O QUE CHAMAMOS DE MENTE SAUDÁVEL PODE ESTÁ LONGE DE SER COMPLETAMENTE SÃ
Pare de comprar a solidez dos sorrisos e experimente perguntar, um a um, "E aí, como você tá?". Com curiosidade e interesse. Não demora: vai descobrir que estamos todos mals. Todos com a mesma mente ansiosa, inquieta, carente, desconfiada, orgulhosa, preguiçosa, fofoqueira. Todos com o mesmo corpo entortado, de ânimo oscilante, cheio de tiques.
Boa parte de nossa vida é feita de experiências internas, porém a maioria de nossas conversas gira em torno de fatos externos – é como se 90% do que somos passasse batido, sem ser visto nem comunicado.
Por não acessar muitas de nossas áreas internas, acabamos não nos relacionando a partir delas. Desses becos que não reconhecemos nem abrimos aos outros, surgem mil problemas que tentamos atacar superficialmente, sem alcance. Dá para transformar aquilo que não conseguimos sequer chamar?
Tente dar orientações para uma pessoa no trânsito sem usar "direita" ou "esquerda". Estamos nessa condição em relação aos fenômenos mentais e emocionais. Há um abismo gigantesco entre artigos acadêmicos de psicologia ou neurociência e nossa experiência vivida em primeira pessoa, o que encontramos ao olhar para dentro.
Para refinar nossa linguagem, é necessário desenvolver a atenção, se familiarizar com a própria mente e com o próprio corpo. Como a gente funciona por dentro? Como as emoções regulam nossa energia? Como podemos detectar os micro mecanismos que nos fisgam?
Não duvido que dessa exploração surjam novas palavras para falarmos do que importa.
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