terça-feira, 14 de junho de 2016

AJUSTE DO "EU TE AMO"

NÃO É BEM COM O OUTRO QUE VOCÊ SE RELACIONA

O relacionamento com o outro é muito mais um relacionamento consigo próprio do que qualquer outa coisa.
Não é bem com o outro que nos relacionamos. 
Nós amamos o mundo do outro. Mais ainda, amamos a experiência de ser alguém nesse mundo. Repito o relacionamento com o outro é muito mais um relacionamento consigo próprio do que qualquer outra coisa — ainda que acreditemos no contrário. Assim como um homem adora aquela que o faz sentir mais homem, as mulheres se apaixonam pelo mundo do cara (afinal, o que tem de bonito em um homem?). Não importam tanto suas características pessoais, mas como eles estão em suas posições masculinas e femininas.
Em vez de nos preocupar com métodos de sedução ou terapias de autoestima, bastaria cultivar um mundo amplo, rico de possibilidades. Mesmo sozinhos podemos fazer isso. Sua presença ativa um ambiente bom, calmo, leve? Qual o seu mundo? Quais experiências oferece? 
O melhor jeito de conquistar uma pessoa é cultivar uma mente sem bagunça, pronta para recebê-la em casa. Um filme que dá gosto encenar. É já viver em um mundo no qual ele vai querer nascer. Fazer de sua vida inteira uma boa cama para ela se deitar. Porque não é exatamente você que ele vai amar.
Enfim este texto fala sobre o amor condicionado, aquele que está por trás da grande maioria dos “Eu te amo” por aí, e propõe descobrir um outro tipo de relação, uma outra base, um jeito completamente diferente de agir, que curiosamente também é nomeado de “amor” pelas grandes tradições de sabedoria, um pequeno ajuste para ele funcionar melhor. E só.


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