segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

FAMÍLIA VIVENDO E APRENDENDO

RESPONSÁVEIS SIM....... CULPADOS  NUNCA



Estava pensando no andamento das festas de fim de ano. Todo mês de dezembro é a mesma história, sempre nos organizamos para juntar a família e confraternizar o Natal. Pais e filhos, avós, tios.... celebram todos juntos a data. Mas, como fica a situação quando os pais se separam? Pais separados, meios irmãos, madrastas e padrastos... A configuração familiar hoje para muitos é outra e a organização para as festas de final de ano também.
Creio que para os pais é tão difícil quanto para os filhos, porque a situação da separação, seja amigável ou não, de qualquer forma implica em perdas pra todo mundo, e dependendo de como era a convivência, isto é, o papel que cada um ocupava antes do rompimento, vai afetar diretamente o relacionamento posterior, o trato entre eles. Por exemplo: Se o pai já não era muito presente, se torna totalmente ausente. Se a mãe já era protetora, do tipo que resolve tudo, vira super mãe. Se o pai era apegado aos filhos, se torna pegajoso etc.
É como se colocasse uma "lente de aumento" movida pelas inseguranças, dores e ressentimentos que essa situação (separados), gerou sobre cada um dos ex. E por isso a necessidade de compensar aquilo tudo o que foi perdido. É mais ou menos como se alguém tivesse morrido e as pessoas ainda estivessem de luto, muito presas ao que passou. Não vislumbram o que ganharam muitas vezes  e ainda estão olhando para o que perderam, então tentam compensar a si e aos outros.
Outra questão é que mesmo que a separação do casal  seja amigável, ela normalmente é vista como um fracasso familiar na qual os ex são "culpados" . A consequência dessa visão deformada muitas vezes é a eliminação dos dois papéis ao invés de um só. Sabemos que com a separação cessa de fato o papel de marido e mulher mas nunca o de pai/mãe. Os pais se perdem na hora de desempenhar sua função e se denunciam em situações compensatórias com os filhos ao, por exemplo, presentear demais os filhos ou ao proteger o filho o máximo possível para que ele escolha estar sempre junto, etc.
Além disso tem também a questão de achar que os filhos estão marcados por um desfavorecimento no mundo em relação aos outros que têm seus pais convivendo juntos.
Essa confusão toda dura algum tempo e vai perdurar ou não dependendo de como essa nova família vai se estruturar e assumir a nova realidade. Portanto, os ex são responsáveis pela separação e não culpados dela, como se fosse um erro  inseparável do erro de terem um dia se escolhido.
A responsabilidade pela separação e por suas consequências não determina prejuízo para os filhos, mas a culpa dos pais, esta sim, torna-se um peso para eles, pois percebem e sentem a insatisfação e a confusão que seus pais estão imersos e, assim, a culpa dos filhos acaba sendo cada vez mais alimentada.
Como portadora de boas notícias que sou, vejo que com tempo, esforço e paciência, algumas famílias conseguem, sim, ir se entendendo aqui, se adaptando ali e terminam o ano como tem que ser: unidos. 
Então, façamos tudo sempre de forma pacífica e, de preferência, sem afetar ninguém para que todos tenham um Natal feliz e sem percalços. Basta focar no bom senso!
....Vamos refletindo...devagar e sempre!


ROSANE

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