quarta-feira, 26 de julho de 2017

FILHOS... PAIS... AVÓS... # PELO DIA DOS AVÓS

APRENDEMOS A SER FILHOS DEPOIS QUE SOMOS PAIS...

SÓ APRENDEMOS A SER PAIS DEPOIS QUE SOMOS AVÓS

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Há um período em que os pais vão ficando órfãos dos seus próprios filhos.
É que as crianças crescem independentes de nós, como árvores tagarelas e pássaros estabanados.
Crescem sem pedir licença à vida. Crescem com uma estridência alegre e, às vezes, com alardeada arrogância. Mas não crescem todos os dias de igual maneira, crescem de repente, e aí cadê a pazinha de brincar na areia, as festinhas de aniversário com palhaços e o primeiro uniforme do Maternal?
As crianças vão crescendo e entre os hambúrgueres e refrigerantes nas esquinas, lá estão nossos filhos com o uniforme de sua geração.
Ali já estamos com os cabelos meio esbranquiçados. Esses são os filhos que conseguimos gerar e amar, apesar dos golpes dos ventos, das colheitas, das notícias, e da ditadura das horas.
E eles crescem meio amestrados, observando e aprendendo com nossos acertos e erros.
Principalmente com os erros que esperamos que não repitam.
Há um período em que os pais vão ficando um pouco órfãos dos próprios filhos. Não mais os pegaremos nas portas das baladas e das festas.
Já passou o tempo do inglês, da natação e do judô. Saíram do banco de trás e passaram para o volante de suas próprias vidas. 
Eles cresceram e parece que nunca esgotaremos neles todo o nosso afeto.
No princípio iam à casa de praia entre embrulhos, biscoitos, engarrafamentos, natais, páscoas, piscina e amiguinhos.
Sim, havia as brigas dentro do carro, a disputa pelo lado da janela que não vai bater sol, os pedidos de biscoito e muito blá blá blá. Depois chegou o tempo em que viajar com os pais começou a ser um esforço, um sofrimento, pois era impossível deixar a turma e as primeiras paqueras.
Os pais ficaram exilados dos filhos. Tinham a solidão que sempre desejaram, mas, de repente, sentiam saudades daquelas tempos. Chega o momento em que só nos resta ficar de longe torcendo e rezando muito (nessa hora, se a gente tinha desaprendido, reaprende a rezar) para que eles acertem nas escolhas em busca de felicidade.
E que a conquistem do modo mais completo possível. O jeito é esperar os netos e aí chega o primeiro.
O neto é a hora do carinho ocioso e estocado, não exercido nos próprios filhos e que não pode morrer conosco. Por isso os avós são tão desmesurados e distribuem tão incontrolável carinho. Os netos são a última oportunidade de reeditar o nosso afeto. Por isso é necessário fazer alguma coisa a mais, antes que eles cresçam.
Aprendemos a ser filhos depois que somos pais.
Só aprendemos a ser pais depois que somos avós...


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