... É FAZER AMIZADE CONSIGO
Buscar uma relação íntima conosco é procurar nos reconhecer examinando a maneira como funcionamos, nossas emoções, nossos pensamentos, sem nos envergonharmos disso.
Somos frequentemente críticos conosco ao ponto de nos tornarmos nossos próprios inimigos. O autoconhecimento é um caminho de encerrar essa luta fazendo amizade conosco. Então, poderemos perceber que não somos tão ruins quanto pensávamos ou disseram de nós.
Se nos rotularmos como casos perdidos ou nos enxergarmos como vilões, não há como usar a nossa própria experiência como base. Se tomarmos a atitude de que tem alguma coisa de errado conosco, devemos constantemente buscar fora de nós por algo melhor do que somos.
Em contraste com isso, o autoconhecimento é contatar a nossa situação atual, a raiz e o estado áspero de nossa mente e ser. Não importa o que esteja aí, deveríamos olhar para isso. É similar a construir uma amizade de longo prazo com alguém. Como parte do processo de se tornar amigo, você começa a conhecer coisas que não gosta na outra pessoa, e encontra partes da relação que são muito desconfortáveis.
Reconhecendo os problemas e chegando a um acordo com eles é frequentemente a fundação para uma amizade de longo prazo. Tendo incluído essas coisas desde o início, não nos assustaremos mais tarde. Como você já conhece todos os aspectos negativos, você não precisa esconder esse lado da relação. Então, você pode cultivar o outro lado, o lado positivo, também. Esse também é um ótimo caminho de começar a fazer amizade consigo. Do contrário, você pode se surpreender ou se sentir alvo de traição quando descobrir as coisas que tem escondido de você.
O que quer que exista em nós é uma situação natural. As pessoas algumas vezes percorrem grandes distâncias para apreciar a natureza, escalar montanhas, ir a um safári ver girafas e leões na África, ou fazer um cruzeiro na Antártica. Nossa natureza é, na verdade, ainda mais fantástica, dolorida e fascinante.
Se auto conhecer é extremamente “pé no chão”, irritantemente pé no chão mas se você permanecer, insistir, irá compreender coisas sobre você e sobre as outras pessoas, e assim ganhará clareza. Se prosseguir, suas experiências não serão necessariamente dramáticas, mas você terá uma sensação de descobrir a si mesmo, “com os pé no chão” você pode ver as cores da sua própria existência, com todas as suas nuances.
Nós frequentemente abordamos a vida como se estivéssemos nos defendendo de um ataque. Muitos de nós, quando estávamos crescendo, fomos frequentemente repreendidos de maneiras que nos fizeram sentir mal conosco. Independente da crítica ter vindo dos nossos pais, de uma professora da escola, ou de outra pessoa, isso reforçou um sentimento de que havia alguma coisa de errada conosco. A crítica frequentemente produziu um sentimento de isolamento, um sentimento de você e eu, separados por uma grande divisão. Nós aprendemos muitos mecanismos de defesa em uma idade precoce, pensando que uma boa defesa seria a melhor proteção para uma futura reprovação.
Nós continuamos assim enquanto adultos. Seja uma confrontação com uma pessoa estranha na rua ou uma argumentação com a pessoa mais íntima de nossa convivência, acreditamos que precisamos de boas desculpas para nos explicar e de uma boa lógica para nos defender. Nos comportamos quase como se fôssemos negociadores profissionais, nossos próprios advogados.
Estar constantemente na defensiva não me parece tão útil. Em vez de reforçar nosso senso de eu e nos justificar constantemente, deveríamos basear as nossas vidas em alguma coisa que nos desse mais poder e confiança. Se desenvolvermos uma confiança verdadeira em nós mesmos, a autodefesa constante não é mais necessária. Para começar, precisamos olhar dentro de nós. Quando olhamos, o que vemos? Pergunte a você: “Há algo de valor e confiável em mim?”. Claro que há! Mas é tão simples que tendemos a perder isso ou negligenciar.
Dê uma olhada. Há algo mais, algo maior do que tudo isso. Nós estamos dispostos: a esperar, a sorrir, a sermos decentes. Não deveríamos desperdiçar esse potencial.
Vale a pena nos olhar com interesse, termos afeição por nós, e tomar o cuidado de nós mesmos. Dentro de nós é onde repousamos a nossa confiança sem precisar fingir de nenhum modo. Ela é real.
Olhe no espelho, você pode fazer amizade com você.
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