terça-feira, 21 de março de 2017

SE IMPORTAR É TRAZER CONSIGO

DAR IMPORTÂNCIA A ALGO É DAR-LHE UM “PARA SEMPRE” DENTRO DE NÓS


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No apressado ritmo que rege nossos dias, não são raras as vezes em que nos sentimos confusos a respeito do que merece nossa atenção e tempo e, frequentemente, confundimos o urgente e o importante. Mas para além dos compromissos diários, vale lembrar que dar importância não requer esforços hercúleos. Importante vem do latim, e originalmente significa "trazer consigo".
Importante mesmo nem sempre é aquilo que ocupa nosso pensamento a maior parte do dia, nem sempre é aquilo que priorizamos. Os ponteiros do mundo pós-moderno nos dizem aquilo que repetia o Coelho Branco para si mesmo e para Alice: É tarde! Logo, o mais importante pode ser muitas vezes o que parecemos esquecer.
E parecemos esquecer porque as “coisas” (entre aspas, porque raramente são coisas de fato) mais importantes normalmente não brilham, não têm grandes dimensões, não pesam muito, nem custam caro. Pelo contrário, aquilo que mais merece importância pode ser aquilo a que menos atribuímos valor, dada a sua simplicidade. Inclusive, de tão simples pode ser aquilo que está ao alcance da mão, aquilo que encontramos em grande quantidade.
Na verdade, na gaveta das coisas importantes há tanto coisas raras quanto coisas simples, fáceis, numerosas. Há lembranças de momentos que só se viveu uma vez, e também registros de momentos que se vive todos os dias, numa rotina que se ama. 
Não é de se espantar que no ritmo louco do Tempo, certas confusões tomam conta de nós assim como tomaram conta da Alice, a do país das maravilhas. Na realidade que nos rege, não são raras as vezes em que atribuímos pouca importância àquilo que deveríamos prestar atenção.
Todavia, é valioso lembrar que “importância” não está no Sistema Internacional de Unidades, não tem parâmetro.
Dizer de algo importante não significa exatamente registrá-lo numa foto, erguer-lhe um monumento ou escrever-lhe um poema. Não é dar-lhe medalhas, não é estampar um jornal com suas cores, trancafiá-lo num museu. Compreendamos: não é verbalizar. Nem sempre é tirar a poeira, polir, lustrar essa coisa, que pode ser fato, lembrança, sentimento, uma folha amarelada guardada dentro de um livro.
Conferir importância é reservar um lugar, às vezes um cantinho, pedacinho de memória, mas que se possa sempre carregar. Àquilo, a coisa importante, vive em nós por alguns segundos novamente.
Dar importância a um fato, pessoa, coisa, bicho, lugar, causa, ideia é dar-lhe um “para sempre” dentro de nós. Dar importância é envelhecer a coisa junto a gente. É dar lugar, ainda que só (só?) no coração. Dar importância é guardar, proteger das traças. Se é importante para alguém, é importante. Acabou-se. Se é importante para alguém, de alguma forma alcançou o paraíso, transcendeu os planos, contrariou os ponteiros severos do relógio para sempre.


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