quarta-feira, 15 de março de 2017

O PSEUDO-SUCESSO

A NECESSIDADE DE SE MOSTRAR BEM É COMPREENSÍVEL, MAS POUCO CONSTRUTIVA


Resultado de imagem para pseudo sucesso

A extrema exposição das pessoas nas redes sociais é uma coisa que me leva a refletir sobre essa necessidade do Homem em ser admirado, em ser consagrado. Despertar a admiração alheia parece uma obrigação. A vida, em si, prega isso: faça sucesso, ganhe dinheiro, seja invejado ou serás um completo perdedor.
Nas redes sociais o indivíduo comum se torna figura pública ao expor suas experiências. Busca-se o olhar do outro, as redes seduzem o indivíduo para a exposição de sua privacidade, que se transforma num espetáculo.
É certo que ninguém é uma ilha, mas precisamos supor alguns princípios ao demandarmos reconhecimento. É muita queimação de filme postar qualquer coisa nas redes sociais, pior é quando a pessoa perde a mão e tudo que ela coloca ali é para com o intuito de chamar a atenção. Em tempos de consumo barato, o estilo de vida da Revista Caras virou referencial para as novas gerações. Qualquer atitude justifica quinze segundos de fama. Há um desespero para ser alguém nas redes.  Em tempos onde é possível comprar uma bunda nova e onde todo mundo pode atingir um certo padrão de beleza, em tempos de pasteurização da imagem, todos estão olhando para si mesmos e cada um querendo chamar mais atenção para seu umbigo. Se estão todos olhando para si ninguém é capaz de reconhecer nada no outro. É a incompletude que nos vincula ao outro. Esse pedaço de amor que carecemos, ninguém poderá suprir. Só a amizade e a cumplicidade poderão nos confortar. Na ausência desses valores cada um se vira como pode. Algumas pessoas investem tanto no amor próprio que sentem a necessidade de mostrar isso aos demais, colocando diversas fotos nas redes sociais, juntamente a legendas que esbocem esse amor e incentivem as outras pessoas a partilhar deste sentimento. Certas vezes eu me sinto em um mundo paralelo, onde tudo é 8 ou 80…
A necessidade de se mostrar bem é compreensível, mas pouco construtiva.
Parece que sempre que algo diferente acontece a primeira coisa que passa na cabeça é: preciso anunciar isso! É aí que mora o perigo, porque “Qual é a graça de ter as coisas se não mostrarmos para ninguém? Qual a graça de ficar feliz, viajar e fazer tudo isso em segredo??” Pronto, você que pensou isso já está dominado pelo ciclo do mal e será difícil te arrancar daí.
Esse sentimento, essa obrigação que a própria sociedade nos impõe, traz outro problema. Acabamos nos afastando do que realmente queremos para nós mesmos. Nós passamos a nos preocupar em mostrar, para ser alguém a ser admirado quando o que verdadeiramente importa é conquistarmos nossa própria admiração. O sentido da vida é estar satisfeito consigo mesmo, a maioria se deixa de lado e passam a seguir o caminho da admiração pública. Do pseudo-sucesso. E a felicidade desse caminho jamais será completa. 
Parece utópico o pensamento de seguir sem se preocupar com o que a sociedade pensa de você, com a turma que se ocupa em cobrar dos outros o sucesso não alcançado por si mesmo.
Infelizmente, não vejo solução para isso. Apenas descrevo essa reflexão por meio deste post, o que me ajuda a ser  menos influenciável.


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