terça-feira, 26 de abril de 2016

APEGO ILUSÓRIO NAS RELAÇÕES

"O MUNDO NÃO É UM BERÇÁRIO"  Freud



Viver e conviver me fez concluir que eu preferia as pessoas que estavam na minha cabeça do que as pessoas de verdade.
Formulando melhor esse pensamento: no final das contas sempre preferimos a pessoa que está na nossa cabeça. Raramente a pessoa real!
Na questão casamento, isso me faz pensar que essa é a origem para as maiores mágoas, decepções e brigas que um casal enfrenta. Não brigamos com a pessoa real, mas com a imagem ideal que guardamos dela versus a imagem real.
Fantasiamos que a pessoa deva reagir de um jeito e ela reage de outro. Não aceitamos essa incoerência e brigamos com o outro sem muitas explicações.
A pessoa, tal como é, sempre contraria nossas fantasias mais secretas.
Nossos sonhos platônicos nunca incluem dinheiro, mau humor e contratempos. Tudo é um encaixe perfeito.
Quando começamos a nos relacionar nosso  controle acaba e já não podemos manipular a imagem do outro como queremos.  Olhamos nela o que há em nós. Isso se chama projeção, pois os óculos que usamos delimita aquilo que conseguimos enxergar. Podemos nos sentir perseguidos com um simples “Bom dia!” e amados com um “me deixa em paz!”. Nossos ouvidos emocionais só captam aquilo que queremos.
“Isso quer dizer que não ama seu marido ou namorado de verdade?”
Sim, ama, mas o namorado ou marido que você inventou na sua cabeça. Se você amasse seu namorado ou marido real, dificilmente iria se decepcionar, magoar ou surpreender com alguma atitude dele. No seu mundo ideal tudo está sob o controle de seus desejos e toda as carências são atendidas sem hesitação. Porque é natural que tudo mude, no entanto queremos que elas fiquem iguais e inabaláveis.
Quando deixamos uma pessoa e entramos em outro relacionamento apenas transferimos as expectativas de um corpo para outro na esperança que aquela pessoa se encaixe em nosso amor platônico ideal.
Então, não importa se você fica ou vai com aquela pessoa ou a outra, é a sua fôrma emocional que está com problemas.
Freud tem uma frase que resume esse pensamento: “o mundo não é um berçário”
Portanto, se você quer viver uma experiência real de amor saia de sua cabeça e se apaixone por uma pessoa que não seja você mesmo. Isso se aplica a todas as relações, diga-se de passagem!


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