quinta-feira, 17 de setembro de 2015

CRENÇA ALIENADA

RELIGIÃO: HUMANO OU DIVINO?


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"A alienação é a diminuição da capacidade dos indivíduos em pensar ou agir por si próprios”. 
A alienação é a incapacidade, diria eu, de perceber que entre você e a realidade existe uma percepção. Ou seja, a realidade é apenas algo que pode ser mudada, pois podemos repensar como pensamos.
Para que haja a desalienação ou a conscientização para se criar um significado, é preciso criar um espaço de percepção sobre o que é vivido.
Não haverá significação sem a percepção, pois dar um significado exige que você pense com a sua própria cabeça diante da realidade que se apresenta.

Este texto não é sobre Deus ou fé. É sobre a criação de religiões, algo que é muito mais humano do que divino – e sempre há confusão entre o que é do homem e o que é do divino.
O ponto central do texto não é criticar a religião, ela é um suporte importante e não é necessariamente ruim (digo isso pensando nas guerras santas que acompanham a humanidade). O impasse está no excesso de passividade que se assume e dá entrega na mão de outras pessoas pelo seu bem-estar.
Sei bem dos benefícios da religião e da vida religiosa. Só estou tentando abrir espaço para evidenciar os mecanismos psicológicos que estão na base de qualquer grupo, essa fórmula mágica que pode ser usada por seitas, religiões, partidos políticos, agremiação de bairros, times de futebol, empresas e, pasmem, a minha família e talvez a sua. É um modelo generalizado que se difundiu e que funciona porque é baseado nos sentimentos de culpa, medo, mérito e sacrifício.
O ser humano é contraditório. Fazendo uma análise com base no cristianismo, Deus nunca disse que deveríamos nos dissociar em religiões; teoricamente, isso não o agrada, mas o homem insiste em nos separar em clãs e em espalhar o ódio em razão das diferenças, como se fôssemos criaturas completamente diferentes – como se não tivéssemos todos “vindo do pó para voltar ao pó”. Quero frisar e reiterar que não estou aqui contra uma religião específica, mas é surreal andar por um bairro e ver a quantidade de igrejas totalmente diversas, uma querendo ser maior que a outra. Por que, se é tudo pro mesmo Deus?? Isso realmente aliena. Certamente você conhece alguém (que conhece alguém) que faria qualquer coisa por seu líder religioso – homens adorando homens, que heresia! É tanta contradição que, as vezes, tenho a impressão estranha de que  Deus e religião são como água e óleo. Sim, não consigo me enquadrar na religião, sempre há um quê, mas sou totalmente fervorosa da crença em Deus que te faz querer melhorar a cada dia, sem deturpações, interpretações burras ou charlatanices, afinal, não é preciso ser um completo imbecil para acreditar em algo divino e superior a você; é apenas uma questão pessoal e de fé, nada mais.
Como um alerta para não "religionarmos" tudo. Temos essa mania de criar uma aura religiosa em tudo o que fazemos como afinco, o problema de endeusar, é que o mecanismo mental que rege a benção também o faz com a punição. O mecanismo de recompensa mental é o mesmo que oprime nossa mente. E isso está bem longe do que se pretende entender por Deus.
Não acho que nem o ateísmo e nem o teísmo seja uma vida garantida de lucidez. Existem cegos em qualquer posição. O questionamento que fiz no texto é da passividade com que nos entregamos à esses mecanismos primários de recompensa-punição, culpa-vitória. Entende?
Não tenho uma ideia do que seria algo realmente saudável, mas posso dizer que qualquer sujeito com um pouco de disposição pode causar mais prejuízo do que benefício ao arrastar pessoas vulneráveis num caminho de alienação e pouco entendimento da vida.

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