quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

SOBRE O FIM

NADA É  PERMANENTE. TUDO MUDA


Resultado de imagem para nada é permanente

Acenda uma vela, você está morto!
Sim, exatamente nesse minuto você está morto, acenda uma vela em sua própria homenagem.
Temos dificuldade de pensar na ideia da morte como algo real. Negamos nosso fim a todo o momento. Nem entrarei em questões espirituais, no sentido tradicional, pois entendo o espiritual como algo bem próprio da vida cotidiana. Aquela possibilidade de se conectar intimamente com seu semelhante e percebê-lo um outro em você mesmo.
Sempre que anunciamos nossa partida, vemos acontecer uma coisa interessante. Surgem manifestações muito carinhosas para conosco. Se, por exemplo, disser aos meus amigos  que escreverei hoje o último post do meu blog, vai haver muitas lamentações sobre esse término e diversos comentários sobre os textos, as ideias e a mim. Ficarei muito grata. Em menos de 1 hora o número de visualizações vai dobrar. Pensarei: curioso, a ideia de fim fez com que as pessoas se envolvessem com o blog de uma forma diferente. A perspectiva do fim mobilizou o apego e o desejo de usufruir intensamente.
Cada um, nesse caso hipotético, vai lidar com essa informação de um jeito, mas todos sem exceção imaginarão o fim. O mais curioso é que cada pessoa começa a habitar um cenário imaginário em sua mente e reage de maneira semelhante.  
Outra coisa curiosa sobre o fim. Esquecemos que estamos morrendo a todo momento. Tudo está morrendo e se modificando.
A cada minuto as células do seu corpo estão morrendo e outras nascendo no lugar.
Nada é permanente. Tudo muda.
Estranhamente desenvolvemos técnicas para impedir que isso não aconteça, instituimos cargos no trabalho e estado civil na vida amorosa. Esses são mecanismos de regulamentação psicológica para nos dar a impressão de que nada mudará.
Mas inevitavelmente irá mudar e você terá que se despedir de cada imagem que criou. A própria ideia que faz de si mesmo está mudando constantemente. Aquilo que você chama de personalidade ou "eu" em breve morrerá e outra tomará o seu lugar.
Estamos sempre em transição, incluindo os sentimentos, pensamentos e ações. Não podemos garantir nada a curto, médio e longo prazo. Posso dizer que amarei uma pessoa por longo tempo, mas não posso garantir que isso de fato e verdade acontecerá. O que posso dizer é que tentarei firmar os votos de que o amor se renove a cada dia com a força de ambos. Isso sim é o que acontece na realidade.
É curioso o quanto não percebemos que todos os dias ao levantarmos nos aproximamos cada vez mais do fim, não representado apenas pela figura da morte, e sim pelas mudanças, pelo término de ciclos. E tudo isso só parece nos afetar quando é, de certa forma, “anunciado”. O medo da perda é o que nos move. 

Para acender uma luz de vela sobre pensamentos e ideias vou propor a vocês um joguinho sobre o assunto:
>Enquanto treino reflexivo prepare-se exatamente nesse momento para partir, o que levaria na sua bagagem emocional?
Qual a lembrança mais significativa?
Qual o sonho realizado?
O aprendizado mais difícil?
O que os amigos diriam?
O que os inimigos contariam?
Qual a coisa mais vergonhosa que já fez?
Qual a coisa que mais teve orgulho em fazer?
Qual legado deixará para as pessoas?
Acenda uma vela, você está morto e outro "eu" dará lugar a esse.

DIVIRTAM-SE!

Nenhum comentário:

Postar um comentário