NOSSAS MEMÓRIAS SÃO CAPAZES DE INTERFERIR NA FORMA COMO ENXERGAMOS O MUNDO
Muitas memórias nos habitam. A vida vai se compondo, os dias vão se seguindo e dentro de nós uma infinidade de memórias e lembranças vão contando a história. Sou encantada com o que as memórias produzem em nós, têm a capacidade de nos contar histórias sobre nós mesmos e o que vivemos. Há um lado muito bonito nisso. E há também um outro lado: o lado em que as memórias não nos permitem viver inteiramente o presente. Ou, mais especificamente, não nos permitir ver e estar no agora com os olhos neutros, com os olhos que percebem de fato o que está se passando.
As memórias são capazes de interferir na forma como enxergamos o mundo, as pessoas e as situações. Seja positiva ou negativamente, sempre com base no que já vivemos e agora, em forma de crença, nos habita.
As memórias vivas dentro de nós ficam pedindo atenção, como se pedindo para ser revisitadas, lembradas, acessadas, consideradas no presente. E isso nos tira da vivência plena do agora, nos impede de estar presente, nos impede de viver as situações sem repetir padrões, sem reagir do mesmo jeito, mantendo as mesmas crenças. Memórias são capazes de transformar vivências simples em vivências de dor ou vivências de intensa alegria. Memórias são capazes de cambiar as emoções, interferir nas escolhas.
Seria muito bom retornar às memórias e encerrá-las, finalizá-las. Dar a algumas memórias que ficaram incompletas, ou situações de vida que não foram vividas como gostaríamos, encerramento. De um jeito que nos sentimos mais satisfeitos com o desfecho. É um lindo exercício, é como um mergulho. Como uma rememoração que nós podemos modificar aquela história para que fique do jeito que gostaríamos, extravasando nossa energia que pode ter ficado estocada e aprisionada naquele momento da nossa história.
Nossas memórias pedem encerramento, pedem desfecho. É que, ao encerrar as memórias, não tem certo ou errado, bonito ou feio, tem a minha emoção sendo expressada por inteiro, por completo, autenticamente, sem filtros. Há memórias que pedem cura, por serem parte da história que nos congelam no presente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário