quinta-feira, 11 de agosto de 2016

O PROBLEMA EM SI

O PROBLEMA EM SI NÃO EXISTE E PARADOXALMENTE SEMPRE EXISTIRÁ


Num consultorio de psicologia um psicologo tem que ouvir o problema de muitas pessoas, mas um psicologo ouve sem estar tomado pelas emoções de quem quer ajudar “a qualquer custo”. Um psicologo ouve abrindo caminhos, levantando hipóteses, procurando espaços, invertendo papéis e situações que a pessoa narra. Ele ajuda a pessoa a olhar seu “problema” de todos os ângulos possíveis. E isso não é desgastante, mas um verdadeiro quebra-cabeças.
E por que temos tantos problemas?
Temos problemas porque temos desejos contraditórios associados a uma fome sem limites e um senso megalomaníaco de importância pessoal.
Traduzindo, queremos tudo, demais, insaciavelmente e com a condição que fiquemos por cima da situação.
O resultado disso não poderia ser outra coisa se não aparentemente um problema.
Por exemplo, seu marido é legal, mas não é tão atencioso quanto aquele moço que sempre cumprimenta você ao chegar no supermercado. Ele passa sempre alguns minutos ouvindo cada detalhe de seu relato, mesmo que pareça ocupado. Diferente do maridão (que está trabalhando quando você vai no supermercado) que já parece um pouco cansado já que sempre toma a lição com os filhos pequenos diariamente.
Resultado, o moço te cativa e vocês passam horas conversando no motel, incluindo promessas fantásticas. A culpa toma conta e você já não consegue olhar para seus filhos com aquela firmeza moral de antes. O marido fica cada vez mais de lado e o relacionamento termina de naufragar.
Algum problema ali? Eu não vejo nenhum.
Há algum crime na descrição acima? Não, só confusão de interesses, medo de seguir numa direção e apego a uma das opções.
Em tese, nada ali precisaria mudar caso ninguém quisesse, desde que assumisse que é um caldeirão de instabilidade. E a isso chamamos problema.
Desejos temos aos montes, o problema mora no apego a eles. Ao perceber que temos que abrir mão de alguma coisa nossa reação é imediata: NÃO. O desapego das coisas é muito mais um exercício de desapego de si mesmo em relação as coisas do que o contrário…
Além de reclamar do problema, teimamos que nossa posição é única e certa. Queremos sair por cima de tudo.
Então qual seria a “solução” para cada problema?
Largar algum osso! Mas queremos todos ao mesmo tempo e com a mesma intensidade.
E como sair de um problema? Vou copiar o que eu escrevi lá no inicio do texto, quando expliquei com trabalha um psicologo.
“ Um psicologo ouve abrindo caminhos, levantando hipóteses, procurando espaços, invertendo papéis e situações que a pessoa narra. Ele ajuda a pessoa a olhar seu “problema” de todos os ângulos possíveis.”
Quando isso se faz nota-se que o problema em si não existe e paradoxalmente sempre existirá. Os problemas são construções mentais.
Para haver "problema" basta existir alternativa e as alternativas sempre existem...



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