terça-feira, 8 de março de 2016

UMA RELIGIÃO QUE BEBE CHÁ

AS ARMADILHAS DO DIME

Tornou-se pública a história de Rian Britto, neto de Chico Anísio. Ele frequentou algumas vezes as reuniões do Santo Daime, uma "religião" que bebe chá. 
Rian desapareceu misteriosamente, foi encontrado morto, por afogamento, numa praia em Quissamã, no Norte Fluminense, depois de ter ficado nove dias sumido. Após o desfecho trágico, a mãe acabou revelando que o filho frequentou a seita durante um ano e quatro meses,  e participou de quatro rituais. Nesses encontros fez uso da erva de Ayhuasca (mais conhecida como Santo Daime) oferecido aos participantes da reunião. Ela conta que desde então o filho começou a "ouvir vozes do chá" que dizia ao rapaz que tinha uma missão e para tanto deveria comer só o necessário pra sobreviver, ele começou a procurar lugares bonitos para se isolar e meditar por dias, mas que, apesar dessa estranheza, sempre voltava pra casa. Daí pra cá sua aparência mudou totalmente, seu jeito também e ele perdeu o sentido do tempo, do dinheiro,   de absolutamente tudo, narrou a mãe dilacerada pela dor. Ela revelou toda a saga por que passou com o intuito de alertar  as pessoas que  o uso do chá  é um risco,  pois que o uso da química contida na Ayhuasca  pode ser incompatível quimicamente com o usuário e disparar algo terrivel em suas mentes para o resto da vida. Achei a causa da mãe legítima e por isso estou repercurtindo aqui.
Bem se sabe, também, que o ayahuasca pode precipitar, em alguns casos, problemas psíquicos ainda não manifestos num indivíduo, como outros estímulos, químicos ou emocionais, podem fazer.
De fato, parece que houve uma desintegração na consciência do rapaz. Ele começou a apresentar problemas psiquiátricos graves, perdeu o humor e entrou numa desenfreada mania de jejum e meditação. 
O chá psicodisléptico (que causa sintomas psicóticos, alucinatório-delirantes, segundo a classificação farmacológica de Delay e Deniker) é liberado no Brasil sob a alegação de motivos de liberdade cultural e religiosa. Essa alteração da consciência levou o Ministério da Saúde a proibir o uso do chá no início da década de 80, mas dois pareceres do Conselho Federal de Entorpecentes liberaram o consumo, desde que em rituais religiosos.
Casos de mortes, psicoses, assassinatos, são relativamente comuns sob o uso do chá (droga), sobretudo se ingeridos por pessoas com propensão a problemas psiquiátricos ou cardíacos. Mais famoso foi o caso de Cadu, rapaz que, após uma sessão de uso da substância psicoativa, matou o cartunista Glauco e seu filho, também cultuadores do chá. E casos de morte também após o uso da ayhuasca, provavelmente por causa de seus efeitos cardiológicos (infarto miocárdico, arritmia, hipertensão) ou neurológicos (causando convulsões). 
Portanto, assim como muitas outras liberadas entre nós – inclusive nicotina e álcool – a ayahuasca deveria ter controle restringido pelas autoridades.
Pessoas adultas e saudáveis são livres para prejudicarem-se a si próprias, mas isto não se aplica a adolescentes, pessoas fragilizadas, que buscam a substância como alívio imaturo de suas pressões internas. Aceitar a livre distribuição, acesso, uso, de tais substâncias é o mesmo que aceitar o costume de deixar uma arma carregada ao alcance de crianças. Nada mais do que mais um outro sintoma da loucura de nossos tempos…


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