NEM VIVER, NEM MORRER. NASCER, EIS A QUESTÃO!
Dia de finados é sempre a mesma coisa. Chuva. Algum vento. Alguma tristeza. Cemitérios lotados. Alguma hipocrisia. Alguma verdade.
Para a psicanálise, a morte é a maior castração. Se no começo da vida há um sentimento de ameaça, a morte é a presença absoluta e inelutável da ameaça do fim, ou melhor da finitude. Mas talvez seja sempre importante perguntar, que mal há nisso? Qual a grande questão do morrer? Ou pior, o que haveria de tão distante entre o viver e o morrer.
Nem viver, nem morrer. Nascer eis a questão!
Nascer, nascer de novo, sempre nascendo a cada dia, a cada experiência, meses e anos. A vida só adquire um sentido pleno quando somos capazes de “viver nascendo”
Pois então, querido leitor, nascer é uma ousadia que não pedimos, mas estar sempre nascendo é também outra ousadia e uma coragem, agora, da nossa responsabilidade. Nunca se envelhece enquanto se estiver criando algo novo; quando não olhamos para o que passou de forma lamentosa, mas como uma abertura para futuros nascimentos. O homem que perpetua o ódio à vida, que faz do ódio e raiva a sua eterna depressão, é um homem impedido de renascer, é um homem onde impera seu suicídio em vida.
Agora uma outra pergunta: você viveria da mesma forma se fosse viver duzentos anos ou mil anos? Ou para sempre? Se não tivesse a certeza de morrer?
Morrer é, sendo coelho, desaparecer do interior da cartola do mágico, diante da plateia
Morrer é, sendo coelho, desaparecer do interior da cartola do mágico, diante da plateia
E pra final de conversa, me despeço, desejando a todos uma boa vida e, claro, quando a hora chegar, uma excelente partida.
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