O VELHO... É O OUTRO... RESPEITAR O VELHO, OU O "OUTRO" É RESPEITAR A SI MESMO
Quem tem medo de envelhecer? Para que servem coisas velhas? Essa pergunta, que parece ingênua, é carregada de um horror surgido na época atual, com tanto avanços tecnológicos e científicos, no qual tudo fica ultrapassado e sempre tem algo melhor e mais novo para substituir.
Minha reflexão a respeito do tema fizeram-me perceber que não é apenas um 'manter-se atualizado' que as pessoas buscam, tentamos evitar o horror que sentimos ao saber da brevidade da nossa existência. Será que temos que ter medo da velhice? Fazer a pergunta é reconhecer implicitamente a existência de um temor. Como não ter medo de algo que tem parentesco com a morte? O envelhecer sublinha nossa temporalidade. Então, para prevenir do drama a todo entendedor que procure aí sua salvação, damos a entender que o envelhecimento apenas diz respeito ao velho, e como, de todo modo o velho... é o outro...! Estamos fora das ameaças do tempo.
O envelhecer significa a aproximação da morte, do fim da existência, aonde tudo termina e não tem mais volta... por isso o velho sempre é o outro. O horror que sentimos pelo envelhecimento é o medo de morrer, de se tornar tão repugnante quanto o outro que fica cego, surdo, 'gagá', etc... 'Que horror se isso acontecer!' Mas todos envelhecem, é inevitável (a não ser quem morre cedo demais... por motivos diversos), então o que fazer? Deixar o tempo passar ficar velho e receber o preconceito dos mais jovens? Não!!!
Não podemos esquecer que os avanços científicos e tecnológicos também ajudaram a prolongar mais a vida; mas não apenas isso, contribuiram também para a qualidade de vida dos mais velhos, retirando-o do confronto frontal com o 'outro absoluto' que é a morte, capaz então de protegê-lo um pouco mais da depressão, da paranóia e da mania.
Portanto devemos redimensionar a nossa forma de pensar/agir referentes ao envelhecer. Devemos refletir mais sobre nossa concepção de mundo e de homem, tentando evitar o pensamento que a tecnologia impõe de que o novo substitui o velho e que o velho não serve para nada mais. Incentivando cada vez mais os idosos a praticarem atividades voltadas para a terceira idade, a fim de melhorar a qualidade de vida dessa nossa população. Respeitar o velho ou o "outro" é respeitar a si mesmo e significa exercer cidadania.
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