terça-feira, 16 de dezembro de 2014

OS FILHOS DA CIÊNCIA

REPRODUÇÃO HUMANA ASSISTIDA TODA SORTE DE PROBLEMAS



Sabemos que a reprodução humana assistida é uma realidade vivenciada não só pela sociedade brasileira mas também em outros países, e que hoje a medicina oferece inúmeras alternativas para quem deseja ter um filho, mas tem problemas de esterilidade, e sabemos também que não é difícil encontrar quem tenha feito procedimentos como inseminação artificial ou fertilização in vitro para realizar esse sonho.
O negócio está tão avançado que hoje é possível escolher o sexo do bebê e até características físicas. Isso me lembra a fábula futurista "O Admirável Mundo Novo", escrito por Aldous Huxley, na qual cultiva-se a ideia de que os homens podem ter um domínio total sobre a existência dos outros, a ponto de programarem a sua identidade biológica. 
Isso é muito mais complexo do que parece! Veja. 
Muitos homens são doadores de sêmen, mas poucos têm um sêmen "ideal". Ele pode conter traços genéticos indesejados e outras "impurezas", logo uma amostra do bom se valoriza e é muito usada pelo banco que fornece para inseminação artificial. Daí se temer que um número inestimável de meios-irmãos, ou seja, filhos do mesmo pai com dezenas, centenas ou milhares de mães, já esteja circulando por aí, correndo até o risco de virem a casar-se entre si. Não sei se há exagero nisso, mas, se houver, não deverá ser muito, porque existem os possíveis prejudicados, evidentemente entre os pais de filhos gerados por sêmen de doadores anônimos. Também não sei em que medidas concretas isso vai dar - talvez a exigência de que os noivos façam sempre testes de DNA, para ver se não são irmãos ou filho um de outro, embora eu não creia que isso evite grandes traumas e mesmo tragédias.
É possível que seja mera implicância minha, mero apego a valores destituídos de fundamentos sólidos, mas não acho certo esse negócio de o sujeito ter milhares de filhos, é muito estranho. Não creio que haja muitos homens que, depois de pensarem um pouco, gostem da ideia de ter filhos seus anonimamente espalhados por aí, quando o impulso que antigamente era tido como natural seria conhecê-los, conviver com eles, aprender com eles e, enfim, ter a relação que a maior parte dos pais quer ter com os filhos. Compreendo quem queira gerar um filho por inseminação artificial, mas creio que os critérios, a começar pela própria área médica, poderiam ser revistos, porque assim chega a parecer coisa de gado, de animais criados quase em moldes industriais.
Mas nada deverá ser revisto, a não ser na direção oposta. Alegam-se impedimentos éticos e legais para a realização de certos experimentos com seres humanos, mas nada de fato impede que eles venham sendo feitos, pois há muita glória e, principalmente, dinheiro, envolvidos nesse campo. E os cientistas não contam com canalhas e possíveis delinquentes em seu meio. Há tantos carreiristas mal intencionados entre eles quanto na sociedade maior de que são parte.......vide ROGER ABDELMASSIH 
Não sei em que escala isso já se dá, mas como já disse é possível, por exemplo, escolher o sexo do bebê a resultar da inseminação. Em breve, quem sabe se essa escolha não virará rotina, ou até obrigação, por força de alguma lei que pretenda regular a composição demográfica do País? Onde ter filhas dê prejuízo (como nos casos em que o pai precisa oferecer um dote), o sexo preferido vai ser o masculino. E os países que produzirão meninas adolescentes para exportação?
Isso para não falar nas exigências de cotas para profissões, tipos físicos, cores da pele, vocações, opções sexuais e assim por diante. E, finalmente, talvez mais cedo do que se espere, a Polícia Federal executará a Operação Cromossomo, com a prisão de vários implicados na adulteração e falsificação de gente. Mas ninguém vai ficar na cadeia....
E aí? Concordam comigo que esse admirável mundo novo é de arrepiar o cabelo do careca.....Que é muito problema pra administrar?

ROSANE

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