CONSCIENTE DE MUITAS COISAS, MAS ESQUECIDO DE SI MESMO! CONSCIÊNCIA É PRESENÇA CONSTANTE
É preciso entender o que significa ‘consciência’.
Você está andando na rua. Está consciente de muitas coisas – das lojas, das pessoas, do tráfego, de tudo. Está ciente de muitas coisas, menos de uma – de você mesmo! Você está passeando, consciente de muitas coisas, mas esquecido de si mesmo!
Não importa o que esteja fazendo, nunca deixe de fazer outra coisa interiormente: ficar consciente do que está fazendo. Você está comendo, está caminhando, está falando ou ouvindo, fique consciente de si mesmo. Quando estiver com raiva, fique consciente de que está com raiva. Essa lembrança constante de si mesmo cria uma energia dentro de você!
Na maior parte do tempo, você é apenas um saco vazio, uma combinação ao acaso de muitas coisas. Uma multidão, em constante mudança, mas sem ninguém que a comande. A consciência é o que faz de você o comandante do navio, não quero dizer que possua o comando, mas que seja a presença, uma presença contínua. Sempre que estiver fazendo alguma coisa, ou não estiver fazendo nada, de uma coisa tem que estar consciente: que você é!
O simples sentimento de si mesmo ( de ser ), e de que este si mesmo é (real), cria um centro – um centro de calma, um centro de comando interior. Trata-se de um poder interior. (...)
Se começar a ficar consciente, você começará a sentir uma energia nova em você. E, devido a esse poder, a essa energia, aquilo que dominava você se dissipa. Não tem mais que lutar contra nada!
Você tem que lutar contra a raiva, contra a ganância, porque você é fraco. Portanto, na verdade, a ganância, a raiva, não são o problema, a fraqueza é o problema. Quando começar a ficar forte interiormente, com um sentimento de presença interior – de que você é – nasce um ‘eu’. Mesmo sem ter um ‘eu’ – você continua acreditando que você é um ‘eu’, que na verdade é o ego. O ego é uma noção falsa de algo que ainda não existe. ‘Eu’ significa que existe um centro, mas esse centro só é criado por quem está continuamente alerta, consciente. (...)
Às vezes, nos sentimos centrados, quando somos obrigados a ficar conscientes. Se surgir uma situação de grande perigo, começamos a sentir um centro lá dentro, pois temos consciência de que há perigo. Se alguém o ameaça, não dá para ficar inconsciente, não dá para correr ao passado ou ao futuro, esse momento é tudo que há. Nesse instante, você não somente fica consciente da ameaça, como também de si mesmo. Nesse momento sutil, você começa a perceber que há um centro em você. É por isso que os jogos perigosos atraem as pessoas. Você está dirigindo um carro e começa a aumentar cada vez mais a velocidade, a coisa começa a ficar perigosa. Você não pode pensar, não pode imaginar, o presente se torna sólido.
Nesse instante de perigo, quando a qualquer momento algo pode acontecer, fica-se repentinamente consciente de um centro dentro de si mesmo. O perigo fascina simplesmente porque, quando há perigo, você pode ficar centrado. (...) Quando a morte está próxima, a vida fica intensa e você fica centrado. Mas, se for apenas circunstancial esse centro desaparece logo que a situação terminar.
Por isso tem que ser mais interior, não fruto do momento. Tente ficar consciente diante das coisas mais comuns. Quando estiver sentado, por exemplo, tenha consciência do ato de sentar-se. Não só da cadeira, não só do ambiente em que está, da atmosfera que o cerca; mas do fato de estar sentado.
Quanto mais inconsciente estiver, mais distante de si mesmo. Quanto mais consciente, mais perto de si mesmo. Se a consciência for total, você estará no centro.