quinta-feira, 10 de março de 2016

NÃO ACEITE MENOS QUE UM TRATAMENTO LEGAL

SEU VALOR, ANTES, É DETERMINADO POR  VOCÊ  MESMO.


"Aceitar-se a si mesmo é um pré requisito para uma aceitação mais fácil e genuína dos outros."

 Carl Rogers 

Não é saudável procurar alguém que nos resgate. Se o salvador da sua vida chegar em um cavalo branco te pedindo em casamento na velocidade da luz, desconfie. Talvez essa pessoa esteja tão perdida quanto você. E dois perdidos, quando se encontram, dificilmente terão um resultado harmonioso.
Na vida a dois são muitas as queixas, mas  vamos parar com a sentimentalidade e ser por alguns minutos racionais e sinceras por aqui. Pensamos que ser boazinhas e bacanas é o que nos colocará um pedestal no relacionamento. Porém, além desse sentimento fracassado de santismo, o que sobra são reclamações, inadequações e uma infelicidade a dois que se alimenta desse desgaste, ao invés de evoluir. Projetamos no outro todas as nossas carências, falhas e "aquele vazio terminal" de antes do amor existir. Errado. Erradíssimo. Começamos a imaginar que príncipe encantado existe (no início do relacionamento é fácil, claro), e a ânsia de ser tratada como princesa  é grande  criando expectativas desleais. Assim, qualquer deslize é razão pra uma briga homérica, discussões sem solução e um vazio que volta a crescer, mesmo depois de achar a tal prometida metade da laranja.
No andar da carruagem, esquecemos de ser nossa principal prioridade. Os olhos cegam para o mundo e alguns lazeres pessoais e intransferíveis ficam no meio do caminho. Além de ficar mais fácil perder a paixão inicial, a centelha que riscou o fósforo e fez muita faísca um dia se torna insuficiente e fica fácil demais perder a si mesma quando deixamos pra tras a realização de desejos maiores do que simplesmente ter alguém e pertencer assim, de bandeja, a outro.
Então de quem é a culpa quando o desinteresse invade o quarto e a vontade súbita de qualquer outra coisa que não envolva amor seja prioridade? Possivelmente, de quem cede demais e se dá sem ao menos mensurar reciprocidade. É mais sensato amar com uma parcela de quem ama mais o próprio umbigo que qualquer outra pessoa no mundo. É isso que gera o equilíbrio necessário.
Se merecer mais é a estrada mais segura, caminho sem falhas, acredito eu. A vida é esse instante passando e burro é quem não sabe dar valor a quem tem. 
A gente deve merecer aquilo que pensa que nos cabe. E fazer o possível pra evoluir em dupla e como pessoa. Dar espaço, mas aproveitar também esse mesmo tempo livre com boa vontade, mesmo que não seja apenas ao lado dele. Sair, ver a rua e conseguir tranquilidade suficiente para abstrair, porque além de ser só um cara, ele com certeza é menos que uma vida inteira - a sua. Ser um anjo não vai lhe impedir de viver o inferno após vender a alma por um relacionamento. Pelo contrário: o pagamento pode ser ainda mais sofrível. Anda infeliz? Ele some? Descobriu uma mentira? Silencie e verá que não dizer é esbarrar na realidade. Atitudes falam. Silenciar é adiar soluções, não por as cartas na mesa, deixar sofrimentos consumirem os dois aos poucos enquanto a solução não começa a ser construída. É o comodismo de quem se cala, esperando e exigindo que a outra parte se desdobre para arrancar o silencio da outra, coisa que consome muito, e acaba gerando mais brigas do que se tudo fosse tratado de forma franca, aberta, sincera e adulta pelos dois.
Afinal, não é responsabilidade de ninguém vir completar vazios que só nós mesmos podemos preencher.
Prepare o terreno para as possíveis chegadas. Prepare-se também para as partidas, porque elas acontecem. Prepare o seu coração para quem vier. Prepare a sua mente para as possíveis confusões que podem surgir.
Jamais se submeta a coisas que não gostaria de fazer só porque o outro gostaria que você fizesse. Você precisa repetir para si e para o outro que cada um é um indivíduo e que as coisas podem ser combinadas, não impostas.  Esse é o limite: Não aceite menos que um tratamento legal. Você merece! 

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