão sob a condição de poder aprisionar o outro também. Tentamos evitar que a felicidade escorregue pelos dedos. Obcecada nesse processo, somos ingênuos a ponto de acreditar que basta resgatar determinadas condições para cessar a dor.
Claro, parece muito lógico. Se antes eu estava feliz e agora que ele me deixou eu sofro, evidentemente, se conseguir reestabelecer a relação, voltarei a ser feliz. O problema que a lógica deixa escapar é o fato de que tudo, invariavelmente, muda. Mesmo trazendo a pessoa de volta ao seu convívio, a bomba permanecerá ali, tiquetaqueando, esperando uma oscilação para explodir novamente, por isso acredito que não adianta querer reconstruir algo depois que tudo já foi posto abaixo, devemos fazer a manutenção diária. De tudo, se isso não for possivel, melhor admitir o fim e seguir em paz... RECOMEÇAR >
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